Grávida de um desconhecido

chapter 06

LUÍSA

— Eu caso com você!

— Luísa...

Todos me encararam e vi que nos olhos do Samuel tinha lágrimas querendo sair mas não caíam, não pelo o que eu falei, mas por sua frase de querer largar tudo.

— Eu faço o que for preciso para te ajudar, Samuel. Vamos casar e você não precisa ser deserdado por causa de mim, dos nossos filhos e não precisa ser infeliz se casando com outra pessoa. Esse casamento não será real, mas quero te ajudar.

— Ah Luísa, você sabe que não precisa. Não te trouxe aqui para isso, não posso fazer isso com você. Vou largar tudo, eu já me decidi.

Falou firmemente com seu olhar penetrante mas eu neguei com a cabeça. Sei que se fosse ao contrário, ele me ajudaria sem pensar duas vezes.

— Chase, por favor, você ama aquela empresa, você ama trabalhar com tecnologia e nós três não queremos tirar isso de você. Deixa eu te ajudar.

Coloquei a mão na minha barriga e ele colocou a sua em cima da minha sorrindo com ternura. Não sei o que eu fiz ou o que estou fazendo, mas sei que Samuel não fará eu me arrepender, isso me deixa tranquila.

— Bom ver que Samuel tem alguém assim na vida dele, que não quer vê-lo infeliz e até se casa para ajudar. Outros não sabem a importância de um casamento, tratam como se fosse apenas uma assinatura num simples papel. - Maya me olha - Luísa sabe a importância e mesmo assim está colocando a mão no fogo por causa de um homem que não conhece nem há um ano. Mãe e pai, vocês pelo menos estão cientes do erro que estão cometendo e que cada vez mais por suas atitudes estão perdendo o amor dos seus três filhos? Se é que ainda tem amor ou é apenas respeito.

Maya se pronunciou e seus pais concordaram, quietos. Richard pensou em rebater mas foi segurado por Natany.  Samuel levantou da mesa e eu fiz o mesmo sabendo que iremos embora, ele não aguenta mais, eu consigo ver.

— Não consigo mais ficar aqui, se me derem licença. Eu e Luísa vamos ir jantar em outro lugar.

— É, acho que também vamos indo né, Maya? Vou te deixar na sua casa. Escutei muitas coisas desnecessários ao meu respeito e fiquei quieto.

Todos nos deram tchau e fizemos o mesmo. Chase não parou de andar rapidamente até chegarmos no carro e ele sair dali com o mesmo. Ele bufa de raiva a cada segundo.

Quando estávamos longe da casa, ele estacionou o carro numa rua deserta e escura. Suspirando e desligando o motor do carro. O encarei e ele está de olhos fechados e falando não muito alto, como se sua voz fosse rasgar se falasse alto.

— Por que você aceitou se casar? É mentira isso, não é?

— Não, não menti quando disse que quero te ajudar. Você... não está feliz que ainda ficará com a empresa?

— Por esse lado estou feliz, Luísa. Mas por outro não. – Seu olhar é de tristeza e me encara sem desviar o olhar por um segundo – O problema é você estar se casando comigo, casamento é para ser algo especial, pelo menos para você. Você não tem a obrigação de casar comigo para me ver feliz, eu quero te ver feliz. Não posso arruinar sua felicidade para ver a minha. Não ache que tem essa obrigação por eu ser o pai dos seus filhos...

Não me ofendi com o que ele disse, Samuel está bastante chateado sobre a situação que seus pais o colocaram e nem adianta discutir muito com ele agora pois fará de tudo para eu desistir da ideia.

— Não estou sendo obrigada a casar, eu estou fazendo isso por conta própria e pela minha consideração por você. Tenho certeza que você não fará eu me arrepender, Samuel. Em nenhum momento eu disse que estou infeliz por ter que fingir estar casada e isso não é eterno, mínimo dois ou um ano que está nesse testamento, não é?