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  O folheto da peça é um tanto quanto estravagante. Pensei que fosse uma peça clássica, não uma que ainda parece nova para todo esse... paparicado. Mas eu gostei desses enfeites, apesar de tudo.

  E Hoseok também.

  — Acha que rosas ficariam boas? — ele coloca uma rosa azul no bolso do terno. Estranho um pouco o fato de ele ter uma coleção de broches e flores para ocasiões em que use roupas formais. — Quer um?

  — Não acha um pouco... assim... — procuro as palavras certas, observando sua caixa de jóias, cheia de broches exageradamente brilhantes. — exagero em ter todos esses broches...?

  Hoseok levanta a sobrancelha, mas sorri com a pergunta.

  — Meu pai colecionava broches. — sorri, olhando para o nada. — Para cada evento da família
Min, ele tinha um broche, ou uma flor especial. Eu tive a honra de herdar sua coleção.

  — Ah... — me arrependo de ter falado.

  Hoseok gosta muito desse trabalho, acho que foi por causa de seu pai. O que me pergunto é que, pelo o que Soyun havia me dito, a família Lee tem fama de não ser muito educada com seus empregados.

  Outro barulho ecoa de lá de cima, e juntamente, um xingamento de Soyun. Ela já caiu duas vezes desde que estamos esperando aqui em baixo. Hoseok sempre me impede de ir ajudar, ele diz que Soyun não gosta de ser incomodada nessas horas. Mas depois que Lia, uma moça que com várias bolsas e um enorme sorriso no rosto chegou, já não me preocupo tanto.

  — Soyun gosta de ter uma ajuda extra para se arrumar em datas especiais. — Hoseok explica, como se lesse meus pensamentos.

  Suspiro, antes de me jogar no sofá.

  — E quantas vezes que isso acontece?

  — Acho que uma vez a cada seis meses. — Hobi dá de ombros, colocando um pequeno lírio rosa em seu bolso. — Está perfeito. — dá um sorriso genuíno em frente o espelho da sala.

  — Soyun não tem uma agenda muito corrida. — solto, algo que todo mundo já sabe.

  Hobi me olha, com um olhar um tanto triste. Sei que nem sempre foi assim. Hoseok viu coisas pela qual estou lutando para acontecer novamente, mas não será a mesma coisa, mesmo se eu desse minha vida para ser. A Soyun de antes nunca vai voltar.

  — Sabe... — Hobi suspira antes colocar um sorriso no lugar da expressão triste. — Era a Soyun que presenteava meu pai com essas flores.

  — O quê? — franzo o cenho. O comentário me choca de uma forma tão grande que preciso levantar a cabeça e limpar os ouvidos para ter certeza de que ouvi direito.

  — É verdade. — ele se senta no braço do sofá. — O tio dela, se não me engano é o tio Sangmi, deu um jardim de presente para ela em seu aniversário de dez anos. E ela sempre trazia flores para o meu pai.

  Fico um pouco chocado no começo, mas depois que questiono. Eu conheci um lado não ruim de Soyun, na verdade, um lado bom dela. Melhor do que muitas pessoas que conheci. E isso me aquece, de uma forma estranha. Sorrio ao imaginar uma Soyun que distribuía flores de seu próprio jardim.

  — Soyun amava flores. Ama ainda... — suspira, antes de continuar. — Até seus pais destruírem o jardim para fazer uma fonte.

  Minha expressão muda completamente. Como pode existir tanta crueldade no coração deles a ponto de destruir o sonho de uma criança? Não sei porquê ainda me impressiono com todas essas coisas que a família de Soyun faz, mas nada me impede de sentir certa raiva saindo dentro de mim.

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⏰ Última atualização: Jul 16, 2022 ⏰

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