Winter Flower

11

  _ E ele se casa em setembro._ comento com Namjoon, sobre Yoongi, enquanto jantávamos.

  _ E você está chateada com isso?_ ele pergunta, comendo lámen, enquanto encarava minha expressão, que não era uma das melhores.

  _ Não, por que estaria?_ eu respondo, deixando o resto do lámen de lado._ Só estou vendo a vida passar diante dos meus olhos, enquanto eu espero, literalmente, sentada._ suspiro, apontando para a cadeira de rodas.

  Ele ri, pegando sua tigela, e pondo na pia.

  _ Não deveria enxergar a vida desse jeito._ aconselha Namjoon, quando eu o encaro.

  _ Desculpa Namjoon, mas no momento, enxergo a vida de apenas um ângulo._ esfrego minhas mãos enfaixadas.

  _ Você, não acredita mesmo que tem chances de voltar a andar?_ ele pergunta, quando me redireciono à sala.

  Ótimo.

  O único assunto em que eu quero evitar vem a tona. Engulo em seco.

  _ Namjoon, eu ainda não me sinto pronta para esse assunto. Agora, com licença._ digo fria, enquanto subo as escadas até o meu quarto, pela cadeira elevador.

  ___

  Acordei com uma dor de cabeça horrível. Talvez porque tenha passado a noite, totalmente em claro, tentando tirar alguma coisa que prestasse da minha mente, evitando pensamentos sombrios. O que não adiantou muita coisa. Minha mente está totalmente desgastada.

  Depois de um longo momento pensando na vida - tentando avaliar seu lado bom para não acabar com ela de uma vez -, desço até o andar de baixo, vendo Namjoon na cozinha.

  _ Acordou tarde hoje!_ ele comentou, quando tirei o celular do bolso.

  13:28.

  Abro a boca, pela surpresa.

  Realmente. Estou decaindo.

  Me direciono até a mesa, contando quantos passos eu daria, se não estivesse em uma cadeira de rodas. Mas não consigo muito. A sala gira, interrompendo minha capacidade de pensar em números neste momento.

  _ Aconteceu alguma coisa?_ ele sai da cozinha, vendo-me com a cabeça debruçada sobre a mesa de jantar._ Soyun?

  _ Estou bem._ bem mal. Mas não quero preocupá-lo, se fizer isso, vai ser apenas uma desculpa para ele ficar perto de mim, e eu ainda não estou confortável com isso.

  _ Tem certeza?_ droga. Ele não vai parar de insistir.

  Preciso arranjar algo. Rápido.

  _ Geléia de morango._ é tudo o que digo, lembrando da minha infância.

  _ Oi?_ ele perguntou confuso.

  _ Geléia de morango! Eu amava quando era pequena. Mas hoje, nem sinto mais o gosto._ o olho, um pouco receosa._ Namjoon, você pode...

  _ Comprar para você?_ ele deduziu, e certo. Assenti, com o rosto apoiado na mão.
  _ Se me garantir de que vai ficar bem.

  _ Eu estou bem, seu idiota!_ o xingo, mas não com uma voz firme. Ele sorri.
  _ Não sorria quando eu te xingar, assim ninguém vai me levar a sério!_ ordeno enquanto ele sobe as escadas, e só desce arrumado, pronto para sair.

  _ Não vou demorar!_ ele garante, mas eu não me importo.

  _ Apenas traga a minha geléia._ mando, quando ele sai pela porta, me deixando completamente sozinha, naquela casa enorme.