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  — Não deve ser estranho continuar insistindo em algo que sabe que não vai dar certo?

  — Eu sei que vai dar certo, Jisoo! Pensava que amigos encorajavam os outros! Está parecendo seu irmão. — a morena faz uma careta com a comparação.

  — Como se eu não ouvisse essa frase todo santo dia. — ela revira os olhos e bebe um pequeno gole do chá verde.

  A feliz e divertida Kim Jisoo nunca pareceu tão adulta. Parece que seu jeito amadureceu juntamente com seu gosto para moda. Olhando para essa autêntica mulher de negócios quase me esqueço da época em que eu suspirava pelo seu sorriso. Tempos que passaram.

  Mas o sorriso continua o mesmo, guardado apenas para momentos especiais. Esse, com certeza é um deles.

  — Eu soube que ela é muito bonita. — Jisoo sorri maliciosamente sobre a borda do copo. — E pelo que Seokjin me falou...

  — Seokjin deduz as coisas muito rápido. — suspiro, evitando outra acusação que eu já não tenha ouvido.

  Jisoo ri fraco. Ela conhece o irmão.

  — É verdade. E aliás, do que adianta ser bonita quando se é ruim e insensível. — ela cruza as pernas. Não acredito na facilidade em que diz uma coisa dessas.

  Ergo uma sobrancelha, e seguro o ímpeto de bater minha mão na mesa da cafeteria.

  — Soyun não é assim, Jisoo! Você não a conhece! — meu expressão se fecha. — Ela só... tem muitos problemas consigo mesma.

  Jisoo levanta as mãos, brincando.

  — Ok, ok, Namjoon! Não quis ofendê-la! — ela replica, sarcástica.

  Suspiro revirando os olhos.

  — Sabe, estou começando a achar que você e seu irmão são gêmeos de datas diferentes.

  Ela ri de novo, consertando os fios negros que grudam nos lábios.

  — Falando em Jin, estou o achando meio estranho ultimamente. Talvez mais...

  — Insensível? — dou uma pequena mordida na Carolina de chocolate, lembrando de Soyun. Devo levar alguns para ela.

  Jisoo dá o último gole em seu chá e suspira. O clima de inverno se manifesta no ar que sai de sua boca.

  — Tipo isso. Acredita que falei de Dalgom para ele, e ele mudou de assunto? — ela faz uma expressão indignada. Rio fraco. Ninguém pode ignorar quando Jisoo fala sobre seu cachorro.

  Me levanto ainda sorrindo. Jisoo me segue até o caixa.

  — Eu gosto de pensar que ele apenas está passando por uma fase. — suspiro, já saindo da cafeteria com uma caixa de carolinas de chocolate na mão. — Ele não costumava ser ignorante assim.

  Soo suspira e encaixa a boina preta em sua nuca.

  — Talvez. Medicina não é uma área com muita paz. Principalmente depois que pegou um horário extra no hospital.

  Paro de andar por um segundo.

  — Espera, desde quando Seokjin pegou um horário extra? — encaro Jisoo boquiaberto. Ela apenas dá de ombros.

  — Foi por esses dias. — ela conclui e toma a frente da caminhada. — Ele sabe que você não o deixaria "ocupar" demais a cabeça com mais um trabalho. — faz aspas com as mãos.

  A acompanho em menos de segundos.

  Eu não o deixaria ocupar a cabeça? Do que raios Jisoo está falando? Ao mesmo tempo em que duvido, um pequeno esclarecimento vem sobre mim. Pelo visto, Jin ainda acha que eu sou um peso para ele e que não preciso saber do que faz nas horas vagas. Principalmente agora, em que pensa que estou confinado em uma casa com uma mulher fria e sem educação. Só eu sei o quanto está errado.

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