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  — Tem certeza, Namjoon? — perguntou Jin, no telefone, enquanto eu o dizia que iria ficar.

  — É, acho que fui precipitado demais. Não se preocupe, Jin. Vou ficar bem. — como eu posso assegurar se eu não tenho ideia do que vai acontecer? Me responde essa, vida?

  — Tudo bem, então, te vejo quinta. — ele desliga a ligação, me fazendo deitar sobre a enorme cama e repensar sobre a minha vida.

  Eu estava mesmo, disposto a ser mais humilhado para garantir a vida de uma pessoa que eu nem conheço. E que nem me quer conhecer.

  Mas é aí que minha ideia se encontra. Bem, ela não me odiaria, se eu não fizesse coisas que ela odeia. Assim, quem sabe, posso convencer ela a fazer as coisas para ela mesma. Esse plano tinha que dar certo, para o bem dela.

  São 10:30 da manhã, quando olho pelo celular. O dia ainda nem começou.

  Droga, já está na hora do almoço, vai ser apenas mais uma tentativa falha de chamar ela para almoçar. Mas, e se eu comprar algo que ela goste? Vale a pena tentar.

  Saio do quarto enquanto eu vou em direção ao de Soyun, encontrando a porta aberta. É um milagre!

  Meu sorriso se desfaz quando não encontro ela dentro do quarto, mas de repente, ouço sua voz de dentro do banheiro.

  — Não, Yoon! Não quero e não vou dar esse tipo de confiança para ele! — dizia ela, talvez esteja conversando com alguém.

  Entro devagar, em passos silenciosos, até a escrivaninha. Não sei porquê, mas uma das folhas me chamou a atenção. É um de seus poemas. Pego o papel, começo a ler.

  "Enquanto ando pela casa
     Fico abalada.
Sem motivo de ser machucada
Fico calada.
Se viverei feliz?
Talvez seja uma possibilidade,
Mas enquanto eu estiver assim
Estarei armada até a eternidade."

  Deus...

  Dá para sentir a intensidade nos versos.

  Encontro outra folha, com outro poema.

"'Volte aqui!' peço outra vez
Enquanto vejo você ir embora, me deixando sozinha, morrendo com sua acidez.
Me lembro de quando acariciava seus cabelos,
Enquanto você me apunhalava com seus beijos e desejos.
Mas é muito mais difícil ver você partir
Sem ao menos se despedir de quem te amou de verdade, até aqui.
'Volte aqui!' peço de novo
Dessa vez para o nada
Enquanto você desaparecia no horizonte,
Juntamente com a alvorada.
Dói muito mais o seu adeus
Do que qualquer engano de sua parte.
Mas agora você se foi,
Me matando, detalhe por detalhe.
'Sinto sua falta'
Quero dizer quando enfim nos encontrarmos
Mas até lá definharei
Por não me encontrar em seus braços."

  Nossa! O que foi isso?

  — Como diz o velho ditado, quando o gato sai, os ratos fazem a festa. —

  Me encolho ao ouvir sua voz soar, bem atrás de mim.

  Me viro para trás, dando uma visão completa de sua expressão fria e rude. Argh, no que eu fui me meter?

  — Me desculpe, senhorita Lee...

  — Você sabe que pode ser processado por invasão de privacidade, não é? — ela pergunta, erguendo friamente uma sobrancelha.

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