Capítulo 9 - Abelhinha e Joaninha

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Depois que terminaram, Rosie pôde finalmente ir brincar com o padrinho como queria enquanto John lavava a louça.

— O que vamos fazer? — perguntou Sherlock enquanto a menina subia a escada para o primeiro andar da casa segurando sua mão.

Rosie levou o padrinho até seu quarto e soltou a mão dele ao entrarem no cômodo.

Epera. — Ela foi até um armário do lado de sua pequena cama de onde tirou uma caixinha amarela decorada com adesivos de flores. — Senta qui Shelock. — A menina apontou para o chão no meio do quarto.

Obediente, o padrinho seguiu as instruções e sentou com as pernas cruzadas uma sobre a outra. Ela abriu a caixinha revelando pentes, escovas e enfeites de cabelo. Rosie era apaixonada pelos cachos dele e adorava brincar com suas madeixas. Sherlock sorriu para a afilhada.

— Fica queto — pediu ela subindo no colo do padrinho com a escovinha lilás na mãozinha.

Para desconcentrar a menina, Sherlock começou a fazer cócegas nela. Logo o som das suas gargalhadas preencheu a casa contagiando John que passou a trabalhar com um sorriso no rosto no andar térreo.

— Assim não consigu — reclamou Rosie ainda rindo enquanto escovava os cachos de Sherlock. — Pronto.

— Já acabou? — Sherlock fez um biquinho com os lábios.

— Claro qui não! — Ela colocou a escova na caixinha e com as duas mãos pegou várias presilhas coloridas. — Segura. — A menina despejou todas sobre a mão do padrinho e passou a pegar uma por uma para prender no cabelo dele.

Cada florzinha, borboletinha ou coraçãozinho presa nos cachos era acompanhada do riso da afilhada que às vezes descia do colo de Sherlock para apreciar sua obra à distância. Apenas quando ficou sem enfeites, Rosie concluiu que era o bastante.

— Agora cabei. — Ela sentou no chão em frente ao padrinho, visivelmente cansada.

— Se divertindo muito? — perguntou John terminando de subir as escadas.

Quando chegou à porta do quarto, ele precisou segurar o riso vendo o estado em que se encontrava o amigo.

— Ficou bunito, papai? — perguntou Rosie com o sorriso revelando as covinhas nas suas bochechas.

— Seu padrinho está lindo, filha — continuou ainda precisando se controlar enquanto olhava para Sherlock. — Devia se olhar no espelho — aconselhou com um sorriso no rosto.

— Eu confio no trabalho dela e na sua opinião — afirmou ele.

Rosie deu um bocejo e esfregou os olhos.

— Acho que tem alguém com sono... — O pai por fim entrou no quarto.

— Quem? — A menina bocejou mais uma vez.

— Você. — John pegou a filha nos braços com carinho e Sherlock ficou de pé em frente aos dois.

— Quero brincá mais com o Shelock. — A pequena reclamou, mas com o acalento do pai ela ficava cada vez mais sonolenta.

— Ele vai vir mais vezes brincar com você, meu amor. Agora está na hora de descansar...

Rosie fez um biquinho e deitou a cabeça sobre o ombro direito de John.

— E se ele ler uma história para você? — perguntou o pai.

— Tá bom — respondeu ela aceitando a proposta.

— Então vamos escovar os dentes e colocar o pijama enquanto Sherlock escolhe um dos seus livros. — John começou a caminhar com a filha para fora do quarto. — Ou você quer escolher?

Memórias AnônimasWhere stories live. Discover now