Capítulo 11 - Desculpas

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— Me perdoa mesmo pelo desespero durante o exame?

Já usando suas próprias roupas, Elle caminhava ao lado de John em direção à cantina do hospital.

— Não se martirize tanto. Você pode não se lembrar do que te fizeram, mas o seu subconsciente lembra. Isso faz com que você tenha reações inesperadas.

— Espero ter minha memória de volta um dia — desejou ela. — É como se eu estivesse ocupando o corpo de uma desconhecida.

Os dois chegaram à cantina.

— O que você vai querer? — perguntou John.

A mulher olhou as opções na tabela pendurada na parede tentando encontrar algo familiar.

— Um café preto está bom.

— Açúcar ou adoçante?

— Açúcar — respondeu ela feliz por conseguir se decidir tão rapidamente.

John pediu o mesmo para ele, porém sem açúcar, junto com um muffin de chocolate. Os dois escolheram uma das mesas redondas sentando de frente um para o outro.

— Me desculpe por ter pedido para você ficar em jejum para fazer o exame. — John colocou as duas bebidas que estavam em recipientes térmicos com tampa sobre a mesa, empurrando o copo com o muffin acondicionado em uma forminha de papel para perto dela.

— Não precisa se desculpar. — A mulher sorriu percebendo que o pedido mais incrementado era o dela. — Sei que você teve um bom motivo.

— Não é um procedimento padrão para esse tipo de ressonância, mas como eu não sei que droga estavam injetando em você, nem quanto tempo seu organismo vai demorar para se livrar dela completamente, tive medo que pudesse reagir com o contraste e aumentar o risco de efeitos colaterais. É raro acontecer, mas seria bem pior, por exemplo, você sentir náuseas depois de ter tomado café da manhã.

— Tem razão. — Elle ficou grata pela preocupação dele.

— Você está sentindo alguma coisa estranha, fora do normal? — perguntou o médico.

— Não, — ela sorriu. — Eu estou bem.

— Imagino que você esteja sem comer faz um tempo — continuou ele.

— Sherlock deixou dinheiro, caso eu quisesse ir até a lanchonete embaixo do apartamento, mas eu não senti fome.

— Ele não deveria ter te deixado sozinha depois do que aconteceu. — John tirou a tampa do copo e soprou a bebida antes de tomar um gole.

— Claro que deveria — retrucou ela. — Se o Sherlock precisava sair, que bom que eu não fui um empecilho.

— Você viu quando ele voltou?

— Não, eu já estava dormindo. — Elle desviou o olhar preferindo não contar que na verdade havia visto o detetive chegar, mas fingiu que dormia.

Depois de morder um pedaço do muffin de massa muito fresca e fofa, ela abriu um dos sachês de açúcar, retirou a tampa do copo e despejou os pequenos cristais doces dentro dele. Enquanto misturava a bebida, ela permaneceu em silêncio.

— Evite tirar conclusões precipitadas sobre o que aconteceu com você — declarou John. — Nós só temos peças de um quebra cabeça, mas são poucas para conseguir identificar o que irá formar.

— Sei lá, — ela tomou um gole do café. — De tudo o que eu imaginei sobe mim, o que está naqueles arquivos nem passou pela minha cabeça.

— Realmente pegou todos nós de surpresa — concordou o homem.

Memórias AnônimasWhere stories live. Discover now