Capítulo 30 - O Plano de Audrey

170 21 51
                                    

Audrey Morgan se levantou e admirou a calmaria na Rua Baker no início daquela manhã de Sábado.

Você vai ter que seguir sem a minha ajuda, Sherlock. Sei que vai conseguir — pensou ela se virando para dentro do quarto e começando a arrumar a cama. — O que eu fiz ontem com a Rosie... E se ela tivesse acordado? Tivesse subido a escada sozinha? E se caísse igual no meu pesadelo? — A mulher sentiu um aperto no peito. — Mesmo que eu deixe de cuidar dela, para quem eu vou me tornar uma ameaça depois? Preciso ficar o mais longe possível de vocês — A última frase saiu com um sussurro enquanto Audrey tentava conter as lágrimas.

Ela olhou para a cama organizada contente com o trabalho bem executado.

— Mas antes, quero fazer uma coisinha para agradecer tudo que fizeram por mim — afirmou ela antes de pegar uma muda de roupa e descer para um banho demorado.

Quando terminou, foi para a sala onde Sherlock já tomava seu chá e encontrou um bule ao lado de uma xícara vazia em uma bandeja à sua espera sobre a mesinha ao lado da poltrona de John.

— Bom dia! — cumprimentou ela com um sorriso no rosto enquanto se servia sentada de frente para ele.

— Acordou animada — comentou Sherlock depois de sorrir em resposta analisando o comportamento da mulher.

— Não dormi muito bem ontem, mas o banho foi revigorante — justificou ela.

— Sim, eu ouvi você gritar às quatro da manhã.

— Peço perdão por isso novamente. — Audrey levou a xícara à boca.

— Não se incomode. — Sherlock achou estranha a forma como ela estava vestida. Parecia pronta para sair, mas sabia que John não a contratara para trabalhar nos finais de semana.

— Ah, Sherlock, — a mulher estava um pouco envergonhada com o que estava prestes a fazer, mas foi adiante. — Se não for muito incômodo, será que eu poderia usar sua cozinha hoje à tarde para preparar uma coisinha para a noite? Nada muito inusitado, não se preocupe.

O homem levantou os olhos da xícara e a encarou.

— Aprendi uma receitinha na internet e pensei em fazer para a gente. Só eu, você, o John e a Rosie, a Molly e a senhora Hudson. Posso? — Ela sorriu.

— Algum motivo especial?

— Não, só cozinhar para os amigos. — Audrey se arrependeu da última palavra que usou. Não que considerasse o grupo de outra forma, mas achava precoce anunciar aquilo, mesmo que seus sentimentos fossem sinceros.

— Claro, por que não? — A resposta Sherlock, sem mais questionamentos a surpreendeu. — Precisa de ajuda para alguma coisa?

— Se você puder ligar para o John e pedir para ele vir para cá de tarde com a Rosie, eu agradeço.

— Considere feito — respondeu o homem com seu cérebro começando a trabalhar nas possibilidades que poderiam estar motivando aquele comportamento.

— Bem, então preciso ir. — Ela se levantou e terminou o chá. — Fazer umas comprinhas.

— Até mais tarde. — Sherlock sorriu.

— Até! — Ela sorriu de volta com a certeza de que o detetive estava estranhando a atitude dela, mas ficou grata por ele não interferir.

Assim que Audrey deixou o apartamento, Sherlock pegou o celular e ligou para John. Ele sabia que havia algo errado acontecendo, mas deixaria a mulher agir para ver até onde ela iria com o que estava planejando.

(...)
A caminho do mercado Audrey ligou para Molly Hooper que ficou animada com o convite para o jantar no 221B da Rua Baker às 8 da noite. Com a lista do que precisaria em mãos, a mulher foi enchendo o carrinho.

Memórias AnônimasOnde histórias criam vida. Descubra agora