Capítulo 23 - Sem deixar rastros

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Audrey Morgan já estava pronta para dormir quando pegou o celular. Não era muito tarde, pois assim que John e Rosie foram embora, ela tomou banho e subiu para tentar dormir.

Acordando toda madrugada com os pesadelos, dormir mais cedo era o que podia fazer para aproveitar algumas horas a mais de sono. Mesmo assim ela preferiu mandar um sms para Molly Hooper antes de ligar para ela.

Ao invés de responder à mensagem de texto, Molly resolveu ligar de volta.

— Está tudo bem, Audrey?

— Sim, é que eu não sabia se era muito tarde para te ligar — explicou ela sorrindo.

— Ainda são oito horas. — Houve um momento de silêncio enquanto Molly checava a hora no aparelho.

— Mesmo assim fiquei na dúvida.

— Mas fala, está precisando de alguma coisa?

— Queria saber se você vai estar de folga amanhã.

— Estou, por quê?

Audrey parou para pensar por alguns segundos tentando resumir mentalmente o que havia acontecido antes de começar a explicar.

— O John me contratou para ser a babá da Rosie e já que vou precisar sair com mais frequência indo até a casa dele cuidar dela, pedi um adiantamento para comprar algumas roupas.

— Que ótimo, Audrey! Às vezes ficava complicado ajudar o John com a Rosie por conta do trabalho. Você apareceu na hora certa.

— Bem, eu não queria receber por ajudar ele... — Audrey ainda sentia que não estava certo cobrar pelo serviço. — Mas o John insistiu...

— Não! No seu caso é completamente diferente. Imagino que você vai ter um horário fixo...

— Ah, sim. Com certeza — confirmou ela.

— Então. No nosso caso, o John depende de estarmos livres — argumentou Molly. — Você vai ter um compromisso com ele — afirmou em seguida.

— Foi o que ele alegou...

— Nada mais justo. — Molly sorriu do outro lado da linha. — E você quer minha ajuda para fazer as compras?

— Isso. Se não for atrapalhar, claro — acrescentou Audrey indecisa. — Eu nem sei aonde ir, e se sair sozinha a chance de me perder é grande.

— Como me atrapalhar? — Ela não conseguia entender o motivo da mulher achar que de alguma forma fosse ser um incômodo. — Acho que vai ser bem divertido — acrescentou.

— A gente pode ir pela manhã? — Audrey enfim se animou. — Só preciso esperar o John chegar com o dinheiro e saímos.

— Tudo bem! Chego aí por volta das nove e saímos juntas. — A animação de Molly era equivalente.

— Perfeito!

— Audrey, você tem ideia do tipo de roupa que você gosta?

— Nenhuma... — Ela se deu conta que não havia parado para pensar naquele detalhe e perdeu um pouco da empolgação.

— Não tem problema. — Molly continuava animada. — Sei exatamente onde podemos ir!

— Tá certo então. — A mulher sorriu um pouco mais confiante. — A gente se vê amanhã.

As duas se despediram e Audrey colocou o celular no modo silencioso para tentar dormir um pouco. Seu plano, porém, foi frustrado como de costume.

Precisamente às quatro da manhã, a mulher acordou de mais um pesadelo com uma forte dor de cabeça e o nariz sangrando. Dessa vez com mais intensidade do que nas anteriores.

Memórias AnônimasWhere stories live. Discover now