Capítulo 65 - Melodia calma e suave

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Pouco depois que Molly Hooper foi embora, Sophie Willows apareceu para checar o estado de Audrey Morgan. O exame ocorreu o tempo todo sob o olhar atento de Sherlock Holmes que havia mudado de ideia em relação a ir para casa e decidido que não sairia dali naquele dia.

Impaciente por conta da aparelhagem, a mulher perguntou quando ficaria livre dela e a médica respondeu que queria esperar passar as primeiras 24 horas que ela estava acordada para fazer qualquer alteração.

Apesar de estar desperta, sua condição ainda inspirava cuidados e precisava continuar sendo monitorada de forma meticulosa. A única melhora em relação ao seu conforto foi poder inclinar mais a parte de cima da cama ficando quase sentada.

Foi assim que John Watson a encontrou quando chegou. Ela e Sherlock assistiam a um vídeo no YouTube quando notaram a presença dele entrando quarto.

— John! — disse Audrey sorrindo ao ver o amigo.

Ela virou um pouco o corpo na direção onde ele estava e esticou os braços. O homem percorreu a pequena distância que os separava e ficou contente em acolhê-la em um abraço. As lágrimas não demoraram a descer pelo seu rosto enquanto ele olhava para Sherlock, por cima do ombro dela, sorrindo aliviado.

Quando John deu um soluço, Audrey se afastou um pouco e se compadeceu com a dor que havia causado a ele. Ela apoiou as duas mãos delicadamente sobre as bochechas do homem e limpou suas lágrimas com os polegares.

— Não chora — pediu a mulher. — Acabou, e eu tô bem, ou pelo menos é o que estão dizendo. — Audrey virou o rosto para tossir.

— Sua recuperação vai ser lenta, mas você não tem com o que se preocupar. — Ele enfatizou. — Nós cuidaremos de tudo.

— Nunca vou deixar de achar incrível a sorte... — A voz dela falhou. — Que tive de conhecer vocês. — Ela concluiu num sussurro.

— Até mesmo eu? — perguntou Sherlock rindo.

— Inclusive você — respondeu ela sorrindo para o amigo.

— É verdade que vocês dois tentaram dar um susto na Molly hoje de manhã? — perguntou John cruzando os braços sobre o peito. — Ela me disse quando liguei para dizer que tinha falado com você.

Audrey e Sherlock se olharam em silêncio.

— Foi ideia dele, não foi? — questionou John.

— Se eu concordei sou tão culpada quanto — admitiu a mulher com a voz rouca olhando para as próprias mãos sobre o colo.

O homem riu percebendo que além de estar realmente encorajando Sherlock em suas ideias, como ele já havia percebido, Audrey estava pronta para defendê-lo.

— O que disseram pra Rosie? — perguntou ela depois de um tempo.

— Que você estava viajando e não tinha telefone onde você estava — respondeu John.

— Saudade dela...

— Logo você vai estar em casa — continuou ele.

— Não sei se vai ser tão logo... — retrucou.

— A médica passou aqui e disse que quer continuar com a aparelhagem pelas próximas 24 horas — explicou Sherlock.

— Mas depois que forem retirados, rapidinho você vai poder ir embora.

Audrey olhou para John com um sorriso no rosto.

Ao final do dia, Molly apareceu mais uma vez para visitar e tanto ela quanto John tentaram convencer Sherlock a ir para casa. O dia seguinte era Sábado e qualquer um dos dois poderia ficar, mas com a recusa dele, os amigos acabaram indo embora.

Memórias AnônimasWhere stories live. Discover now