الكوابيس

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Lurin Muhammed Bin Zayed Bin Al Nahyan | Point Of View

— Vamos logo Lurin! ME ATACA. – Meu pai berrava comigo, enquanto se esquivava de cada tentativa de golpe meu. — Você é fraca, meus filhos não nasceram para ser fracos. – Ele cuspiu aquelas palavras e golpeou a perna na minha costela.

Com minhas costelas latejando de dor e todo meu corpo pulsando de dor, me deixei cair naquela areia incrivelmente quente sentindo que já não era mais capaz de levantar.

— LEVANTA. AGORA! – Meu pai esbravejou e um frio passou pela minha coluna.

Eu tentei levantar mas meu corpo não obedecia e para piorar, em meio a gritos e xingamentos do meu pai, fomos atingidos por uma chuva forte. Aonde a água da chuva se misturou com as lágrimas do meu rosto.

— É assim que você quer vive? Se arrastando pelo chão como um verme. – Senti meu corpo ser puxado do chão. — E ainda por cima chorando, é isso mesmo que eu estou vendo? – Meu pai berrava e me chacoalhava pelos ombros, mas eu não conseguia reagir.

Do nada sinto meu pai me jogar na areia novamente e mesmo com a vista turva e meus ouvidos incapazes de ouvir com clareza, consegui notar meu avô ali discutindo com meu pai. Minutos depois meu pai saia e me deixava ali com meu avô.

— Calma minha menina, eu vou cuidar de você. – Meu avô disse me pegando no colo.

Levantei assustada olhando para os lados e constatando que aquilo foi apenas mais uma lembrança, eu estava na minha casa e na cama da Camila. Olhei para baixo e ela estava dormindo tranquilamente totalmente alheia a tudo ao seu redor.

Me levantei procurando minhas roupas, enquanto vestia a calça, agradeci por ter insistido para minha namorada em irmos tomar um banho antes de dormir. A vasilha com chocolate ainda estava na mesinha ao lado da cama, quase vazia e  com ela as lembranças da noite maravilhosa que compartilhamos.

Depois de vestida olhei através da janela e ainda estava escuro, procurei algo que pudesse me indicar às horas. E pelo celular de Camila pude ver que eram quase quatro da manhã, eu havia dormindo apenas uma hora.

Não queria passar minha energia negativa para Camila, ainda mais depois da noite maravilhosa que tivemos. Ela não tinha culpa do meu passado fodido, não quero que de maneira nenhuma ela seja afetada por ele. Essas eram questões que deveriam pesar unicamente e exclusivamente em mim, eu era fraca.

Fui para meu quarto e não me surpreendi quando vi Hades adormecido na minha cama, mas logo ele despertou quando notou minha presença. E como se soubesse que algo estava errado comigo, ele saltou da cama e parou na minha frente passando a cabeça em minhas pernas.

— Desculpa atrapalhar seu sono amigão... – Fiz um carinho em sua cabeça. 

Segui para o banheiro sentindo uma forte necessidade de tomar banho, entrei e Hades ficou na porta sentado de prontidão como se estivesse pronto para me ajudar caso fosse necessário. Me enfiei debaixo da água gelada, apoiei minhas mãos no azulejo e inclinei meu corpo até que minha testa encostasse no azulejo. A água gelada batia diretamente em minhas costas me deixando arrepiada, me deixei chorar enquanto minha mente reproduzia flashs de lembrança.

Meu corpo já doía pelo tempo ali naquela posição e pela água gelada que fazia meu corpo protestar, mas nada se comparava com a dor que eu havia passado naquele dia. Eu era apenas mais uma criança que foi obrigada e submetida a coisas que jamais deveriam passar.

Camila Cabello | Point Of View

Meu corpo estava tão leve e meu sono tão gostoso, eu estava despertando aos poucos sentindo alguém me cutucar. Finalmente consigo acordar e abro os olhos rapidamente procurando quem me acordava, e levei um leve susto quando dei de cara com Hades me dando leves cabeçadas na perna.

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