الفتيات

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Camila Cabello | Point Of View

Dois meses se passaram e eu confesso que foram mais fáceis do que eu imaginei que fosse, fiquei um mês de repouso absoluto até ser liberada para voltar a fazer as coisas. Mas ainda sim, eu precisava ficar em casa e não abusar muito, então Lurin permaneceu em casa comigo, trabalhando no nosso escritório.

Meu pai e minha sogra foram embora no dia seguinte da visita da obstetra, ambos tinham suas vidas e precisavam voltar a rotina deles. Mas antes de irem, deixariam todos avisados, que ao menos sinal de problema eles voltariam.

Nesse tempo meu corpo mudou completamente, agora realmente parecia que eu estava grávida de trigêmeos. Minha barriga está enorme, isso porque os bebês estão de quatro meses. Quero ver quando chegarmos ao sexto mês, eu vou estar rolando, por esse motivo nós optamos por ficar na parte de baixo do nosso apartamento.

Agora nós estamos no consultório da nossa médica aguardando a nossa vez, hoje era o grande dia em que vamos descobrir o sexo dos nossos bebês. Ayra e Ally vieram conosco, causando um grande conflito, pois todos queriam vir junto. Mas achamos melhor só virem as duas para não causar tumulto em um ambiente que precisa ser tranquilo.

— Estou tão ansiosa que está me dando fome. – Lurin comentou se sentando ao meu lado.

— Fica calma que vai dar tudo certo, depois da consulta fazemos um lanche, estamos bem próximos ao shopping. – digo e Lurin concordar pegando minha mão e a apertando de leve.

— Eu estou tão animada, hoje vamos ver o sexo deles, será que a médica sabe quando vamos sentir eles mexendo? – Ayra pergunta, pois eu já sinto eles se mexendo, mas não é perceptível para eles.

– Eu penso que dá para gente sentir só no quinto mês. – Ally diz.

— Eu vou querer uma cópia do ultrassom para pôr no porta-retratos, me lembrem de pedir. Quero ter tudo registrado, Farid que ver o ultrassom também. Lurin diz animada.

— Tenho que falar com a médica sobre a minha alimentação, não quero engordar demais e ultimamente estou comendo muito...

Ficamos ali conversando sobre o que vamos perguntar para médica, até dar a nossa hora da consulta. Até que um casal sai e minutos depois somos chamadas, entramos e logo a consulta começou me deixando levemente nervosa.

— Seus exames estão cada vez melhores, Camila. Você tem sentido algo diferente do normal? – A médica perguntou ainda analisando os exames.

— Da última semana para casa a minha libido tem aumentado muito, de resto está normal não tive nenhum episódio de enjoo ou vômitos. – Falei pensativa.

— Isso é normal, doutora? – Lurin pergunta.

— Completamente, sei que é muito comum você ver aquelas gestantes tendo enjoos e vômitos, como também é normal que tenham grávidas que não experimentam desses sintomas. – A doutora explicou nós deixando mais tranquila.

Seguimos com a consulta até ela me entregar um avental e Ally me levar até o banheiro do consultório para me trocar, quando sai a médica já está preparando tudo para o ultrassom. Lurin me ajudou a deitar na maçã e ficou ao meu lado, enquanto Ally e Ayra ficaram sentadas nos observando.

— Vocês já sabem como funciona o processo do ultrassom, o diferencial dessa vez é que vamos ver o sexo dos bebês se eles deixarem. – Ela foi falando enquanto fazia as coisas.

Logo ela já estava passado o bastão na minha barriga, ela analisou tudo e fez anotações eu já estava emocionada, pois, já dava para vermos os três ali. Ela conferia se todos estavam com a formação corporal certinha, e cada ok que ela dava era um alívio nos nossos peitos.

— Agora vamos checar os batimentos cardíacos. – Ela falou com tranquilidade.

A sala foi inundada pelos batimentos cardíacos dos bebês, eu já estava chorando emocionada e Lurin apertava minha mão de leve. Nós trocamos olharem significativos, estávamos emocionadas em escutar os batimentos cardíacos dos nossos filhos.

— Está tudo bem com o coração deles? – Ayra perguntou.

— Está sim, todos os bebês estão ótimos todos os membros do corpo bem formados e não tem nada fora do normal. – A médica disse com os olhos focados na tela.

— Já dá para ver o sexo dos bebês? – Lurin perguntou ansiosa

— Vamos tentar...

Passaram alguns minutos em silêncio, Lurin estava agitada e sua mão meio suada. A médica passava o bastão de um lado para outro, eu e nem Lurin entendíamos nada.

— Doutora eu estou quase explodindo em curiosidade, me diz quais são os sexos... – Lurin pede e eu nem consigo desviar os olhos da tela.

— Eu já sei o sexo de dois bebês, só falta desse aqui... só mais um pouquinho, estou quase lá... vamos lá bebezinho, colabora. –  Aperto a mãos de Lurin que se abaixa e beija minha testa

— Abre as pernas bebé, ajuda a mamãe... – Lurin pediu na esperança que nosso bebê me escute. 

— Pronto, quanta timidez bebe. – A médica diz animada. — Parabéns, são três meninas. — A médica diz e abro um sorriso.

Eu estava tão emociona que nem notei a minha esposa soltar a minha mão, assustei quando ouvi o barulho de algo caindo. Quando olhei para o lado, Lurin estava desmaiada no chão, e Ally e Ayra indo socorrê-la.

— Amor... – Exclamei aflita!

— Calma, Camila! Fique deitada, eu já chamei ajuda. – Fiz o que a médica pediu.

Os enfermeiros não demoraram a chegar e sentaram Lurin ainda desmaiada na cadeira, a médica conferiu a pressão dela e estava realmente baixa. Enquanto cuidavam da minha esposa Ally me ajudou a me trocar, quando saímos do banheiro Lurin já estava acordada bebendo água.

— Amor, está se sentido bem? – Me sentei ao lado dela.

— Três meninas, hubb... – Minha esposa começou a chorar tampando o rosto com as mãos.

— Se acalma se não vai acabar desmaiando de novo. – Ayra alertou a irmã.

Terminamos a consulta e deixamos a clínica, eu estava bem preocupada com a Lurin. Coitada, ela parecia ter levado uma rasteira, caminhou até o carro toda avoada dentro do mundinho dela. Fomos direto para casa, ela tinha até se esquecido da fome que sentia.

— Meu amor, você está bem? – Perguntei preocupada, olhando ela observar a paisagem.

— Eu estou com medo, sei que vamos dar conta de tudo... – Ela suspirou e me encarou. — São três meninas amor, tão frágeis eu nem sei o que faria se alguém tocasse nela. – Lurin voltou a chorar e eu confesso que achei a reação tão fofa.

— Lo, vai ficar tudo bem. – Peguei sua mão e olhei nos olhos dela. — Nós vamos protegê-las de tudo, serão mulheres fortes como nós duas. – Minha esposa concordou ainda emocionada.

Seguimos para casa em silêncio, quando chegamos em casa Lurin parecia meio que no automático, ela me ajudou a sair do carro para o elevador. Ally e Ayra cochichavam entre si desde a nossa saída da clínica, eu tenho certeza que elas estão armando alguma coisa.

Assim que o elevador se abriu no nosso andar e colocamos o pé fora dele, uma chuva de confete rosa subiu no ar e gritos de comemoração. Tanto eu quanto Lurin ficamos surpresas ao ver que tudo estava decorado com rosa, meu pai e a família de Lurin estavam ali.

×××

— Não acredito que você desmaiou! – Meu sogro gargalhou.

Estávamos a mesa jantando, minha sogra mandou preparar um verdadeiro banquete.

— Pai são três meninas, três! – Lurin falou desesperada. — Eu já não estava pronta para ter uma, e agora vem três. Eu estou ferrada, muito ferrada! – Lurin já tinha cara de choro novamente

— Amor não faz drama! – Pedi já vendo que esse drama vai se estender por muito tempo.

— É Lurin, não faz drama. Ninguém mandou ter uma britadeira no meio das pernas e em placar quatro de uma só vez.... – Zayn debochou arrancando risada de quase todos.

— Eu acho que podemos nos mudar agora, logo Aisha vai para escolinha aí nos dois nos ajudamos. – Farid começou a falar. — A gente amplia a nossa segurança, podemos montar nossa própria empresa de segurança só com ex fuzileiros. – Eu estava chocada e a esposa de Farid também.

— Ótima ideia! Podemos infiltrar pessoas em uma escola somente para meninas, e se algum vagabundo se aproximar das nossas meninas a gente manda matar! – Todos menos Zayn, Farid e Zayed estavam  chocados.

O jantar seguiu com Lurin e Farid planejando absurdos que eu jamais deixaria que ela colocasse em prática, Dinah e Vero se divertiam e colocavam mais fogo na lenha. Juro que eu tive vontade de cortar o pescoço daquelas duas, nem mesmo eu olhando feio para elas, elas pararam de incentivar.

Quando jantar terminou ainda conversamos um pouco e decidimos nos recolher, com a gravidez meu sono triplicou. Lurin e eu tomamos banho juntas, enquanto ela me banhava eu fiz questão de tirar as bobagens que ela estava pensando da cabecinha dela.

— Vamos ser boas mães, elas serão mulheres inteligentes e vão saber fazer boas escolhas assim como nós fizemos. – Falei enquanto ela me enxaguava.

— Mas se machucarem elas? –. Lurin tinha um bico fofo nos lábios.

— Vamos ser as mães leoas que somos e vamos protegê-las...

Depois do banho a minha esposa me deixou deitada e ter que ir buscar Hades e Zeus, desde que soubemos da minha gravides e eles perceberam que eu estava grávida, os dois se a pegaram muito a mim. Se deixasse eles dormiram todos os dias conosco, mas Lurin não gosta que eles durmam no chão e na cama é perigoso e não cabe.

Quando Lurin voltou o primeiro a subir na cama foi Hades, Zeus ainda é pequeno demais para subir sozinho. Hades cheirou minha barriga com cuidado e em seguida se deitou ao meu lado.

— Estou bem, grandão. – Fiz uma carícia em sua cabeça. — São três meninas, sua mãe surtou e até desmaiou. – Hades me olhava com atenção, como se entendesse.

— Foi um baque amigão, eu não tive como segurar. – Lurin se sentou com Zeus deitado em suas coxas. — Bom que elas terão vocês para protegê-las, vão fazer de jantar os bíblicas que tentarem magoar elas.

Ficamos um pouco com eles até que eu apaguei completamente e acordei apenas de madrugada olhando para os lados, vi que Hades já não estava mais na cama e Lurin dormia profundamente deitada de barriga para cima.

Me aconcheguei nos braços dela me sentido com coração aquecido, ela me abraçou e suspirou abrindo os olhos.

— Tudo bem? – Sua voz era rouca e baixinha.

— Sim, eu nem sei porque acordei... – Deitei a cabeça no ombro dela.

— Volta a dormir amor, ainda está cedo para acordar. – Ela beijou minha cabeça.

— Eu te amo Lo, obrigada por tudo. – Falei levantando a cabeça para encará-la.

— Me sinto tão segura com você, desde sempre você foi meu remédio. – Desde que soubemos da gravidez, ela não teve mais nenhum pesadelo, mas mesmo assim concordou em se tratar com Selena. — Eu me sinto muito confortável quando estou com você. É surpreendente porque geralmente eu não nunca me  sentia confortável perto de... Bom, ninguém. Tudo que eu sou hoje, é graças a você. – Sorri emocionada.

— Vamos ser eu e você para sempre né? – Perguntei vendo um sorriso brotar nos lábios dela.

— Ao infinito e além... – Ela respondeu sorrindo e eu deitei novamente em seu ombro.

— Você não citou Toy Story não né... – Falei risonha.

— É eu citei... – Ela falou rindo também.

— Ok vamos dormir...

Um pouco antes de voltar a pegar no sono eu senti uma sensação completamente inédita, um misto de nostalgia e euforia. Quem diria que ir para Dubai em um salto no escuro, com um amigo que eu não via há anos. Me levaria a esse resultado tão maravilhoso, casada com a mulher que eu amo e esperando três filhas que mesmo não tendo as visto ainda, eu as amo de maneira imensurável.

A vida era cheia de surpresas, e eu só tenho a agradecer por ter colocado uma Sheikh em minha vida.

SheikhWhere stories live. Discover now