15.

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「 • Uma Despedida Dolorosa• 」

Os dias na casa de Ray foram muito alegres. Os dois jovens estavam agora experenciando algo novo e lindo. Porém sendo algo ainda recente, que apenas mantinham entre os dois. 

Os dias passaram rápido e, nos últimos dois dias antes de sua volta, voltaram a casa de Abby, para que ela pudesse estar com sua mãe, no entanto, Levi já tinha voltado para o exterior, visto que, o Capitão original teria que assumir as responsabilidades mais cedo que os cadetes em folga.

Folga essa, que durou muito pouco. O tempo que estava sendo um paraíso para Abby, se quebrou ao saber que tinha passado tão depressa. Ela estaria de volta, em pouco tempo, às missões violentas e saguinárias fora das muralhas. 

Ela possuía apenas mais um dia para disfrutar, apenas mais um. Foi um dia simples, mas maravilhoso. 

Deu tempo para relaxar e beber café no jardim, na companhia da sua mãe, Petra. E algo chamou muito a atenção da mesma, a constante companhia de Ray junto de Abby. Não que ela se importasse, sabia perfeitamente que a sua garotinha já era adulta, mas o comportamento entre os dois mudou nos dias em que estiveram ausentes.

Não queria tirar conclusões precipitadas que pudessem criar mal estar na filha, por isso, decidiu "investigar" de modo discreto. O que não foi díficil, reparou nas mãos constantementes juntas em momentos com poucas pessoas, percebeu também, uma das mãos de Ray na coxa de Abby durantes as refeições. E não era só.

― O dia está muito lindo ― falou Petra. No entanto, algo chamou a sua atenção enquanto olhava a sua filha. ― Abby, onde comprou o anel? 

― O-O quê? Esse anel? ― ergueu Abby sua mão pálida. ― Eu não o comprei.

― Onde arranjou então? ― perguntou a mulher loira de modo curioso. 

― Bem, foi Ray que me ofereceu. ― foi aí que a garota foi totalmente pega. Estava olhando tão ternamente para o anel, com um sorriso lindo e genuíno, que fez Petra ter as provas suficientes que precisava.

No entanto, nesse mesmo momento soaram as seis da tarde, dentro de meia hora, Abby e Ray iriam partir para o Quartel e, por esse mesmo motivo, tinham que arrumar os seus pertences. 

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Eles iam sair. Petra sabia que sua filha não voltaria tão cedo, as saudades seriam insuportáveis e díficeis de aguentar. 

Nos seus últimos momentos, Petra deu um abraço forte na garota, que estava mais baixa para se despedir da mãe. A mãe que ela tanto amava, a mãe que a compreendia melhor que tudo e, com quem viveu sua infância, a mãe que desde cedo insistia para que ela não se juntasse para a Tropa de Exploração. Abby poderia ter sido egoísta ao escolher um destino assim, mas foi egoísta a pensar na proteção dos amigos que amava. 

Após o abraço longo e demorado, Ray foi colocando as malas na carruagem, olhando, sorridente, para o momento mãe e filha. Elas se soltaram, Abby deu um beijo na testa da mãe.

― Eu não vou me esquecer de escrever, prometo! 

Se afastando lentamente, Abby foi indo rumo à carruagem. Mas, algo inesperado aconteceu, Petra se juntou do lado de Ray.

― Cuide da minha filha, Ray. Seja um bom namorado para ela, você é um bom garoto, não duvido de você. ―sorriu, enquanto o jovem corou com a referência "ao namoro deles".

Abby ouviu, embora estivesse longe.

Abby: ― M-Mãe? D-De onde tirou isso?

Petra: ― Não importa... ― sorriu o mais ternamente possível. ― Se você é feliz, por mim tudo bem, filha. E seu pai vai perceber embora com seus ciúmes inabaláveis, vai contar a ele? Com certeza que o Levi ficará feliz por saber. ― sorriu. ― Ele, como eu, só queremos que seja feliz, Abbyzinha.

Abby: ― Mãe... ― a jovem abraçou a mãe. ― ... Obrigada. Eu tenho que ganhar coragem antes de falar com o pai, não quero que ele se sentia mal, ele não se habituou à presença do Ray ainda, mas eu vou ajudar nisso. ― sorriu. ―Te amo, mamãe! ―falou se afastando. ― Se cuida, viu?! Não se ponha fazendo besteira na cadeira de rodas, que eu 'tô te vendo, hein?! ― riu.

 Petra: ― Sim, Abby... ― sorriu enquanto a garota subia na carruagem. Foi aí que a postura calma se rompeu. E sua voz gritou o que lhe vinha na alma. ― Volte logo! Não deixe os Titãs fazer mal para você! Não se esqueça de me escrever, comer bem e não beber tanto café! Seja boa menina, viu? Deixe suas pessoas verem a Abby gentil que é! ....

A carruagem já tinha ido. Petra tinha que aceitar, tanto Levi, tanto Abby, tinham como destino lutar contra os Titãs e salvar a humanidade, como ela outrora teve. Não deixava de doer, suas lágrimas não deixaram de cair. Quem lhe podia garantir, que voltaria abraçando a filha, depois que ela fosse em missão? Ela não se perdoaria.... Isso nunca.

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O sol já se punha. A vista era ofuscada pelos edíficios altos em redor da carruagem. Eles estavam chegando no Quartel, onde iriam voltar ao seu trabalho. 

No entanto, no meio de todos os pensamentos, uma coisa veio à cabeça de Abby.

"Regra nº16: Proibido ter relações com os companheiros."

Uma regra que não poderia ser quebrada e, que foi criada já antes de ela entrar na Tropa. Seu pai era o capitão, um capitão sempre seguia as regras dos comandantes. Ele aceitaria isso? Para além do mais, eles não poderiam agir de forma livre, como um casal, dentro daquele edíficio, no meio de todos os olhares? 

Isso seria díficil, algo que Abby nunca pensou que viesse a acontecer: "Quebrar uma regra"

Embora, emburrada, com ar frio e manias de limpeza, Abby sempre foi educada a cumprir as regras, isso se aplicava tanto em casa, como no trabalho. Regras eram regras, feitas para serem cumpridas. 

Mas e se ela quebrasse uma pelo Ray, seria ruim?

After ―  A Filha De Levi [Attack On Titan] ― Parte IIWhere stories live. Discover now