After ― A Filha De Levi [Attack On Titan] ― Parte II

19.

「 • ❝Ele confia em você, Abby.❞ • 」

A madrugada nasceu com os pássaros acordam cantarolando. Eram já sete, quando o turno da manhã ocupou seu trabalho. No entanto, algo marcou muito os soldados. O intenso cheiro a vinho.

― Que cheiro é esse? ― perguntou Abby para seu namorado, que estava bem do lado dela.

― Vinho, eu acho. Mas, desde quando que têm vinho por aqui? ― falou o moreno, tapando o nariz e a boca com a mão. O Smith odiava cheiro a vinho.

― Uma encomenda trouxe. ― falou uma voz rouca, a voz de Levi Ackerman.

― H-Heichou. ― gaguejou Ray. 

― Algum problema pirralho? Eu só vim falar com a minha filha. ― falou de modo frio e seco o Ackerman.

― Certo, Capitão. ― Ele ia afastar-se, se não fosse Abby. 

― Na na ni, na não, vais ficar aqui que não tenho paciência para te procurar depois, além disso, não tem problema de ele estar aqui, né pai?

― Hm. ― Resmungou Levi.

― Então... O que você tem para falar comigo? ― disse Abby sorrindo.

― É algo bem... sério. E por isso que eu, bem, gostaria de falar com você sem essa girafa por perto. ― revirou os olhos, evitando Ray.

― Ei! ― gritou Abby indignada com a crítica ao namorado. ― Ele não é uma girafa. Sorte a dele que cresceu e não ficou pequenino, que nem eu. 

― Está me chamando de pequenino, Abby Ackerman? ― falou lançando um olhar mortal. Poxa, ele estava mesmo enervado.

― N-Não!  E-Eu vou com você hehe. ― Levi começou a andar, na esperança que a garota o seguisse, mas antes disso, Abby sussurou algo a Ray. ― Espere por mim um pouco, eu volto já já. Ele deve ter passado por um mau bocado no interrogatório ou assim.

Abby correu até alcançar seu pai. Se perguntando o motivo de ele estar assim.

― Tudo bem, papai? Está mais emburrado que o costume. ― 

― Talvez esteja, mas tenho meus motivos. ― colocou as mãos nos ombros de Abby. Merda, ela começou tremendo. Ele descobriu? Seu pai descobriu seu segredo?! N-Não, não podia ser... Ela não lhe queria contar agora, estava esperando o momento ideal! ― Os meus homens ficaram todos embriagados. Tsk. Que ódio, já bati em todos eles. 

― A-Ah, entendo. Mas tenha calma, eu não vou beber vinho. Nunca fui disso. Prefiro meu cházinho e meu vício em café. ― disse Abby dando um risinho nervoso. ― Esse é o assunto sério?

― Abby, Abby, todos os assuntos entre pai e filha são sérios. Importantes! Ou não acha o mesmo?

― Entendo... ― a garota olhou para o chão. ― Pai, porque você não gosta do Ray?

Ele a encarou. Não esperava ouvir essa pergunta. 

― Eu não odeio ele. Apenas... ― 

― Apenas? ― Interrogou-o Abby.

― Eu sei que ele é um bom garoto, mas...

― Mas, o quê, pai?

― Eu só, só não gosto que fique longe de mim por causa dele. Eu sei que você tem que crescer, sei que ele a deixa feliz, ele é seu melhor amigo... 

― Ciúmes, é isso? ― a garota franziu o sobreolho.

― Hm. ― apenas ouviu um murmuro de seu pai.

― Olhe, se estiver com ciúmes, não precisa ter! Eu continuo amando muito você, independentemente dos amigos que eu tenha, ou das pessoas com que conviva! Eu nunca  trocaria você! Aliás, é meu pai, certo? ― Ela estava sorrindo e, seus olhos voltando a uma cor azulada.

― Eu sei... ― Levi respondeu.

― Então! ― Abby abraçou-o. Porém, a garota não decidiu falar-lhe de seu namoro secreto, pelo o simples motivo, que Levi não estava habituado à ideia de Ray estar sempre por perto, embora ele estivesse sempre em torno de Abby. ― Olhe, eu acho que deveria ir descansar... E além do mais, eu não posso ficar aqui muito tempo. Lembra que tenho que fazer a patrulha do Zeke, né?

― Certo. ― falou o Ackerman com a cara de bunda habitual. ― Se cuide, viu? Se morrer eu te mato!

― OK! ― Abby respondeu rindo para si e se afastando. Como que ele a matava morta? 

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A garota Ackerman estava sentada num dos imensos ramos da árvore para evitar os soldados bêbados, do seu lado estava, naturalmente, Ray.

― Sinceramente, eles estão aqui para servirem enquanto soldados, ou para encherem as suas barrigas de vinho? ― resmungou Abby, enquanto observava Zeke no seu "hotel" que este frequentava enquanto Levi não estava presente.

― O problema é deles, Abby. Não têm como impedi-los, talvez só o capitão seja capaz de fazê-lo. ― respondeu Ray com a voz rouca mas calma. 

― Eh... ― concordou Abby, enquanto Ray colocava sua mão por cima da dela. 

― Isto está demasiado tranquilo... ― comentou o Smith

― Porque fala isso? ― perguntou a Abby.

― O Zeke Yaeger que está demasiado tranquilo, não sei, é estranho. Parece que está sempre planejando algo e, pior, notei seu olhar de satisfação ao ver os soldados bebendo? Não acha estranho? E ainda mais, porque ele não fugiu enquanto estão todos bêbados?

― Eu não sei... Mas o que está dizendo faz realmente sentido. Acho que deve falar com meu pai sobre isso. ― 

― Acha que ele vai me ouvir? ―  perguntou Ray.

― Porque pergunta isso, Ray? Ele é seu capitão, tem que ouvir. 

 ― Ele parece bipolar ― 

― Bipolar, Ray?! ―  Abby começou rindo.

―  Sim, bipolar, ele do nada está me perguntando sobre meus sentimentos em relação a você e a me dar autorização e, cinco minutos depois, está me lançando um olhar mortal e a tentar afastar-me? ―  Ray a olhou, enquanto franzia o sobreolho com as atitudes estrn 

― E-Ele falou isso? ―  a garota corou.

―  Uhum. Espera, você está corando, porque?... ― 

―  Porque não esperava isso! ― ela sorriu. ― Mas, acho que ele não odeia você. Simplesmente não está habituado a você a toda a hora. ― acariciou os cabelos escuros do moreno.

― Quando lhe vai contar, Abby? Será pior se ele descobrir sozinho do que pela sua boca. 

―  Eu sei, Ray... Eu quero contar. Mas, eu não sei... Eu quero que ele não se importe, mas para isso ele precisa de se habituar à sua presença, por outro lado, acho que... nunca me sinto preparada para contar. Ele nunca muda sua reação com você, é sempre o mesmo. Eu, sempre que ele faz algo assim, ganho menos coragem de lhe contar... Eu não sei, é das primeiras vezes que me sinto assim.

― Entendo. Mas a Abby Ackerman que eu conheço vai ter coragem, certo? ―  Ele encarou os olhos da sua namorada bem fundo. ―  Seu pai sabe que confia nele, será pior se não lhe contar! Ele provavelmente sentiria que sua filha não confiava mais nele, e isso deixa qualquer pai triste, principalmente quando seus filhos são adultos. Acredite em mim.

― Obrigada, Ray... ―  beijou sua mão. ―  Eu conto para ele dentro das muralhas, não quero que ele se desconcentre aqui!