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「 • Grávida • 」

A noite passou rápido, porém Ray não conseguiu dormir. Ele estava ansioso com o que tinha acontecido na noite passada. Ele bem se lembrou, poderia ter sido um sonho, mas ao olhar para suas olheiras, elas não lhe disseram o mesmo.

Ele ainda respirava tentando manter a calma. Observando a Ackerman dormir pacificamente do seu lado e, voltando a colocar uma mão sobre sua barriga. Ela sorriu nesse momento. Perfeita, pensava o Smith. A garota acordou pouco depois de sentir o seu corpo de afastar do calor, do de Ray. 

Abby: ― Bom dia. ― bocejou. Olhando com os olhos semi-abertos. ― Você se sente bem? Está com olheiras...

Ray: Bom dia. ― falou beijando a testa da Ackerman. ― Eu estou. Mas, eu gostaria que você fizesse um exame.

Abby:  Exame? Eu não estou doente, Ray... ― 

Ray: ― Faça-o por mim. É só para verificar se você está bem, 'tendeu? Não fazes exames diagnóstico a algum tempo...

Abby: ― Certo... ― suspirou. ― Mas, assim que eu fizer você vai dormir, correto?

Ray: Corretíssimo. ― disse sorrindo. ― Agora, vá lá na enfermaria e peça para a analisarem, quero saber se você está bem antes de sua folga.

Abby: Ai! ― resmungou. ― Para quê tanta pressa? Acabei de acordar. 

Ray: ― Ah, por favor. ― fez beicinho. 

Abby:  Está bem, então. ― Ela ri. ― Mas quero comer antes, que estou desfalecendo aqui. 

Os dois decidiram sair do cómodo do Smith e, assim, tomar o café da manhã juntos. 

Em contraste com o outro quartel, esse era muito mais tranquilo. O que facilitava com que eles saíssem e entrassem no mesmo quarto e ninguém reparasse. Para além do mais, por haverem menos pessoas, a cantina era um lugar mais sossegado, possibilitando um "café da manhã relaxante", pelas palavras da Abby.

A garota Ackerman, pegou no costume pão amanteigado. De certa forma, ela deixou de beber café, por motivos que até a mesma não conhecia. Ela dizia que queria parar seu vício, quando na verdade, era apenas para evitar vomitar depois. Essa era a sua realidade agora, o café lhe dava vómitos e, por esse motivo, começou bebendo chá. 

Terminada a refeição, Abby foi preparar suas malas antes de tudo. Ela sabia que diagnósticos duravam algum tempo e por isso, queria evitar deixar as suas malas para a última. Ela levava pouca coisa, pois grande parte de suas roupas "bonitas", ainda estavam em casa. 

Fechando a mala, a jogou para um cantinho do quarto, deixando-a lá ficar enquanto não ia embora. Sua ida estava marcada para o final do dia. Teria tempo, já que ainda eram oito da manhã.

Descendo lentamente as escadas de madeira escura, bateu numa porta do mesmo tipo, cujo uma placa indicava "Enfermaria". A enfermaria servia para todo o tipo de coisas na Tropa de Exploração, por isso, ela iria tratar de seus exames lá. 

Quem atendeu seu pedido, foi uma jovem enfermeira. Ela fez de todos os exames que precisava para concluir o estado da saúde de Abby. Como os critérios de saúde da Tropa eram muito restritos, principalmente para as mulheres, já que estas corriam o risco de virarem mamães, não poupou esse teste à Abby.

Agora, sentada, enquanto eram calculados os resultados, estava a Ackerman. Eram dez da manhã. A mesma repousava a cabeça na parede, ouvindo o silêncio daquela pequena sala. Esse, que foi interrompido pela enfermeira.

Enfermeira:  Já temos os resultados.

Abby:  Então? ― perguntou curiosa.

Enfermeira: Está tudo bem, seu sangue não têm excessos de açúcar, seu coração bate normal e... ― parou por momentos.

Abby: E? ― 

A mulher emocionou-se. Lágrimas quase caíram de seus olhos, era raro ter casos assim na Tropa.

Enfermeira: ― Os meus parabéns! ― disse  por fim.

Abby:  Er... Eu não faço anos? ― franziu o sobreolho.

Enfermeira: ― Não é esse tipo de "parabéns", é que... A menina está grávida. ― falou sorrindo. ― De dois meses e meio.

Abby olhou sem reação. Grávida? Como assim grávida? Ela ficou paralisada. Parecia chocada no exterior, enquanto seu interior aquecia com o calor de seu coração batendo freneticamente, batendo de amor pela criança que estava crescendo em seu interior. Ela não sabia como se faziam bebés desde à um segundo atrás, quando na sua mente lembrou aquela sua noite com Ray. Não que estivesse zangada, isso nunca! Embora se sentisse feliz, muito feliz. Porém, não sabia como reagir, pois sua mente estava muito bagunçada naquele momento. 

Enfermeira: ― Quando bater os três meses e meio de gravidez, aconselho sinceramente, a abandonar suas funções na Tropa. Para seu bem e da criança. ― Parou por um pouco. ― Oh, oh! Esse é seu primeiro filho, então tenha cuidado com sua alimentação e esforço físico. Para além de que, no patamar onde está, poderá começar já a sentir pequenos pontapés, embora sua barriga ainda esteja em fase de crescimento, por isso, não se assuste! ― ela sorriu, olhando para Abby.

Abby: O-Obrigada. ― falou derramando algumas lágrimas. 

Enfermeira: Pode vir aqui sempre que quiser pedir ajuda a lidar com sua gravidez! É tão lindo quando mulheres soldadas estão grávidas aqui, dá outra cor para a enfermaria. ― voltou sorrindo. ― Meu nome é Ellen. Eu sei que não é a melhor altura para me apresentar. Mas, deveria falar com o papai dessa criança o quanto antes. 

Abby: ― S-Sim. ― falou limpando as lágrimas. ― E-Eu irei.

Ellen passa uma folha escrita com alguns cuidados a tomar, bem como, os resultados de seus exames. Levando agora essas folhas na mão, apenas foi para seu quarto. Como Ray iria reagir? E, pior, como seu pai iria reagir?! 

Ela não se arrependia de nada. Isso não. Mas, a dúvida, a incerteza e o medo, surgiram na sua mente, fazendo-a agarrar o travesseiro de sua cama, escondendo sua face lá.

Para sua infelicidade, mas para a felicidade de todos nós. Alguém bateu na porta.

Ray:  Abby? Você está aí? ― perguntou. Mas, sem resposta, decidiu abrir a porta para confirmar. Notando-a em cima da cama, totalmente encolhida e com seu rosto escondido no travesseiro. ― Oh... Você está bem? Os exames correram bem? ― ele tentou dar um sorriso, embora a situação não lhe parecesse feliz. ― Abby? ― se sentou do lado dela, passando a mão pelas costas da Ackerman.

Abby: ― Você iria me deixar? ― o som foi abafado no travesseiro.

Ray: ― Quê? ― pergunta confuso. ― Porque eu haveria? Só fim checar se tinha corrido tudo bem... Mas pelos vistos não correu... O que aconteceu? Quer me contar? ― perguntou docemente, sabia que Abby não estava totalmente bem. ― Se não se sentir confortável pode ―foi interrompido pelo o movimento rápido de sua namorada em frente dele.

Seus olhos ainda estava azulados, e isso, deu a certeza que o Smith precisava para saber que ela não estava "totalmente mal".

Abby:  Ray... E se eu falasse que eu estou grávida e o pai dessa criança é você?

After ―  A Filha De Levi [Attack On Titan] ― Parte IIWhere stories live. Discover now