Prólogo

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Eu sempre quis escrever esse livro.

Agora sentada em sua mesa completamente revirada em papéis, marca-textos usados e revistas jogadas, ela se perguntava porque havia demorado tanto tempo.

Demorara mais de um ano para começar uma leitura e mais de dois para acabar — sempre que se lembrara disso inevitavelmente entrava em uma frustração sem fim. Mas rapidamente se livrara da mesma enquanto contará quantos livros havia sido lidos em todo o último ano — quarenta e sete no total —, que realmente não era um mau número, mas a trazia para a mesma frustração, pois ao mesmo tempo, havia quarenta e sete obras não concluídas.

Quarenta e sete ideias não colocadas no papel, quarenta e sete vezes que fora capaz de imaginar que algo progredisse a partir do primeiro capítulo. Ao mesmo tempo, tudo a levará a mesma pergunta — Por quê? E mais uma vez chegará na mesma resposta — Porque acabou sendo tola demais para abandonar seu hábito de ler, havia sido tola demais para se moldar por outros. Ah, se eu pudesse voltar.

Havia a plena consciência de que jamais poderia voltar atrás. Mas havia um lado bom em que ainda havia tempo para consertar.

Merlin se voltou à meta que se dará nos últimos dois anos, era ler duzentos e cinquenta livros — o qual já estava em quarenta e sete e estava muito bem, obrigado.

Recentemente, porém, prometeu a si mesma que escreveria seu primeiro livro e que ele seria completamente diferente de todas as quarenta e sete falhas anteriores.

Ainda com a mesma certeza de que estaria longe se não houvesse parado nem por um segundo, respondeu a si mesma a pergunta que havia feito pouco antes — Porque fui tola demais por pensar que deveria ser o que os outros esperassem. Como eu odeio a adolescência!

Quando entrou no ensino médio, Merlin perdeu parte de quem era. Esqueceu-se do que realmente gostava, abandonará todos seus livros e deixou que sua frustração por escrever parasse em quarenta e sete.

Retornou ao seu velho amigo de papel quando atingiu os dezoito e com o coração quebrado, os dois conseguiram o colocar no lugar.

Passou-se dois anos desde que havia se afastado (por exatos quatro anos), a garota ficou mais de um ano e meio esperando por finalmente conseguir terminar um livro e quando finalmente conseguiu, estabeleceu sua regra dos duzentos e cinquenta.

Deixando de lado o resto de seu lanche e limpando a mesa com duas palmadinhas ansiosas, finalmente se pôs a escrever em um velho caderno o seguinte título:

Deixando de lado o resto de seu lanche e limpando a mesa com duas palmadinhas ansiosas, finalmente se pôs a escrever em um velho caderno o seguinte título:

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