2 - Parte I

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Decorei todas as formas, cores e sabores
Não sou um poeta apaixonado mas aqui ainda existe seus vestígios

Ainda me pego admirando seus valores
O tom da sua voz é canção assimilada com prestígio
mas para esse poeta você é apenas um dos anteriores

Eu deixei me burlar por seu falso prodígio
Invisual para a verdade, rastreio por dias indolores

O poeta estava ciente de seu desprestígio
mas nunca precisou de muito para que ele morresse de amores

- Libeel.

  Libeel era criativo, talentoso e um grande poeta. Ele era alguém que sentia dores o tempo todo e era feliz o tempo todo. Ele poderia ser a pessoa mais calma do mundo e ao mesmo tempo, a mais furiosa. Libeel enfrentava um luto, mas ao mesmo tempo, era como se nunca houvesse perdido nada.

  Em sua página existia poemas de todas as maneiras, de todos os tópicos e de várias vidas. Libeel poderia ser qualquer um, poderia ser até mesmo ela — Miranda se recusava a acreditar nisso, afinal, estava escrito "um poeta" e não uma.

  Miranda se sentiu extremamente admirada pelo poeta, passou as duas horas que havia livre após a faculdade em frente ao computador, lendo e relendo suas obras.

  Um pouco atrás do balcão, na parede da sala, havia um mural que tomava toda a área da parede. Merlin costumava pintar o que admirava e escrever tudo o que conseguia tocá-la no fundo da alma ou o que ela acreditava que deveria decorar e aprender. E após uma rápida revisão em seu mural, se arrumou e foi em direção ao trabalho.

  O dia se passou sem grandes acontecimentos, exceto por:

– Então... – o rapaz loiro, sardento e com alguns dentes fora do lugar que estava sentado no banco e debruçado sobre o balcão começou a dizer e Miranda o mirou com o olhar, sem levantar o rosto da xícara que ela estava preparando. Isso fez com que ele hesitasse um pouco. – Theo.

– Theo...? – Ela indagou e o garoto corou e sorriu sem graça.

– Theo. Theo Adam. – continuou e Miranda levantou o rosto enquanto esperava pela conclusão. – É. Bem, esse é o meu nome. O seu é?

  Miranda vacilou um pouco em sua carranca e permitiu um leve sorriso, o que fez com que o garoto sorrisse também.

– Miranda. Miranda Merlin. Bem, esse é o meu nome. – a garota disse ainda sorrindo e o garoto retribuiu rindo nasalado por ela o ter imitado.

  Eles ficaram alguns segundos em silêncio, exceto pela conversa dos poucos clientes que havia ali e pelo som da música que tocava na televisão que havia na parede. Miranda voltou seu olhar para xícara e continuou o seu trabalho.

– É bem legal não? – Ela levantou o olhar novamente e Theo hesitou mais uma vez. – A música. Harry. Harry Styles.

– Bem, esse é o nome dele. – Ela concluiu e os dois sorriram pequeno um para o outro. – Número 234. – Miranda gritou e esperou que o cliente pegasse o seu café.

– Você gostaria de sair comigo? – O garoto disse rápido e em um fio de voz assim que o cliente pegou seu café e se retirou. – Podemos comer algo. – ele disse rápido e em seguida, como se com medo de que a garota recusasse completou: – E ouvir Harry Styles. Esse é o nome dele, afinal.

Eu Sempre Quis Escrever Esse LivroWhere stories live. Discover now