18 - Parte II

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  Miranda encarou a pequena formiga no chão como se fosse a coisa mais interessante no mundo. Continuou mirando distraidamente a pequena e confortável sala.

– Há mais alguma coisa? – Insistiu a doutora e Miranda voltou o olhar para mesma, que não havia desviado o olhar em nenhum momento.

– Não, na verdade. – Ela respondeu simplesmente e voltou para a sua jornada de observação.

  Dra. Angelis era paciente o suficiente para aguardar até que Miranda estivesse confortável o suficiente para continuar colocando tudo para fora. Haviam progredido muito nas duas últimas semanas. Miranda foi capaz de abrir-se, por mais que pulasse partes que ela não julgava necessário dizer — mas sabia que a doutora estava ciente de que ela estava omitindo. Mesmo assim, ela não forçou para descobrir o que estava sendo omitido, tinha certeza de que isso viria com o tempo.

– Tio Max? – Perguntou Dra. Angelis sem nunca desviar o olhar e Miranda o sustentou. – Você citou ele algumas vezes.

– Oh sim, correto. – Ela respondeu um pouco incerta, mas ainda assim, continuou: – Eu meio que sinto falta dele.

– Certo, – A doutora assentiu. – O que você irá fazer em relação a isso?

  Miranda piscou surpresa por alguns segundos e deu de ombros, porém respondeu:

– Eu não tenho certeza de que vou fazer algo.

– Por quê? – A doutora insistiu e Miranda suspirou.

  Não fazia ideia do porquê. Na verdade, não tinha certeza de uma porção de coisas nos últimos dias. A única certeza que tinha era de que estava tentando ignorar coisas que deveria ter feito há muito tempo. O pior de tudo, era saber disso.

– Não quero que ele saiba que odeio o curso que sempre sonhou para mim. – Ela conseguiu responder depois de um pouco de elaboração. – Além do mais, eu não sei como ele irá reagir depois de anos sem me ver. Talvez fique emotivo demais.

– Quando você diz isso para si mesma, funciona? – A doutora perguntou.

  Miranda quis gritar e bater os pés como uma criança para que ela parasse de fazer perguntas tão complicadas de responder.

– Faz um tempo que está funcionando, eu acho. – Disse simplesmente e verificou o relógio na parede, torcendo para que a sessão terminasse logo.

– Pretende encerrar o seu curso?

– Eu não sei! Eu só não posso visitá-lo se eu estiver com essa pendência enorme nas minhas costas. – Miranda disse tudo de uma vez e a doutora a deu um olhar orgulhoso, por estar desabafando novamente.

– E já pensou em apenas acabar com essa pendência para visitá-lo?

  Miranda pensou por alguns segundos. Já havia pensado nisso diversas vezes, mas em nenhuma delas havia sido dessa forma. Ela não havia tratado como um "apenas". Pensar por esse lado a fez considerar e ponderar sobre.

Eu Sempre Quis Escrever Esse LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora