16 - Parte II

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"Se eu fosse transparente,
o suficiente
Apenas para que passasse
do átrio esquerdo para o sistema límbico
E desvendasse o que lhe direi se for paciente

Pertinente o bastante,
para que esteja ciente
Que mesmo antes de lhe ver
e até que eu me cansasse,
Poderia te olhar por toda a eternidade"

- Magnoly.

  Miranda observou o sorriso torto que estava no rosto de Liana enquanto ela sorria para uma foto que havia sido postada em uma rede social alguns dias atrás. Estava agora, sentada de costas para o mural. Virou-se apenas para observar o desenho da poeta que ainda não tinha um rosto. Miranda sorriu e caminhou até ele, pegando um lápis que estava largado por ali mesmo.

  Libeel tinha um rosto. Era quase que estranho pensar dessa forma e mais ainda quando Miranda percebeu que era um rosto que não a fazia recuar por ser de uma garota — pelo o contrário, fazia com que uma excitação passasse por suas veias. Era novo, divertido e assustador, mas de um jeito muito bom.

  Não demorou muito para que ela salvasse aquela foto, desligasse a internet e se dedicasse naquele desenho inacabado de quase dois meses atrás. Teve de apagar um pouco o formato do rosto, para transformá-lo no da garota — que era um pouco mais quadrado e com o queixo um pouco pontudo.

  Miranda não soube exatamente dizer quanto tempo ela passou ali, finalizando o desenho de Libeel. Após chegar a conclusão de que estava parecido o suficiente com a garota de cabelos prateados, ela assinou. Um pouco abaixo, Miranda riscou o nome Libeel. Adicionando naquele título, outro nome: Liana.

  Miranda chamou um carro para levá-la até um apartamento em específico. Ainda com aquele desenho em uma das mãos e na outra, um chaveiro de metal. Ficou parada em frente a porta branca por alguns segundo e assim que finalmente reuniu coragem o suficiente, ela deu dois toques.

– Miranda! – Clarice mostrou-se um pouco surpresa com a aparição inesperada da filha.

  Miranda percebeu que sua mãe quase sorriu, porém ela sabia que ambas ainda estavam hesitante o suficiente para qualquer demonstração de carinho. Não estava ali para mudar isso. Na verdade, estava para garantir que não fosse afastada de Elliot, caso não escondesse sobre Liana — ela não pretendia guardar isso de mais ninguém, se fosse sincera consigo mesma.

– Eu posso entrar? – Após a pergunta, Clarice assentiu e deu espaço para que a garota passasse.

  Miranda ficou parada em frente a sua mãe e respirou um pouco antes de mostrar-lhe o desenho de Liana.

Eu Sempre Quis Escrever Esse LivroWhere stories live. Discover now