Laços de Amor

1- Pare de invadir meu quarto

Alícia Narrando:

Deixei minha mão deslizar pelo tela em branco, eu ainda não tinha certeza sobre o que eu pintaria mas sabia que queria usar a cor verde, comecei a pintar leves traços verdes deixando minha imaginação guiar até que se tornasse algo.

Minha infância além de diversos momentos divertidos com meus irmãos e meus pais também é repleta de memórias nas quais eu estou sempre desenhando algo. Não tem um dia em que eu tenha abandonado as folhas de papel ou as telas de pintura, sempre que posso me fecho em meu próprio mundo e começo a me expressar através da arte.

Eu sempre tive o apoio dos meus pais, eles sempre me incentivaram e isso fez com que a arte se tornasse minha paixão e é o que pretendo fazer por toda a minha vida. Mamãe e papai são as pessoas mais incríveis que conheço, eles trabalham com aquilo que mais amam, minha mãe é cantora e compositora e meu pai dançarino e coreógrafo, fico totalmente admirada pelo forma que eles se entregam as suas paixões, sem medo de errar apenas seguindo seus sonhos.

Quero ser corajosa como eles e viver todos os meus sonhos.

-Caught the air in your woven mouth, leave it all I'll be hearing how you went- Cantarolei enquanto pintava. Eu amo ouvir músicas quando estou produzindo algo e as canções da Novo Amor são as minhas prediletas, fazem eu mergulhar mais profundo no que estou fazendo e sentindo.

Quando estou pintando é como se o mundo ao meu redor desaparecesse, sinto como se fosse eu mesma e pudesse me expressar e dizer tudo o que está guardado dentro de mim, é sem dúvidas um dos meus momentos favoritos do dia, quando eu fecho a porta do meu quarto, coloco um música boa e deixo minha mente livre para criar.

-O que está pintando dessa vez?- Dou um salto da cadeira deixando o pincel escapar das minhas mãos.

Com a respiração ofegante e o coração disparado coloco a mão no peito e olho para trás e vejo Henry sentado na minha cama abraçado com meu ursinho de pelúcia favorito. Fico irritada por ele ter entrado em meu quarto de novo sem minha permissão.

-Henry! Quantas vezes eu tenho que pedir pra você parar de invadir meu quarto?- Falo levantando da cadeira e caminhando até minha cama. Cruzo os braços e fico olhando para ele que apenas sorri debochado.

-E quantas vezes eu tenho que explicar que sua janela está sempre destrancada?- Disse jogando o corpo para trás se esparramando no colchão.

-Estou falando sério Henry eu podia estar pelada!- Reclamo.

-Ally nós crescemos juntos esqueceu? Conheço você e sei até que horas você costuma ir tomar banho eu não cometeria um erro desses.- Responde como se fosse óbvio.

-Credo você sabe até o horário em que eu tomo banho? Isso é meio sinistro...-Digo me sentando na cama ao lado dele.

-Ué super normal, várias vezes eu já te liguei por volta das 17h30 da tarde e sua mãe atendeu seu celular e disse que você estava no banho então eu deduzi!- Explicou se remexendo na cama.

Henry deixou os pés na beira da cama e deitou a cabeça em meu colo, como de costume levei minhas mãos até seus fios loiros e macios e comecei a fazer carinho, Henry sorriu de lado satisfeito e fechou os olhos aproveitando o cafuné.

Nós sempre tivemos uma conexão muito forte desde pequenos, havia algo entre nós que nos tornava inseparáveis e fazia com que confiassemos um no outro de olhos fechados. Ele sempre foi meu melhor amigo, sempre contamos tudo um para o outro. Henry é parte de mim, a vida seria sem graça se ele não existisse.

-Você tem mãos de anjo.- Henry falou com a voz sonolenta, eu continuava acariciando seus cabelos e eles estava quase caindo no sono.

-Não dorme hein! Daqui a pouco o jantar fica pronto.- O alertei.