Nós Dois.

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Enquanto eu ia andando absurdamente feliz pela minha vitória ali, uma ideia estalou em minha mente quase que como uma lâmpada. Aquele era o momento perfeito para descobrir algo sobre Juliette. A roupa dela dizia que claramente naquele momento ela não era a Doutora Freire e sim só mais uma pessoa que provavelmente tem algum podre. Tentei seguir ela disfarçadamente pelo mercado pra não perdê-la de vista e acabar acontecendo de ela ir embora sem que eu conseguisse segui-la. Peguei algumas besteiras para comer durante a madrugada já que ela seria longa dentro do meu carro. Chocolate, suco, energético e um bom vinho.
Era tudo que eu precisava além de um McDonald's, mas esse eu pediria pra entrega mais tarde. Apesar de projota ter descoberto quase tudo sobre Juliette, como fiquei furiosa com ele acabei nem pedindo todas as informações, então eu nem ao menos sabia onde ela morava, o que fazia de seguir ela uma chance única que eu não perderia. As coisas da lista de compras de casa acabei pedindo para entregar em casa. Eu a via passando no caixa seu cartão Black e toda atrapalhada enquanto tentava conciliar colocar todas as coisas nas sacolas retornáveis e pagar. Se fosse em outro momento talvez eu risse e admirasse o quão fofo era aquele jeito dela, sem graça, tímida e desajeitada, mas não, eu precisava ter foco.

Assim que finalizei minha compra vi que Juliette ainda estava no caixa, então decidi sair e procurar pelo longo estacionamento o carro dela. Pelos meus cálculos, caso eu conseguisse uma vaga, daria tempo suficiente para encontrar o carro dela e estacionar perto, assim eu veria quando ela saísse. Eu tinha medo do meu plano já que ele havia surgido rápido demais e meio improvisado, mas graças a Deus por causa do porta malas eu decidi ir de SUV e não com um carro que ela provavelmente já conhecesse como o que ela bateu.


Felizmente achar o carro dela não foi difícil, então eu estacionei na coluna da diagonal a direita, onde eu conseguiria vê-la saindo pelo meu retrovisor central. Eu estava muito concentrada e nervosa, era a primeira vez que eu faria algo assim e apesar de confiar no meu potencial eu tinha muito medo de ser descoberta e ferrar tudo.


Antes de começar meu plantão de espiã eu precisava urgentemente passar no shopping e comprar algumas coisas. Eu estava agoniada com aquele vestido, então assim que eu descobrisse onde era a casa de Juliette eu passaria reto para não levantar desconfiança e iria ao shopping comprar qualquer coisa que achasse na Zara ou sei lá, qualquer lugar.


Fui tirada de meus pensamentos quando ouvi sacolas caindo no chão. Era ela. Juliette era tão absurdamente estabanada que não era capaz nem de procurar suas chaves na bolsa e carregar incríveis 5 sacolas. Por dentro eu rolava de rir, mas não podia dar um piu pois talvez Juliette me percebesse ali, então apenas tentei engolir o riso.


Ela entrou no carro e bateu a porta, provavelmente irritada consigo mesma por ser tão desastrada, deu partida na BMW e saiu disparada. Eu nunca acharia que alguém como ela andaria correndo, mas aparentemente a doutorinha era porreta afinal.


Quando vi que já estava a uma distância segura para não ser notada, dei partida no carro e saí atrás de Juliette. Comecei a me questionar que raios juliette havia ido fazer naquele mercado já que ela morava absurdamente longe e não era como se a cidade fosse pequena. Depois de quase 15 minutos dirigindo finalmente Juliette diminuiu e entrou com tudo em uma garagem fechada de um prédio, prédio esse que admito, não era nada ruim viu. Decidi marcar no GPS aquele endereço e fui em direção ao shopping sem nem parar em frente ao prédio.

Chegando lá comprei um binóculos só pra entrar no clima mesmo, um shortinho moletom com casaco de touca rosa e um par de meias pois naquele horário eu costumava sentir frio nos pés. Inclusive a vendedora me olhou torto quando saí do provador já vestida com a roupa. Eu apenas ranquei as etiquetas e dei para a mulher no caixa passar. -Que foi? Achou bonito tira uma foto. -Falei para a mulher que me encarava com um olhar de desconfiança como se eu tivesse roubado algo. Quando lhe entreguei meu cartão Black aquela feição de desconfiança foi tomada por um sorriso falso e sem graça. Eu odiava como as pessoas julgavam os outros pela aparência, e olha que eu nem tinha que lidar com esse problema, mas sempre que possível demonstrava minha desaprovação com isso.

Obcecado | AU SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora