Final IV

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A atmosfera no apartamento de Juliette estava tensa, impregnada de emoções conflitantes. Juliette tentou desesperadamente explicar a situação, mas Sarah estava imersa em um turbilhão de raiva e desconfiança, incapaz de aceitar qualquer palavra que acalmasse sua alma dilacerada.

Foi então que Bill, o catalisador dessa reviravolta sombria, decidiu intervir, direcionando suas palavras diretamente a Sarah, como se quisesse atiçar ainda mais sua fúria.

— "Seu papaizinho, Sarah," — disse Bill com um sorriso malicioso, — "quando você engravidou, te manteve dopada na gestação e deu sua filha para uma família em Guarujá."

A revelação caiu como um raio, acirrando a ira de Sarah. Seu rosto contorceu-se de ódio, e ela sentiu seu coração se partir diante da traição brutal.

— "Você ousa..." — Sarah rosnou, suas palavras saindo entre os dentes cerrados.

As lágrimas começaram a brotar dos olhos dela, mas não eram lágrimas de tristeza; eram lágrimas de fúria. Juliette permaneceu paralisada, observando a intensidade da reação de Sarah. Bill, com seu sorriso frio, parecia satisfeito por ter infligido tamanha dor.

O silêncio pesado preencheu o ambiente, enquanto Sarah, com sua determinação ardente ainda queimando em seu interior, saiu do apartamento, ela estava prestes a embarcar em uma jornada desesperada para encontrar a filha que lhe fora roubada, uma filha cuja existência ela nem sequer sabia.

Quando Juliette tentou se explicar, suas palavras saíram apressadas, num misto de emoções, ignorando completamente o objeto nas mãos de Sarah. Ela correu na direção de Sarah, lágrimas escorrendo por seu rosto, implorando desesperadamente por uma chance de ser ouvida.

— "Sarah, por favor, me ouça!" — Juliette soluçou, suas palavras fluindo rapidamente, embargadas pelo choro.

No entanto, Sarah estava decidida em sua fúria. A raiva a dominava como uma tempestade avassaladora, tornando impossível qualquer compreensão. Seus olhos se fixaram em Juliette com uma intensidade assustadora, e ela exclamou com autoridade:

— "Cale a boca!"

O grito de Sarah foi tão penetrante e imperativo que fez Juliette recuar, paralisada pelo medo e pela tristeza, enquanto observava Sarah deixar o apartamento e fechar a porta com força.

Fora do apartamento, Sarah estava tomada por uma tempestade de emoções. Sua mente fervilhava de raiva e determinação inabalável de confrontar seu pai em Brasília e obter respostas sobre as acusações de Bill. Ela embarcou às pressas em seu jatinho particular e decolou rumo à capital do Brasil.

Quando chegou à imponente mansão de seu pai em Brasília, Sarah agiu sem hesitação. Ela percorreu os corredores familiares com um olhar sombrio e determinado, até chegar ao escritório dele. Seu pai, um homem de aparência séria e autoritária, pareceu visivelmente surpreso com sua chegada.

— "O que você está fazendo aqui?" — ele perguntou, seu rosto iluminado por um sorriso caloroso. — "Esta é uma surpresa boa."

Sarah, com olhos faiscantes de raiva e decepção, não se deixou enganar por esse sorriso. Ela o confrontou com as acusações que Bill havia feito, fazendo com que o sorriso de seu pai desvanecesse rapidamente.

— "Bill disse que você me dopou quando eu estava grávida e deu minha filha para uma família em Guarujá," — Sarah proferiu as palavras com um tom carregado de veneno.

Seu pai engoliu em seco, seu rosto empalidecendo ainda mais. Ele desviou o olhar por um momento, claramente hesitando em falar.

Sarah, com as mãos trêmulas de raiva e decepção, sentiu-se traída e impotente. Ela estava desmoronando por dentro, pois percebera que sua própria família havia roubado seu direito de escolha, sua decisão mais pessoal.

Obcecado | AU SarietteWhere stories live. Discover now