Capítulo 14

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*** Eduardo ***

Estaciono o carro e vou em direção a recepção do prédio para pegar o elevador.

Quando chego na portaria aperto o botão para chamar o elevador e fico esperando.

O porteiro vem em minha direção.

- Boa noite Sr. Eduardo.

- Boa noite Antonio, tudo bom?

- Comigo sim, na verdade eu gostaria de lhe pedir uma ajuda, mas não quero te incomodar, se não tiver como tudo bem, nao precisa se importar.

- Pode falar o que você está precisando, se estiver ao meu alcance eu farei... (Achei estranho, todo esse tempo que conheço o António ele nunca me pediu nada, sempre foi tão discreto e profissional)

- É que a Dona Mariana ligou aqui para portaria me perguntando se eu tinha um remédio porque ela estava se sentindo muito mal, mas infelizmente eu não tinha. Ela me perguntou se você estava em casa, mas disse que tinha te visto sair. Aí depois de umas horas interfonei para ela pra ver se ela estava se sentindo melhor, mas ela não atende de jeito nenhum e eu não posso sair daqui da portaria para ir ve-la. Fiquei muito preocupado, então gostaria de lhe pedir a gentileza de conferir se ela está bem, talvez esteja só dormindo.

Enquanto ele falava eu só conseguia pensar na Mariana e me bateu um certo desespero, me senti culpado por não estar lá quando ela me procurou, ela não tem mais ninguém aqui, está sozinha... um monte de coisas passando na minha cabeça, a voz do Antonio estava sumindo e meu coração acelerando, me lembro de ter tido essa mesma sensação quando a minha mãe estava no hospital...

- Cadê esse elevador que não chega? (Eu quase grito!!)

- Alguém deve ter travado ele lá em cima. (António comenta)

Começo a pensar nas minhas alternativas, mas subir de escada não vai rolar, são 21 andares... que droga.

Até que vejo no painel que o elevador começa a descer e dou graças a Deus, nunca reparei o quanto esse elevador demorava para descer, ou sou eu que estou vendo tudo em câmera lenta.

- Obrigado por me avisar Antônio, pode deixar que vou verificar e quando eu tiver notícias eu te aviso.

- Muito obrigada Sr. Eduardo, ela é uma menina tão doce, já considero ela como uma filha.

Finalmente o elevador chega, e sai um casal de dentro com a cara toda vermelha arrumando a roupa, minha vontade era de dar uns gritos com eles por conta disso, enquanto estou aqui preocupado com a Mariana, eles estavam fazendo sacanagem no elevador.

Meu olhar para eles já diz tudo, não preciso nem falar mais nada.

Entro no elevador e já aperto o botão do andar e espero subir os agoniantes 21 andares desse maldito prédio, por que tinha que morar em um prédio com tantos andares?

Finalmente chega, vou quase que correndo para a porta da Mariana.

Toco a campainha, bato na porta, chamo por ela e nada.

Torço para ela ter deixado a porta aberta quando giro a maçaneta, e graças a Deus ela não trancou.

Vou em direção ao quarto dela, ela está aparentemente dormindo mais falando algumas coisas sem sentido.

Quando chego perto dela vejo que ela está molhada de suor, coloco a mão nela e Meu Deus, essa garota está queimando de febre!!!

- Marianaaaaa, acordaaaa. (Começo a chacoalhar ela, mas ela continua resmungando um monte de coisa, está delirando de febre)

Para Eduardo, pensa o que fazer... minha mente está a mil por hora.

Tiro os cobertores que estão em cima dela, ela devia estar com muito frio.

Pego ela no colo e fico pensando o que fazer... vou levar ela para o meu apartamento, pelo menos lá eu sei onde ficam as coisas.

A roupa dela está molhada de suor.

Com muita dificuldade consigo abrir a porta de casa, com ela no meu colo.

Entro com ela e vou em direção ao banheiro, ela precisa de um banho gelado para abaixar a temperatura.

Ligo na água gelada e vou entrando aos poucos com ela.

- Me tira daqui, eu não quero mais, mãe me tira daqui, eu não quero mais... (Mariana começa a resmungar delirando)

- Calma Mariana, sou eu Eduardo, não é a sua mãe, me escuta, você precisa acordar!!!!

- Fico pelo menos uns 5 minutos debaixo do chuveiro com ela, entrei com roupa mesmo, porque ela ainda está no meu colo.

Levo ela para minha cama e a coloco lá, vai molhar minha cama toda, mas isso é o de menos, eu só não posso deixar ela molhada desse jeito senão ela pode piorar ainda mais.

Pego um toalha e começo a secar ela com roupa mesmo.

Mas não está adiantando, a roupa está muito molhada.

Não vai ter outro jeito, eu vou ter que tirar a roupa dela, eu sei que ela vai querer me matar quando descobrir, mas ela não acorda de jeito nenhum.

Ela está com uma blusa de manga larga preta, tiro a blusa dela torcendo para que ela esteja de sutiã, pelo menos o meu lado racional torce para isso...

Felizmente ou infelizmente ela está com sutiã. Uma parte já foi... agora a mais difícil, como eu vou tirar essa calça apertada que ela está usando?

- Vamos lá Eduardo, nunca foi um problema para você tirar roupa de mulher... (Tento repetir essas palavras para mim mesmo e para confusão que está na minha cabeça)

Tiro a calça dela com muita dificuldade e tento levar isso da forma mais natural possível, como se não fosse nada demais, tentando enganar a mim mesmo. Antes que eu comece a analisar o corpo dela, corro para pegar um roupão para vesti-la.

Mas é inevitável, quando olho para ela fico hipnotizado em cada detalhe do corpo dela, a sensação é que o corpo dela é um mapa e eu preciso explorar cada lugar dele.

Coloco o roupão nela antes que eu faça uma besteira. Deito ela no lado da cama que não estava molhado e vou na cozinha procurar um remédio e um termômetro.

Volto e ela ainda está do mesmo jeito, com muito sacrifício consigo fazer ela engolir o remédio e coloco o termômetro no braço dela para monitorar a temperatura.

Agora ela está com 39° de febre, será que estava mais? Ela podia ter tido um convulsão...

Seja Minha - Agora e SempreDonde viven las historias. Descúbrelo ahora