20 de abril.

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O celular de Bakugou despertou às cinco horas da manhã, como fazia todos os dias. Ele desligou o alarme e, sem procrastinar, se ergueu da cama e rumou para o banheiro. Escovou os dentes, lavou o rosto e vestiu roupas confortáveis.

Não havia sinal algum do sol quando Bakugou chegou à pista de corrida do condomínio. O céu estava negro e uma geada fria caia sobre sua cabeça. Ele se alongou por alguns minutos, colocou seus fones e então começou a correr.

Muitas coisas tinham sido deixadas para trás de sua rotina na U.A, mas ele nunca deixou de correr pelas manhãs. Hoje, corria por uma hora, até o sol começar a despontar no horizonte. Não havia dúvida nenhuma de que aquele era o melhor momento do dia, era o único momento em que se sentia bem.

Quando os prédios do condomínio começaram a ser iluminados pela luz laranja do nascer do sol, Bakugou sabia que estava na hora de parar. Depois de beber uma garrafa inteira de água ele voltou para o apartamento, pingando de suor.

Kirishima só acordava às sete. Então quando Bakugou voltava ainda tinha a área comum do apartamento para si.

Depois de tomar um banho rápido e gelado, ele se vestia e preparava seu traje de herói para usar mais tarde. Então, antes das sete da manhã, já estava saindo de casa.

Recentemente, Bakugou teve a liberdade de comprar um carro. Nunca foi particularmente fã de veículos automotivos, mas a necessidade se tornou grande demais para ser adiada. Na verdade, ele poderia solicitar um carro da agência para buscá-lo diariamente, como Eijirou fazia, mas não gostava muito da ideia de depender de alguém para dirigir para si.

Antes de ir para a agência, passava em sua cafeteria preferida e comprava um copo gigante de café e alguma coisa para comer. As atendentes do estabelecimento já sabiam que o cliente de mal-humor que sempre pedia a mesma coisa era o famoso herói Dynamight, mas eram bem discretas.

Chegava na agência alguns minutos antes da sete e meia. Era uma boa estratégia, o prédio ainda estava parcialmente vazio e as únicas pessoas que ele tinha que lidar no caminho eram porteiros e faxineiros.

Sete e trinta e três da manhã, Bakugou estava sentado em sua mesa no escritório. Sua sala era provavelmente a menos usada de toda a agência, se ele não estava fazendo patrulhas, estava em missão, viajando por algum lugar ou no hospital. O ambiente tinha quase zero decorações, quase tudo ali era de Daisy, sua empresária ou da assessora de empresa.

Haviam alguns livros empilhados nas estantes, relatórios de missões em caixas de papel, equipamentos antigos dele, presentes dos fãs que ele ainda não tinha levado para casa, algumas medalhas e prêmios de reconhecimento.

Apesar de ser bem organizado, Bakugou não sentia necessidade de ajeitar as coisas em seu escritório, era um dos poucos lugares no mundo que parecia mais confortável o quanto mais caótico fosse.

Ele colocou os pés em cima de sua escrivaninha e tirou a tampa do copo de café, abrindo o site de notícias no celular. Relatórios de heróis, política, esporte e....

A expressão dele mudou de indiferente para irritada.

— Mas que porra!

Nesse momento ele ouviu o familiar som de sapatos de salto e virou o rosto para a porta aberta da sala, no momento seguinte, uma garota apareceu, descabelada e suada.

— Dynamight, que inferno! — Exclamou, entrando dentro da sala carregando uma porção de sacolas — Dá pra ser um pouco menos pontual? Eu acordei duas horas mais cedo e não consegui chegar antes de você, seu desgraçado.

Ela jogou as sacolas em uma das cadeiras na frente da escrivaninha e se atirou na outra, seu rosto estava vermelho de esforço e seu rímel borrado.

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