Akai ito

Agridoce

Bakugou não lembrava de viver dias tão angustiantes como os últimos ali naquela operação. Diversos fatores estavam contribuindo para o seu aborrecimento, mas o principal e mais marcante deles era Uraraka.

Ela não estava fazendo nada de mais na verdade, estava sendo ela mesma, simplesmente vivendo sua vida. Mas só aquilo já era agoniante o suficiente para deixar Katsuki a ponto de enlouquecer.

Quando recebeu o convite para a operação e leu o nome de Uraraka na pasta, soube que era mais uma brincadeira do destino. Mesmo que não se sentisse preparado para encará-la, aceitou participar.

Katsuki confiava em si mesmo, mas aqueles dias fizeram ele questionar sua própria capacidade de autocontrole.

Estar apaixonado por Uraraka até não seria tão ruim se ele não soubesse que ela era o amor da vida dele.

Maldito Akai ito.

Toda vez que os dois interagiram, ele não podia deixar de se perguntar: Será que ela está sentindo tudo isso também?

A sensação de estar perto de Ochako era agoniante.

Nos quatro dias daquela operação, ele tinha cometido muitos erros.

Tinha praticamente se declarado para Ochako, a provocando de diversas maneiras, e no final das contas só acabou ainda mais apaixonado por ela.

Ele nunca esteve tão fodido.

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Ao ver o prédio inteiro se erguer no ar, Bakugou segurou o braço de Uraraka instintivamente. Os dois recuaram diante da visão assustadora.

Toneladas de concreto e ferro flutuavam no ar como um balão de hélio, carros, árvores e diversas estruturas se erguiam do chão como se estivessem sendo arrancadas do solo por uma mão invisível.

Dentro de uma esfera do tamanho de um campo de futebol, tudo estava flutuando.

— Puta que pariu — Bakugou soltou.

Distraídos pelo prédio flutuando, os dois demoraram a lembrar que estavam em uma perseguição.

— O que a gente faz? — Uraraka perguntou com nervosismo, Shinso tinha repassado o plano, mas sua mente estava em branco diante da tensão da situação.

— Pega a mãe que eu pego o pai, primeiro isso, depois a gente tenta resolver o resto.

Imediatamente os dois começaram a correr. Todas as pessoas da cidade estavam deixando suas casas e indo para rua, se tornou impossível tomar velocidade diante de tantos obstáculos.

A perseguição foi muito prejudicada e não foi possível alcançar o casal criminoso antes que os dois adentrassem a esfera sem gravidade, mas Bakugou e Uraraka continuaram os seguindo.

Uraraka atravessou a barreira para a não-gravidade com uma tranquilidade de quem já está preparado para o que está por vir, Bakugou por outro lado, hesitou antes de atravessá-la. Suas poucas experiências com a gravidade zero não foram exatamente agradáveis, ele não conseguia evitar um pouco de tensão ao pensar em lutar naquelas condições.

Mas ele não tinha muita escolha.

Quando se lançou para dentro da barreira, Bakugou imediatamente sentiu os efeitos da gravidade zero. Seus pés deixando o chão e seu corpo se tornando leve.

Suas explosões lhe davam um impulso muito maior do que ele estava acostumado, além de controlar a potência de sua individualidade, ele precisou entender como iria se movimentar sem gravidade. Pelo menos os pais de Joan também pareciam estar tendo dificuldades, tanto que Uraraka já estava quase os alcançando perto do prédio flutuante.