As conclusões de Kirishima.

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 Naquela noite, Bakugou dormiu profundamente. Seu sono, entretanto, foi repleto de sonhos e pesadelos mesclados, envolvendo fios vermelhos em sua garganta e Uraraka se mudando de país. Mas quando ele acordou ao toque de seu celular, estava perfeitamente descansado, e suas olheiras tinham sumido.

Mas isso não foi capaz de animá-lo.

Assim que a mente de Bakugou voltou a trabalhar, ela voltou a castigá-lo. Enquanto escovava os dentes, trocava de roupa, amarrava os cadarços, deixava o Heighs Alliance, corria e até mesmo meia hora depois quando tomava banho, a sua mente estava presa em Uraraka Ochako, e o que toda aquela situação significava para ele.

Ele estava quase ansioso para ver Kirishima, sabia que o amigo geralmente tinha uma energia otimista e papos fáceis e agradáveis, e quem sabe fosse aquilo que ele precisava naquela manhã; Otimismo. Porque Katsuki era totalmente pragmático, portanto buscar conforto oriundo de sua própria mente era uma estratégia falha.

Quando deixou seu quarto, já com o uniforme e a pasta com seu material escolar, Eijirou lhe esperava no corredor, escorado em uma parede, braços cruzados e o cenho franzido, enquanto olhava para seus pés.

Aquela visão foi um mau presságio para o loiro.

— Kirishima... — Ele chamou, atraindo o olhar escarlate para si.

— Bom dia, Bakugou — O ruivo saudou, sem muita alegria em sua voz.

Os dois caminharam para as escadas em silêncio, o que não era comum em um ambiente onde Kirishima estivesse envolvido. Katsuki sabia que devia perguntar o que estava errado, mas que aquele tipo de comportamento era totalmente atípico seu, contudo, Kirishima era o seu melhor amigo; sua mente gritava de volta: mesmo assim, é a vida dele, e você não deveria se meter no que não é da sua conta, você estaria sendo hipócrita de fazer algo que odeia tanto quando fazem.

Ele suspirou, cansado de suas discussões internas e se virou para o ruivo, pouco antes da porta que levava a sala comum.

— O que há com você afinal? Que bicho te mordeu?

— O que? Não há nada comigo, Bakugou...

— Porra, Kirishima, fala logo, você não é desse jeito.

O ruivo sorriu, tocado pela preocupação. Katsuki revirou os olhos, parcialmente arrependido.

— Eu só... Passei a noite inteira preocupado com a sua situação, sabe? — Ele explicou, segurando as alças da mochila na frente do peito — Você nunca é de ficar abalado e ontem você estava péssimo, e você disse era por conta dos efeitos da individualidade daquele vilão, então eu imaginei as alucinações ficaram piores ou... Não sei, eu só fiquei realmente preocupado, mas não quis te falar nada porque...

— Eu estou bem, caralho.

— Eu sei, quer dizer, você está hoje, mas ontem você tava péssimo.

Bakugou fez uma careta e voltou a descer as escadas, sendo seguido.

— Eu disse que as alucinações ficaram melhores, eu só vejo os fios agora — Resmungou, empurrando a porta para a sala comum.

— É mesmo? — Kirishima perguntou — E você acha que eles significam alguma coisa?

Katsuki virou o rosto para o amigo, surpreso por ele ter suposto algo tão próximo à realidade, tinha que se lembrar de parar de subestimar a inteligência de Eijirou.

— Não, não tem nada a ver.

O ruivo ficou em silêncio por um momento.

— Bom, é que você sabe, Akai Ito e essas coisas, eu dei uma lida ontem a noite, quem sabe você estivesse vendo os fios do destino, o quão legal seria isso?

Akai itoOnde histórias criam vida. Descubra agora