Desentendimento na cafeteria.

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Uraraka não tinha nenhuma expectativa positiva para aquela operação em termos de ganho pessoal. Ela amava fazer seu trabalho; ajudar as pessoas, prender vilões e salvar vidas. Mas às vezes, o trabalho envolvia suas questões pessoais e era nessa hora que as coisas realmente ficavam difíceis.

No passado, ela tinha julgado muito Bakugou por usar o trabalho como uma válvula de escape de todas as suas obrigações sociais, mas agora, ela o invejava. Gostaria que pudesse focar tanto sua carreira que suas angústias pessoais fossem abafadas.

Contudo, ultimamente Uraraka não estava conseguindo nem mesmo lidar com as duas coisas separadamente, ainda mais naquela operação, onde sentimentalismo e profissionalismo lutavam bravamente dentro dela.

Por mais inadequado e errado que fosse, Katsuki despertava sentimentos nela, e se não fosse ruim só porque os dois estavam trabalhando juntos, também era ruim porque ela tinha namorado e ele... Bem, ele estava transando com alguém, pelo jeito.

No segundo dia da operação, ela se forçou a bloquear todos os pensamentos indesejados que pudessem chegar à sua mente. Seu plano foi focar totalmente na execução da operação, se mantendo atenta e ativa o tempo inteiro.

No entanto, não era possível se manter tão focada, quando não havia nada para focar.

Ela e Bakugou estavam encarregados de esperar pelo sinal de Shinso, enquanto fingiam ser meros civis, nada além disso. Sem o sinal de Shinso, ela não tinha escolha se não conversar com os moradores locais do vilarejo, passear pelas duas ruas que compunham toda a cidade, visitar a praia e na pior das hipóteses, conversar com Katsuki.

Uraraka não estava focada, na verdade, ela estava entediada e sua falta de ocupação lhe dava muito espaço para pensar, o que ela menos desejava naquele momento.

Bakugou não parecia muito melhor. A desocupação da espera por Shinso o deixava muito aborrecido e severamente entediado. Enquanto Uraraka passeava pela praia, enterrando os pés na areia, tirando fotos do mar, Bakugou tentava ler um livro que Mayumi tinha lhe emprestado.

Assim como no primeiro dia, no segundo dia eles não tiveram resultados positivos, a mesma coisa se repetiu no terceiro. Katsuki já estava realmente aborrecido, e os gritos que dirigiu a Shinso serviram para enfatizar sua insatisfação.

— Dá pra parar de ser um maníaco? Operações delicadas são mais demoradas, sei que você não está acostumado com o trabalho de um herói de alto nível, mas são assim que as coisas acontecem — Shinso retrucou em uma das muitas vezes que Katsuki reclamou da duração da missão.

— O que você sabe de herói de alto nível, porra? Quem é você pra me falar o que é isso? — O loiro arregalou os olhos se levantando em um pulo da mesa.

Uraraka, que mastigava sua comida, levantou os olhos nervosos para os dois homens, Mayumi, nem se deu ao trabalho de prestar atenção, ao contrário da maioria das pessoas, ela parecia achar o comportamento de Bakugou perfeitamente comum.

— Eu sou ControllerMind, Dynamight — Shinso deu um sorriso cheio de ironia — E sou o chefe dessa operação porque, ao contrário de você, eu consigo ser racional e criar uma estratégia que não coloque a vida de ninguém em perigo, já você, reúne sua força destrutiva e executa essa estratégia, com perfeição de preferência.

— Não puxa meu saco, porra.

— Tô falando o que você deveria fazer, não o que você faz de fato. Não é nada difícil, é só esperar! Os pais de Joan precisam sair para eu entrar, até que isso aconteça, continuem com a rotina.

Akai itoWhere stories live. Discover now