Complicações.

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Uraraka enterrou a cabeça em uma almofada assim que viu Bakugou cruzar a porta para as escadas do dormitório.

Um poço de arrependimento se derramava em cima de sua cabeça, e se ela fosse adepta da auto-retaliação, estaria batendo a cabeça contra a parede naquele momento.

Sua maldita curiosidade! Sua maldita precipitação!

Quase que aquela pergunta saiu da sua boca, quase que perguntou para Bakugou se ele gostava dele.

No momento que ela abriu a boca e falou o nome dele, uma lista surgiu em sua mente, enumerando os motivos porque não era uma boa ideia fazer aquela pergunta naquele momento, a lista era assim:

Você não sabe se ele gosta de você.

Você pode receber um olhar de nojo e um "NÃO!" bem sonoro.

Bakugou vai pensar que você é muito presunçosa.

Você pode estragar uma amizade muito legal que está crescendo entre vocês dois.

Mesmo que seja verdade, por que você quer saber tanto assim?

Ela se agitou no sofá, sentindo seu rosto ferver. Pensar em Bakugou apaixonado por ela lhe trazia uma sensação parecida com a de quando ela ativa sua individualidade. Lembrou do rosto dele quando ela segurou seu braço, da forma que ele parecia nervoso quando ela chegava perto.

Ela queria gritar, ou melhor, queria correr. Droga, ela queria fazer alguma coisa.

Será que ela também gostava dele? Afinal, o que eram aquelas reações?

Não podia dizer que gostava dele, seria muito precipitado. Ela gostava da companhia dele, mais do que seria normal, gostava de como as conversas deles funcionavam, de como ele era sempre gentil (de seu modo muito particular de ser gentil).

Quem sabe fosse importante descobrir se ele gostava dela ou não, afinal, se ele gostava, Uraraka tinha que garantir que não lhe daria falsas esperanças e o magoaria no final. O investigaria para o próprio bem dele.

Não precisava de uma resposta direta, poderia tirar mais algumas reações dele e tirar suas próprias conclusões, improvisaria mais algumas algumas tentativas de estar por perto dele, não só pela sua investigação, mas também porque gostava da companhia não tão mal humorada de Bakugou.

Estava decidida. Até lembrar do que tinha acabado de fazer e enfiar o rosto na almofada mais uma vez.

﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏

Uraraka passou o resto do sábado tentando ocupar sua mente. Dedicou algumas horas da tarde para treinar, usou a academia e depois de tomar um banho relaxante, se sentou diante dos cadernos para estudar por pelo menos três horas.

Ela realmente estava concentrada na tarefa, quebrando a cabeça para resolver algumas equações, até ouvir uma notificação no celular.

Uraraka pensou em ignorar, mas mudou de ideia e se esticou para alcançar o celular em cima da cama, era uma nova mensagem.

Uma nova mensagem de Bakugou.

Ela arregalou os olhos, muito surpresa. E abriu rapidamente o aplicativo para ver o que ele havia mandando.

Bakugou

Esqueci de perguntar, como foi sua prova sexta-feira?

Ela deu um sorriso, balançou a cabeça e se levantou, inquieta demais para permanecer sentada. Bakugou nunca mandava mensagens para ninguém, ele nunca respondia também, raramente visualizava o que lhe mandavam.

Akai itoOnde histórias criam vida. Descubra agora