Soco certeiro

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Bakugou estava muito deprimido com suas atitudes. Ele sabia que tinha feito algo errado, impulsivo e burro, mas porra, ele não estava arrependido.

Beijar Uraraka, se declarar para Uraraka, tudo aquilo tinha sido burro e precipitado de sua parte. Todo o contexto tornava suas atitudes ainda mais estúpidas, principalmente do ponto de vista dela. O que ela pensava dele agora? Certamente não o achava a melhor pessoa do mundo, ele tinha a beijado, mesmo sabendo que ela namorava, mesmo sem ter nenhuma pista explícita de que os seus sentimentos eram recíprocos.

Mesmo depois de quinze minutos sozinho na praça de hospital, sentindo os braços se arrepiarem do frio, até o café atingir a temperatura ambiente, Bakugou não se sentia estável o suficiente.

Era como se Uraraka tivesse alcançado sua alma naquela noite. Havia uma agitação dentro dele, forte e oscilante, intangível.

Ele soube que jamais seria capaz de esquecer o que tinha acabado de acontecer, por mais amargo e doce que a situação tivesse sido, seu coração guardaria aquela lembrança, e toda vez que ele se lembrasse, um calor se espalharia pelo seu peito.

Enfim, ele conseguiu se erguer do banco, pegando seu copo e jogando-o no lixo na lixeira mais próxima. Depois de quase duas horas acordado, Bakugou finalmente começou a sentir os impactos de todos os seus ferimentos, na medida que os analgésicos em sua corrente sanguínea se extinguiam.

De volta aos corredores gélidos e silenciosos do Hospital, ele mal deu dois passos antes de ser encontrado por Yuna, que caminhava em sua direção, parecendo furiosa.

— Seu desgraçado! — Ela exclamou com a maior irritação e no tom mais baixo possível, quase correndo em cima de seus saltos, um casaco comprido se agitava nas costas dela, como uma capa — Puta que pariu, Bakugou!

Bakugou não entendeu direito porque ela estava irritada com ele, primeiramente pensou que fosse por conta de Uraraka, mas então notou que era impossível. Foi então que percebeu que sua mente estava começando a ficar embaralhada, ele não sabia se era pelo beijo de Uraraka ou porque estava muito cansado de repente.

Yuna parou na frente dele, com as bochechas vermelhas e os braços cruzados. Ele a olhou com confusão.

— Que foi porra?

— Por que você não ficou na porcaria do seu quarto, hein cabeça oca? — Ela perguntou, seu tom estava mais manso, com muita preocupação — Rodei a porcaria desse hospital inteiro atrás dessa sua bunda.

— Você não pode me deixar em paz por meia hora? Que caralho.

— Você precisa comer alguma coisa e tomar remédios, preciso preparar você para a entrevista coletiva e preparar sua volta para Tóquio com a agência, sou eu quem não fica em paz, babaca, agora cala a boca e me segue.

Yuna lhe lançou um olhar cortante e girou nos calcanhares, seu cabelo e o casaco acompanharam seu movimento suave. Revirando os olhos, Bakugou seguiu o som dos saltos dela pelo corredor.

Agora ele sentia que sua cabeça era uma completa confusão. Se não fosse algo totalmente contra sua natureza, ele diria a Yuna que precisava deitar e tirar um longa soneca. Mas, ele decidiu só ficar quieto e fazer tudo que ela mandava nas próximas horas.

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Bakugou deixou seu corpo cair sobre uma das cadeiras atrás da mesa cumprida, ele precisou morder a boca para não soltar um palavrão de dor. A medicação que tinha tomado já estava deixando seu organismo e ele já sentia dores nas articulações, além do cansaço e sono que o tratamento intensivo lhe causava.

Akai itoWhere stories live. Discover now