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Yeonjun havia acordado eufórico naquele dia.

Ele havia chegado a poucos dias em Seoul e com a ajuda de seu pai conseguiu um emprego de meio período numa lojinha de conveniência. O dono era um amigo de longa data da família Choi, e felizmente precisava de funcionários, então recebeu o rapaz de bom grado. O Sr. Oh fora tão generoso que até ofereceu a própria casa para o loiro morar enquanto estudava. Ele sabia que uma hora iria começar a incomodar a família, então já planejava juntar o dinheiro que os pais mandassem e que ganharia trabalhando lá para alugar um quartinho numa pensão barata, seu orgulho sempre falando alto nessas horas, igualzinho ao patriarca da família Choi.

A situação da família de Yeonjun nunca foi fácil, mas seus pais sempre disseram que se estudasse bastante poderia ir morar na cidade e conhecer o mundo além das fronteiras coreanas. O loiro sempre fora muito interessado no exterior, mas devido às condições financeiras de sua família, só pôde conhecer os lugares que queria por fotos que pesquisava no computador da lan house perto de sua antiga casa.

Nasceu e cresceu numa cidade do interior e agora havia conseguido uma bolsa de 100% numa das melhores e mais caras escolas de toda a Coréia do Sul. Ainda parecia um sonho. Sentia que se o beliscassem ele acordaria em sua cama pequena no quarto que dividia com seus dois irmãos e uma irmã mais velhos. Todos trabalhavam com os pais no campo e também ajudavam o mais novo mandando dinheiro de longe, e Yeonjun sabia que sem o apoio de sua família tudo teria sido mil vezes mais difícil.

Óbvio que houve toda aquela loucura quando descobriram que ele havia passado ㅡ até fizeram uma festa e chamaram todos os vizinhos e a família para comemorar ㅡ e com certeza aquele medo dos pais de mandarem seu caçula para a cidade grande, sozinho. Seus irmãos também não curtiram muito a ideia, e até choraram quando se despediram na estação de trem, Yena quase o amarrou no banco da estação; sua mãe então? Nem se fala, chorou tanto que ela mal conseguia falar. Seu pai, sempre caladão e sério, apenas se limitou a dar um pequeno sorriso e um abraço ladino. Ele não era muito bom com despedidas.

Foi difícil segurar as lágrimas uma vez que estava os vendo pela janela, se distanciando aos poucos e logo sumindo e dando lugar a paisagem rural. Havia prometido ligar ou mandar mensagem sempre que pudesse, caso contrário, Suho, seu irmão mais velho, ameaçou ir a Seoul ele mesmo puxar as orelhas do mais novo, juntamente com Taehyung, o segundo mais velho.

Assim que havia saído de uma longa viagem de trem, pegou suas coisas, que não passavam de uma mochila e uma mala média, e procurou pelo amigo de seu pai, o dono da loja de conveniência. Rapidamente viu um senhor que deveria ter uns 50 e poucos anos acenando e vindo em sua direção. Seus olhos sumiam enquanto sorria, o fazendo parecer 30 vezes mais simpático e até mesmo fofo. Ao seu lado tinha um rapaz que parecia ser um pouco mais velho e bem mais alto do que Yeonjun.

ㅡ Seja bem vindo, meu jovem! ㅡ foi a primeira coisa que ele disse. ㅡ Sou o Oh Seong. Você deve ser o Yeonjun, o caçula do Taeho.

ㅡ Sou eu sim. ㅡ o loiro sorriu.

ㅡ Esse aqui é o meu filho mais novo, Sehun. ㅡ ele disse indicando o rapaz bonito e alto ao seu lado, que sorriu estendendo a mão, que logo foi apertada por Yeonjun.

ㅡ Prazer em te conhecer. ㅡ o loiro disse sorrindo também.

ㅡ Como está o seu pai?

ㅡ Firme, forte e ranzinza como sempre. ㅡ disse sorrindo, o que fez o Sr. Oh gargalhar.

ㅡ O velho Choi não mudou nada, então. Venha, meu filho. Vamos para casa, você precisa descansar. A viagem foi tranquila? ㅡ o Sr. Seong perguntou, tomando a dianteira e o guiando pela estação grande e desconhecida por Yeonjun.

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