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Quais seriam as chances de Yeonjun dar de cara com Choi Soobin quando entrasse na quadra? 

Inicialmente, o loiro diria que seria uma chance em cinco, provavelmente, mas ao pôr o primeiro pé no gigantesco ginásio, sua teoria se provou contrária.

Voltando um pouco no tempo, suas primeiras aulas foram uma experiência inédita para si. Todos os alunos usavam notebooks disponibilizados pela escola e podiam mandar para seus e-mails todo tipo de informação que precisassem dali. Haviam livros físicos, mas foram quase inúteis para a maioria dos alunos, dado ao fato de que os mesmos conteúdos estavam naqueles aparelhos eletrônicos. Isso quando os próprios alunos não traziam os seus respectivos de casa.

Infelizmente, não só Yeonjun era mais acostumado com os livros, mas ele também não teria como acessá-los virtualmente fora da escola, já que não tinha um notebook e tudo de tecnológico que ele tinha estava descansando no bolso de seu blazer azul. Seus professores, pelo menos os que ele havia tido aula no dia, explicavam bem a matéria, e foram educados com Yeonjun, ao contrário dos alunos.

Estes citados, ele notou, o olhavam o tempo inteiro. Não importa em que direção olhasse, haveria um par de olhos o observando, o analisando e principalmente o julgando. 

Yeonjun não sabia ao certo se o encaravam por ser novato, pelos cabelos quase platinados ou se era porque ele nitidamente parecia impressionado com tudo ao seu redor, inclusive com a vista espetacular que tinha da janela ao lado de sua mesa. 

Ele podia ver um jardim muito bonito e que tinha tantas flores que quase podia sentir o cheiro delas dali.

Ficou feliz que não precisou fazer nenhuma apresentação na frente da turma, como na sua antiga escola, sempre achara bem constrangedor. Tirando os olhares meio inconvenientes, o intervalo havia chegado e Yeonjun se arrependeu de não ter trazido dinheiro o suficiente. 

A escola tinha uma própria cafeteria e também um refeitório, mas tudo o que vendia ali era comida de rico ㅡ daquelas que você só vê em restaurante de luxo ㅡ e num geral tudo era bem caro. O loiro se sentiu feliz por ter comprado um pacote de amendoins e um pirulito antes de pegar o ônibus e ir para o colégio, só assim não passaria fome.

Olhou ao redor, procurando alguma mesa vazia para se sentar no refeitório, mas todas pareciam lotadas, e ele não queria parecer uma barata tonta andando por aí com um marca texto ambulante na cabeça. Procurou o rosto familiar de Beomgyu mas também não o encontrou por ali.

Rapidamente saiu do local, olhando para as placas, tentando se situar, enquanto comia seus amendoins.

Havia acabado de ver a biblioteca a poucos metros de si e já estava empolgado para visitá-la quando foi parado por um rapaz de aparência estrangeira vindo em sua direção com um olhar não muito bom. 

ㅡ Onde pensa que está indo? ㅡ alguém disse, parando em frente ao loiro.

Ele tinha cabelos levemente compridos e castanhos organizados, juntamente com as sobrancelhas franzidas numa expressão descontente e quase irritadiça. Ele era alto e Yeonjun pôde notar um pouco do sotaque americano na sua fala.

ㅡ Hm, eu pretendia ir pra biblioteca? ㅡ a afirmação saiu bem mais como uma pergunta, o que pareceu deixar o rapaz ainda mais estressado.

ㅡ Não é permitida a entrada de comida na biblioteca, e muito menos nos corredores. ㅡ ele disse, curto e grosso.

ㅡ Ah, eu não sabia. Desculpa, sou novo aqui. ㅡ o loiro limpou uma das mãos na calça, estendendo-a para o outro. ㅡ Sou o Yeonjun, muito prazer.

O rapaz apenas o olhou dos pés à cabeça, assim como Beomgyu havia feito quando se conheceram, mas ao contrário dele, a pessoa à sua frente não sorriu depois. 

OUR DIFFERENCE | yeonbin Where stories live. Discover now