Uma confiança inquebrável

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"She's an angel, with a devilish kiss".

Sentindo o lençol de seda tocando meu corpo, senti um frio gostoso percorrer toda minha espinha. O toque da mão gelada em minha cintura fez um sorriso crescer em meu rosto, lembrando da noite anterior em que Hermione me fez voar entre as nuvens daquele céu vermelho, me fazendo em chamas pelo resto da noite. Não lembro que dia era, não gostaria nem de saber que horas eram, apenas ficar mais um pouco nos braços daquela leoa.

Conseguia ouvir a respiração daquele sono leve, perto do meu ouvido. Estava com receio de me mexer e ela acabar acordando porém, aquela posição já não era mais confortável então, virei meu corpo levemente para cima, fazendo sua mão pousar dessa vez, em cima do meu ventre. Seus dedos logo estavam desenhando linhas pela minha pele, me fazendo arrepiar ainda mais, como se soubesse exatamente onde me tocar, como se tivesse um mapa do meu corpo e houvesse estudado incessantemente o mesmo até saber todos os pontos eróticos e carinhosos do meu corpo que, naquele momento, começou a ficar mais quente. Ainda com os olhos fechados, deixei um suspiro escapar e escutei o início de uma pequena risada saindo de sua boca, em contraste com meu pescoço.

- Hm, pensei que estivesse dormindo... - Sentiu o corpo quente da garota ousada ao seu lado arrepiar com sua voz rouca de sono, enquanto a mesma começava a distribuir pequenos beijos por entre seu pescoço e colo, até o momento em que sussurrou em seu ouvido, com a voz ainda mais rouca e baixa, deixando claro sua sensualidade pela manhã.

- Eu dormi muito bem, obrigada.

Permitiu que uma risada rouca preenchesse o local silencioso até aquele momento, e virou-se para finalmente olhar a jovem mulher ao seu lado. Os olhos pouco inchados pela manhã, deixavam-na com um ar infantil que contrastava com a imensidão que era seu cabelo, totalmente desgrenhado, incrivelmente sexy. Pansy conseguia sentir o centro de suas pernas já úmido e, surpresa, viu um sorriso descarado formar-se nos lábios bem desenhados de Hermione. Nenhuma das duas estava preocupada com o possível mau hálito pela manhã ou com algum vestígio de sono em seu rosto, apenas em repetir aquilo que acontecera a noite. O beijo começou lento e totalmente carinhoso, evoluindo logo para uma carícia ousada porém, Pansy sentiu, cheia de preocupação da parte da Grifinória, talvez com medo de estar pouco dolorida pela intensidade das coisas.

- Antes de começar algo que vai durar por algumas horas, eu preciso saber, onde aprendeu isso?

- Isso o que? - Ambas de olhos fechados, com a respiração já pouco ofegante, sussurravam em meio a comunicação dos corpos.

- A foder tão gostoso. - Com uma risada alta contra seu pescoço, Pansy sentiu a mão de Hermione apertar-lhe a cintura e voltar sua atenção para os olhos claros que também riam, mesmo que estivesse preparada para sentir um pouco (ou talvez mais do que esperava) de ciúmes.

- Bom, creio que a culpa seja, em partes, sua. Quem mandou ser tão gostosa?

Não esperava por essa pergunta e sentiu seu corpo reagir, tendo seu rosto em chamas. Sorriu e levou sua mão para perto do rosto simétrico de Hermione, desejando seus lábios com as mãos, admirando o sorriso branco e totalmente alinhado da jovem mulher, lembrando rapidamente em uma memória distante que tinha dos dentes enormes que tinha antes.

- Hermione, admito, já me deitei com muitas pessoas e bom, você não é a minha primeira garota também mas... Oh, Morgana sabe o quão diferente você consegue ser, consegue fazer. Eu estou inteira a sua mercê. - Observando os olhos castanhos ficarem mais escuros, viu alguma iluminação aparecer levemente sobre seus rostos, sabendo que a mesma pediu a sala para ter qualquer luz fraca. Talvez para poder ver melhor sua reação.

- Bom, se quer saber, você foi a primeira pessoa que eu toco. - Seu espanto foi muito, devido a segurança que a morena havia em si mesma porém, sabia que aquele fato significava mais para si do que para ela. - Entretanto, apenas uma pessoa já havia me tocado antes de você. Quer mesmo saber?

- Apenas curiosidade. - Seu coração estava disparado. Talvez pela inefável mentira ou pela raiva de já sentir ciúmes por algo tão simples.

- Angelina Johnson. E não, ninguém sabe disso. Não da minha parte, ao menos.

Aqueles olhos de imensidão escura encaravam Pansy, deixando não só seu corpo como sua alma totalmente nua. Não havia ciúmes da artilheira da Grifinória, havia ciúmes do toque em si, como se fosse possível sentir ciúmes apenas de imaginar qualquer outra pessoa no mundo tocando aquele corpo quente que agora era seu recanto, seu mais puro e singelo abrigo.

- Sabe que isso não significa muito, certo? Foi ano passado, estávamos estudando algo que nem lembro agora e... Não foi muita coisa, eu perguntei como era e ela me mostrou. - Algo fútil, é claro porém, não combinava com Hermione Granger. Não mesmo. - Eu concordei com aquilo porque, bom, nunca me achei atraente o suficiente para despertar vontade em alguém então, que fosse por curiosidade então. Angelina queria tentar com uma garota e eu queria... experimentar.

- Totalmente errada, Hermione. - O sorriso fraco com seus olhos revirando em controvérsia a mim, deixava claro nosso nível de intimidade. - A primeira vez precisa ser mágica, memorável, inesquecível.

- Ainda bem que aquilo foi apenas um teste, então. - Seu sorriso fez Pansy sorrir até com os olhos, puxando o corpo quente para um dócil abraço. Mesmo depois do sexo, confissões e todos os olhares cruzados pela alma, nada foi mais íntimo do que aquele abraço. Aquela foi, tanto para Hermione quanto para Pansy, a tão aguardada primeira vez.

Não sexo. A primeira vez do amor.

Haviam feito sexo quando a sala precisa se transformou em uma sala de aula. Havia transado quando a sala precisa mostrou-se como um quarto totalmente escuro, tendo apenas uma cama. Ambas foderam a noite, com força, quando a sala precisa se transformou em um corredor com escadas, levando-as para o salão comunal da Sonserina.

Depois daquele abraço, os toques foram carinhosos e as palavras soltas entre um gemido de prazer e um suspiro de irrealidade, foram, antes de tudo, sinceras. Ambas queriam, ambas faziam. Uma entrega e confissão mútua do que estavam dispostas a ter, pelo máximo de tempo possível.  

C.A.O.S.: Carnalmente Apaixonada, Operação Sonserina!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora