Epílogo

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"Amada Pansy,

Não consigo explicar o que sua falta me faz sentir mas acordei inspirada em escrever para você hoje. Faz alguns dias desde sua última carta e, desde já, desculpe demorar a respondê-la, os dias aqui no ministério estão lentos e cansativos.

Espero que sua mala já esteja pronta para voltar a Londres, porque minha estagiária, vulgo sua irmã, não consegue parar de falar sobre sua volta. Admito que não consigo parar de pensar nisso também e até Gina já perguntou sobre sua viagem de volta, duas vezes. Acho que essa amizade estranha de vocês tem feito bem a ela, o que parece ter convencido Harry a parar de revirar os olhos, sempre que menciono seu nome.

Senhora Weasley perguntou se vamos passar o natal com eles dessa vez, ao invés de, nas palavras dela, ficarem reclusas em nossa bolha. Nós vamos, não é?! Pense com carinho, dessa vez, porque eu prometo recompensar você de uma forma bem divertida, se concordar... Principalmente se rir das piadas de Ronald.

Acabei lendo sobre a matéria que o jornal publicou sobre você e Malfoy trabalhando juntos nesse caso em Paris, para ajudar o ministério da magia em deportação. Não sabia que a mulher dele estava grávida, até então. Por alguns segundos, vendo a foto de vocês no jornal, confesso que fiquei preocupada com essa sua cara amarrada para ele, um colega de trabalho... Devemos deixar nossos ressentimentos para trás, não foi isso que você disse a Rony quando ele acusou você de ter me enfeitiçado, alguns anos atrás? Eu sei, babe, eu não presto mesmo.

Sinto sua falta nesse departamento tão cheio mas tão desinteressante sem você, fazendo as outras pessoas revirarem os olhos. Bom, sinto falta de revirar meus olhos com você também, meu bem.

Te vejo daqui a alguns dias, espero que esteja tudo certo para voltar. Não me deixe esperando. Apenas os céus sabem o quanto eu sinto sua falta...

P.S.: Mikaela disse que tem uma surpresa para nós duas, quando você voltar. Só espero não precisar ter que comer nada que Celina tenha preparado novamente, sabemos que apenas uma delas sabe cozinhar.

Com amor e saudade,

Sua leoa, Hermione."

- Ah, minha leoa... - Suspirou pesadamente, acariciando a carta com uma letra tão bem feita, entre os dedos. Pansy sentia seus músculos das costas doerem por dormir tão mal naquela cama muito... Sem sua leoa. Sentia falta de sua namorada também e riu, relendo a carta cheia de insinuações sexuais e o sarcasmo que, admitia a si mesma, contagiava pela grande vivência de ambas, durante todos aqueles anos. Era o único modo que Pansy achava para ser, afinal, menos irritante para os outros Grifinórios a sua volta, já que muitos deles agora faziam parte de seu convívio.

- Ê, saudade, huh?! - Ouvindo a voz grossa de seu amigo, sorriu quando sentiu um beijo do pescoço. Bateu levemente na cabeça de Zabini, que não conseguia largar seus velhos hábitos desde a escola. - Você podia dividir esse carinho que sente por Granger, não? Só eu apanho.

- Ah, não, senhor, meu amor. Hermione também apanha. - Deixou seu corpo virar-se na cadeira, dando ao amigo o sorriso safado que poucos conseguiam ver. - Aposto que você também adora apanhar da Amanda, né?

- Ah, pelo amor de Morgana, Pansy. Não me faz ficar de pau duro agora, com lembranças daquela mulher que só me ignora. - Rindo alto do negro musculoso que largava seu corpo no sofá cinza do quarto de hotel, bufando. Levantou-se, dobrando cuidadosamente a carta, para guardá-la novamente no envelope e deixar a mesma em cima do livro que estava lendo naquele período.

- Tudo bem, eu só preciso saber se conseguiu. - Viu o homem bonito balançar firmemente a cabeça, enquanto endireitava o corpo e colocava a mão por dentro do blazer pesado que vestia. Observou o quanto aquela caixa ficava pequena nas mãos grandes de Blay. Suspirou quando o mesmo abriu e conseguiu ver seu conteúdo. - Ah, Blaise... É ele, é perfeito.

Vendo o sorriso perfeito do amigo que concordava e lhe entregava a pequena caixa, pôde sentir suas pernas falharem em tocar o anel que a muito pertencia a ela porém, desde que seu pai foi liberto, nunca mais conseguiu tocar em nada naquela casa tão grande e mesmo assim, tão vazia. Lembrou de quando a mãe sorriu em colocar aquele anel em seu pequeno dedo, até então, de uma pequena Pansy.

Sorriu abertamente e levantou a cabeça para cima, fechando a caixa vermelha.

- Mikaela precisa falar com você. Ela pareceu inspirada pelo seu futuro pedido de casamento, pequena. - Fechou os olhos, ainda com o sorriso aberto no rosto agora com traços mais maduros. Suspirou e deixou seu corpo mover-se até seu melhor amigo. - O que foi, Pansie? Parece feliz mas...

- Com medo. - Sentou delicadamente no colo do amigo, sentindo a mão forte acariciar suas costas. - Sabe o que é amar tanto alguém que apenas a mera ideia de perdê-la, te assusta?

- Está sendo boba, menina. Você conquistou tudo o que tem e Hermione acompanhou essa jornada junto, conquistando coisas contigo. Vocês são perfeitas juntas... - Aquele medo de Pansy chorar novamente em seu colo assolava o homem que ainda não sabia como colocar seus sentimentos em palavras mas, de algum jeito, sempre conseguia falar a coisa certa para sua melhor amiga. - Aliás, acho que nunca vi uma time tão perfeito composto de Sonserina e Grifinória antes, hein?!

- É, você tem razão. - Pansy permitiu-se rir do tom de voz do amigo, sabia que ele ainda não acostumara com seu modo de chorar apenas com ele, em momentos de decisões difíceis. Exatamente como aquele momento.

A diferença agora é que as pequenas lágrimas em seus olhos não era pela decisão, e sim pelo sentimento. Sentia-se plena, completa e decidida. Era a decisão mais sábia que sem dúvidas, teria na vida, comandar-se pelo sentimento puro que amava sentir por Hermione.

- Então vai com medo mesmo, né? - Abraçou o pescoço do homem que agora ria de si, compartilhando sua felicidade. Pansy ria abertamente, imaginando o rosto em explosão de felicidade da namorada não mais secreta.

Iria voltar para Londres, iria até a casa dos Weasley que, graças a Gina, Hermione estaria esperando para a proposta mais importante que Pansy tivera. Engoliria o medo que sentia de qualquer coisa que pudesse assombrar sua mente e teria a atitude que a muito aguardava ter para com Hermione, seu único amor.

E permitiria ser ainda mais feliz, para o resto da vida, com olhares duvidosos e comentários maldosos sobre suas decisões porém, que valia sempre a pena quando deitava seu corpo na cama quente que comprara junto com sua tão linda mulher. Sua futura esposa, tão amada, Hermione.  

C.A.O.S.: Carnalmente Apaixonada, Operação Sonserina!Where stories live. Discover now