𝐓𝐡𝐞 𝐏𝐮𝐫𝐞 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 𝐏𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐬 [COMPLETO]

Capítulo 44

Meu coração parecia que ia saltar do peito, e minhas mãos estavam suadas. Meus joelhos estavam diretos no chão, e em minha frente, Harry me olhava atentamente. Todos pareciam tensos, como se eu pudesse simplesmente me erguer e entrar no local, mas eu sabia que morreria na primeira tentativa, o que só deixava tudo ainda pior.

— O senhor realizou extraordinária magia com esta varinha, milorde. — Meu pai disse calmamente. — Só nas últimas horas.

— Não... — Voldemort murmurou. — Não... Eu sou extraordinário, mas a varinha resiste a mim.

Era possível ouvir o barulho de Nagini se arrastando ao seu lado, e meu corpo inteiro se arrepiou, pois suas escamas pareciam mergulhar no chão úmido e fazer um barulho desagradável.

— Não existe varinha mais poderosa. — Meu pai disse, e sua voz pareceu mexer, como se ele andasse. — O próprio Olivaras disse isso. Esta noite, quando o garoto vier, ela não falhará. Eu tenho certeza. Ela responde ao senhor, e ao senhor apenas.

— Será? — O sussurro de Voldemort atingiu meus ouvidos como um corte de faca.

Meus olhos estavam arregalados, e eu sentia meu corpo inteiro tremer de medo. As mãos de Harry acharam as minhas e ele as apertou, tentando trazer algum tipo de conforto, mas falhou. Hermione e Rony me tocaram as costas, mas eu nem sequer senti. Eu só sentia medo.

— Milorde... — Ouvi a voz de meu pai, e ele parecia disfarçar algo.

— A varinha realmente só responde a mim... — Ouvimos Nagini escorregar de novo, e o lorde das trevas caminhar. — Você é um homem sábio, Severo. Deve ter a resposta. A quem a lealdade dela realmente pertence?

— Ao senhor. — Meu pai respondeu. — É claro, milorde.

Ergui o rosto para tentar encontrar seus lugares, e avistei os olhos perdidos de meu pai. No mesmo instante ele pareceu perder o ar, como se houvesse me avistado, e então olhou Voldemort rapidamente, aliviado por ele ter estado de costas.

— Sai daí! Aparate! — Pensei com força.

— A varinha das varinhas não pode me servir apropriadamente, porque eu não sou o seu verdadeiro mestre... — Agora o bruxo das trevas estava o observando mais distante. — A varinha das varinhas pertence ao bruxo que matou o seu último dono.

Meu peito doeu, e eu senti as mãos de Harry me apertarem com mais força. Minha respiração estava descompassada e eu sentia as lágrimas quererem cair.

— Pai, pai por favor, saia daí! — Gritei em mente, mas não sabia se ele estava me ouvindo.

Voldemort se aproximou lentamente de meu pai, assim como Nagini que andava como sua fiel escudeira ao seu lado.