Aquele que ficou bombado

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A japonesa abriu seus olhos, logo bocejando e espreguiçando-se, então percebeu que estava em seu puff.

— Não acredito que dormi aqui. Minha coluna já parece a de um idoso e dormir aqui com certeza não vai ajudar — Levantou-se. Caminhou até a televisão e a desligou. Coçou seus olhos enquanto caminhava até seu banheiro. Acendeu a luz e fechou a porta, soltou seu cabelo e então... — Que porra é essa! — Gritou ao ver seu reflexo.

— Momo!? — Ouviu o grito de sua mãe no andar de baixo — O que está acontecendo? Por que gritou? — A voz da mulher já estava mais perto, talvez na porta de seu quarto.

— N-nada! — Falou ainda olhando assustada para o espelho — E-eu vi uma barata.

— Venha tomar café.

— Não vai rolar, mãe — Apoiou suas mãos na pia ainda assustada.

— O que disse?

— Nada, mãe. E-eu já vou! — Tocou seu cabelo.

— Está bem — Ouviu os passos da mulher se afastarem.

— Que droga! Quando isso aconteceu? — Momo alisava seu cabelo confusa.

Acontece que, por algum motivo, seu cabelo estava loiro. Como diabos aconteceu? Bom, Hirai não fazia ideia...

— Merda, eu devo estar louca... vou tomar um banho e quando eu sair, meu cabelo vai estar preto de novo — Tirou sua camisa — Eita porra! — Exclamou talvez alto de mais, escorando-se na parede de forma assustada.

— Outra barata? — Ouviu sua mãe no andar de baixo.

— S-sim... outra! — Respondeu.

[...]

Momo saiu de seu banheiro desesperada após o banho. Correu até seu celular e mandou uma mensagem para sua melhor amiga, Son Chaeyoung.

— Filha, vem comer! — Ouviu sua mãe mais uma vez — Estou indo trabalhar e vou ficar até mais tarde, depois vou ao mercado. Quer alguma coisa?

— Está bem! — Gritou — Trás chocolate — Ouviu a porta ser fechada e se jogou em sua cama.

Percebeu sua mão levemente inchada e avermelhada onde a aranha picou, mas nada que a fez entrar em pânico, apenas ignorou aquilo e voltou a encarar o teto. Minutos depois Chaeyoung chegou.

— E aí piranha, o que é tão urgent... caralho! — Exclamou ao adentrar o quarto da amiga — Por que não me disse que iria pintar o cabelo? Eu queria te ajudar! — Sentou-se na cama da outra enquanto fazia careta.

— Eu não pintei!

— Então ficou velha de uma noite pra outra? Por que está quase branco — Riu. Momo lhe dá um tapa e se levanta

— Estou falando sério! Eu acordei e meu cabelo estava loiro, e tem mais! — Chaeyoung franziu o cenho ao ver a outra segurar na barra de sua camisa e logo a erguer, dando a visão de seu tanquinho novinho em folha.

— Caramba! — Soltou um riso — Não sabia que treinava.

— E eu não treino! — Abaixou a camisa — Você sabe muito bem que não consigo nem subir as escadas sem ficar cansada — Chaeyoung ri assentindo.

— Tem razão... mas então como isso aconteceu? — A mais nova franziu o cenho.

— Não faço ideia. Olha o meu braço! — Se aproximou da mais baixa para que a mesma apertasse seu bíceps.

— Nossa! Pode socar alguém — Momo assente impressionada — Mas...o que fez ontem? Tomou sei lá, algum hormônio?

— O que? Não! Claro que não — Empurrou a garota, que resmungou — Fiz o de sempre. Levei o lixo para fora, achei um Nintendo 64 no lixo do vizinho...

— Espera! Um Nintendo? — Momo apontou para o console na estante — Uou — Caminhou até lá — Ele está ótimo! Por que alguém jogaria fora?

— Foi isso que pensei! Continuando... fui picada por um aranha, voltei para dentro e joguei um pouco.

— Calma, o que disse? — Chaeyoung a olhou.

— Que joguei um pouco — a Son negou.

— Antes disso.

— Voltei para a casa...

— Antes, Hirai! Antes! — Momo fez careta

— Fui picada por uma aranha?! — Chaeyoung estalou seus dedos e apontou para a mais velha enquanto caminhava até ela — Tira esse dedo fedido da minha cara.

— É isso! — A japonesa franze o cenho.

— "Isso" o que?

— A aranha — Sorriu — Você virou tipo... o homem aranha! — Sorriu animada.

— Eu não tenho poderes, Son! — Levantou-se caminhando de um lado para o outro.

— O Peter Parker não ficou bombado depois de ser picado? — A Son pergunta, vendo a amiga parar de andar e encara-la — E outra, você está sem óculos e parece estar vendo bem sem eles — Momo arregala os olhos vendo seus óculos em cima da escrivaninha.

— E-eu nem ao menos percebi — Falou. Chaeyoung sorri.

— Minha melhor amiga vai acabar com os bandidos dessa cidade! — Levantou-se erguendo os braços enquanto sorria largamente.

— Não viaja, Chaeng... — Pensou — Precisamos comprar tinta.

— Por que? — Perguntou abaixando seus braços.

— Para pintar o meu cabelo?! — Disse como se fosse óbvio — Vamos logo!

Momo pegou sua bicicleta rosa na garagem e seguiu junto de Chaeyoung — que ia em seu skate — até uma farmácia não muito longe da casa da Hirai. Deixou sua bicicleta no lado de fora e adentraram o estabelecimento, indo até as tintas para cabelo.
Encontrou a tinta preta, e então avistou Kim Dahyun um pouco longe de onde estava. Abaixou-se rapidamente puxando a Son para fazer o mesmo. A Kim não poderia ver seu "novo" cabelo.

— Por que estamos abaixadas? — A mais nova perguntou confusa.

— Dahyun está aqui! — Hirai fala desesperada. Chaeyoung levantou um pouco para ver a garota.

— Ela está longe! Vamos pagar e ir embora — Momo assente e corre até o caixa junto da amiga.

Pagaram e então voltaram rapidamente até a casa da japonesa, logo iniciando o processo para pintar o cabelo da mesma. Após terminado, a mãe da Hirai chega.

— Olá, Chaeyoung — Sorriu colocando algumas das sacolas na bancada da cozinha.

— Olá, senhora Hirai — Sorriu — Eu já estou indo. Nos vemos amanhã na escola, momoring — Abraçou a amiga e então saiu dali.

— Quer ajuda com as compras? — Momo perguntou. A mulher estranhou.

— É uma pegadinha? — Levantou uma de suas sobrancelhas, estava desconfiada. Momo ri negando.

— Claro que não, só quero ajudar — A mulher assente ainda estranhando a atitude da garota, arrancando mais uma risada de sua filha.

Após guardarem tudo, a mulher abraça a mais nova.

— Está tão fortinha. Você cresceu?  — Momo ri negando.

— Vou para cama, mãe. Boa noite! — Beijou a bochecha da mulher e subiu as escadas.

[...]

— Caramba... — Hirai olhava seu corpo no espelho. Passou a mão por sua barriga e arregalou os olhos — Dá para lavar uma roupa aqui — Riu de sua própria fala. Vestiu sua camisa e saiu do banheiro. Deitou-se em sua cama e observou sua mão. Não estava mais inchada, mas ainda avermelhada.

Alguns minutos depois pegou no sono, e novamente, quando acordar, terá uma surpresa.

Spider-Girl • DahmoOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz