Spider-Girl • Dahmo

Aquele que é fofo

Momo resmungou ao desligar seu despertador. Xingou mentalmente por ainda estar no ensino médio. Levantou-se cambaleando até seu banheiro, olhou seu reflexo e arregalou os olhos.

— Mas que merda é essa!? — Tocou seu cabelo, o vendo loiro novamente — Droga!

Resolveu deixar para lá e tomar seu banho. Vestiu seu uniforme, pegou sua bolsa e desceu as escadas, torcendo para que sua mãe não notasse a mudança drástica em seu cabelo, o que seria impossível não notar.

— Bom dia! — Falou ao adentrar a cozinha, vendo sua mãe terminando algumas panquecas.

— Bom dia fil... — Parou de falar ao virar-se e ver a garota. Momo sorri amarelo — Quando pintou o cabelo? — Colocou as panquecas na mesa e sentou-se.

— Ahm... ontem a noite — Olhou com receio para a mais velha.

— Ficou lindo! — Sorriu. Momo sorri — Mas sabe que a escola não aceita isso, não é?

E bem, a mais velha estava certa, escolas coreanas não permitem que seus alunos pintem o cabelo, a não ser que sejam idols, o que não é a questão de Momo.

— Tem razão — Suspirou — Não deveria ter pintado... — Olhou para a mulher, que assentiu.

— Mas vá assim, se o diretor implicar, converse com ele, você é uma boa aluna... não tem problema — Momo ri assentindo.

— Já vou indo, mãe — Levantou-se e deixou um beijo na testa da mais velha. Caminhou até a sala pegando sua mochila.

Saiu de casa indo até sua bicicleta, subiu na mesma pedalando até a escola. A manhã estava bonita, ventava pouco e o clima estava ótimo. Assim que chegou, atraiu muitos olhares para si, coisa que ela não queria. Adentrou a escola e caminhou pelo corredor. Em sua escola haviam pequenos armários para os alunos. Parou em frente ao seu, colocou a senha e o abriu.

— Meu Deus — Assustou-se quando ouviu a voz da amiga.

— "Meu Deus" digo eu, Son Chaeyoung! Quer me matar de susto? — Fez drama. Chaeyoung ri.

— Se você morrer eu fico com sua coleção de quadrinhos — Sorriu. Momo revira os olhos pegando seu livro de matemática e fechando seu armário — Qual é a do cabelo?

— Sei lá — Deu de ombros suspirando — Eu acordei e estava assim.

— Está atraindo vários olhares — A Son fala. Momo olha em volta, vendo praticamente todos que estavam no corredor a olhando enquanto cochichavam.

— Vou para a minha sala. Te vejo no almoço — Saiu dali rapidamente.

Dahyun viu a japonesa passar por ela, franziu o cenho. Momo aparentava ser da mesma altura de Dahyun, mas agora ela estava mais alta? Como cresceu alguns centímetros apenas no final de semana?

— Ei?

— Hm? — Virou-se, dando de cara com sua melhor amiga — Desculpa, o que disse? Estava distraída.

— Percebi... — riu — O que estava olhando?

— Sabe a Momo? Hirai Momo? — Sana assente  — Ela acabou de passar por aqui loira.

— Loira? — Sana franziu o cenho — Sério?

— Sim. Você não viu? — Sana negou olhando para os lados.

— E-eu vou para a minha sala. Nos falamos depois? — Dahyun assentiu vendo a amiga quase correr pelo corredor. Deu de ombros e saiu dali.

Sana adentrou sua sala, parando bem na porta ao ver Momo sentar-se. Caramba! Ela estava linda... Sana sentiu seu coração acelerar. Levou a mão até o peito e respirou fundo caminhando até seu lugar.

[...]

Momo sentia sua mão latejar, estava doendo, não poderia negar o óbvio, estava ainda mais vermelho do que antes.

— Professor! — Chamou pelo homem — Posso ir até a enfermaria?

— Sim— Momo sorri e se levantou.

Caminhou rapidamente pelo correr até a enfermaria, adentrou o lugar, vendo uma mulher e sorriu.

— Com licença. Minha mão está doendo e não sei o que fazer... — Falou envergonhada. A mulher sorri.

— Deixe me ver. Sente-se ali — Apontou para maca — O que aconteceu? — Perguntou ao ver a mão da japonesa.

— Fui picada por uma aranha no sábado. Estava tudo bem até agora — A mulher assentiu.

— Sabe qual a espécie da aranha? — Momo negou.

— Mas está doendo bastante, principalmente a ponta dos dedos — Fez careta ao ver uma espécie de pus sair do local onde a aranha picou.

— Vou enfaixar isso — Levantou-se pegando uma gaze e enfaixou a mão da mais nova — Tome esse remédio, ele vai parar a dor — Lhe entregou um comprimido.

— Obrigada! — Sorriu.

— Mãe, pode me dar um... — Dahyun parou de falar ao ver a japonesa. Sorriu — Oi.

— O-oi — A Kim sorri mais ainda — E-eu já vou indo. Obrigada, senhora Kim — Fez reverência e saiu da sala rapidamente.

— Do que precisa, filha? — Perguntou a mulher

— Estou com dor de cabeça...

[...]

— E aí? O que nós vamos come... — Chaeyoung parou de falar ao ser puxada por Momo até a biblioteca — O que estamos fazendo aqui? — resmungou.

— Vamos pesquisar sobre essa merda que está acontecendo — Começou a andar.

— A qual é! Não vamos achar nada aqui. Está tudo nos quadrinhos, você sabe — Momo a olhou irritada.

— Pare de falar asneiras! Procure espécies de aranhas nos livros e me mostre, preciso encontrar — Chaeyoung revirou os olhos.

Após mais ou menos 15 minutos lendo vários livros sobre aranhas, Chaeyoung se levanta.

— Onde vai? — Momo perguntou confusa.

— Comer! Estou morta de fome — A Hirai suspirou.

— Está bem... vai lá. Eu termino aqui — a Son assentiu e correu dali.

Momo terminou de ler. Levantou-se e seguiu até a estante onde o encontrou, vendo Dahyun ali tentando pegar um livro no alto. Hirai caminhou até la, pegou o livro e entregou para a mais nova. Dahyun sorri.

— Obrigada! — Momo sorri envergonhada — A família das aranhas.

— O que? — Hirai franziu o cenho. Dahyun riu apontando para o livro nas mãos da japonesa.

— O livro.

— Ah... — Riu o colocando na prateleira.

— O que fez na mão? — Perguntou. Momo pensou.

— Me cortei sem querer — A Kim assente reprimindo os lábios.

— Gostei do cabelo, e você fica bem sem óculos — Sorriu. Momo sorri tímida.

— Valeu... pensei em mudar um pouco, mas estou achando estranho não terem me chamado para a diretoria ainda.

— Tem razão. E ficou muito bom — A Kim fala ainda sorrindo — É impressão minha ou você cresceu? — Momo se desesperou. Sua boca abria e fechava, mas nada saía.

Sim. Ela cresceu 8 centímetros em 8 horas de sono no sábado, e bom, ela nem havia percebido até aquele momento.

— E-eu... é — Riu sem graça — Meio que sim —Levou sua mão até a nuca. Dahyun sorriu olhando para seus pés.

Momo passou a mão por seu cabelo enquanto olhava os livros na prateleira. Até sentir a mão de Dahyun em seu cabelo e olhá-la surpresa.

— Sua franja... estava bagunçada — Momo corou.

— Obrigada... eu já vou indo. Aproveite seu livro — Falou caminhando de costas. Dahyun assente com um sorriso.

Momo caminha rapidamente para fora dali. Dahyun a observava, e ao vê-la sair, falou:

— Ela é fofa.