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Hugo 🃏

Alice beijava meu rosto toda carinhosa enquanto eu olhava pra cara dela rindo, gostava demais dessa garota e sentia que não queria largar dela nunca, que eu tinha encontrado alguém pra ser meu porto e minha calmaria. Não queria ter ela longe de mim, porque talvez eu seria a minha pior versão.

Hugo: Gosto pra caralho de você.- Ela me deu um selinho se sentando na cama.

Alice: Vou ter que dizer que gosto um pouquinho de você.- Se levantou abrindo minhas gavetas.

Hugo: Vai bolar um pra mim é? - Brinquei e ela riu, abrindo a gaveta das blusas e pegando uma.

Alice: Só se for pra estragar todo o bagulho.- Falou trocando de roupa e bateu num porta retrato, ela se assustou na hora pegando do chão e me olhou.- Meu deus, foi mal. Não tinha visto ele, foi muito sem querer...

Hugo: Relaxa, o valor maior é a foto.- Me sentei na cama vendo ela olhar a foto e sorrir.

Alice: A sua mãe é linda.- Falou e me olhou, estendi a mão e ela me entregou a foto e foi se agachar pra juntar os bagulhos, mas como era de plástico tinha nem perigo.

Hugo: Amanhã eu limpo, vem cá.- Chamei a atenção dela.- Quer ver as fotos da Wanessa?

Alice concordou animada e eu me levantei, peguei a caixa e coloquei em cima da cama vendo ela ficar do meu lado, quando abri peguei as fotos que tinham ali e ela riu de cara, vendo uma de quando eu era menorzinho sem roupa.

A gente conversou sobre isso por maior tempão, acabei que mesmo sem perceber, contei como minha mãe morreu e ela me escutava com atenção, enquanto eu bolava um. A Alice tentou falar mas desistiu, falando que nem se quer iria fazer diminuir a saudades ou algo do tipo. Mas ela falou alguns bagulhos que deixou minha mente tranquila e me abraçou, mesmo não gostando muito do bagulho que eu fumava ela deitou no meu peito e ficou comigo ali.

Não demorou muito pra ela dormir como estava, eu fiquei fazendo carinho no rosto dela até terminar o cigarro, fiquei rindo olhando ela e com muito tempo depois que eu me levantei pra ajeitar e a gente dormir.

Como era segunda e eu não podia dormir até tarde, acordei ela e levei ela pra casa, indo trabalhar depois, quando sai do trampo, eu fui pra casa, coloquei a peça na cintura, peguei a moto do Nilo e fui da uma volta. Minha mente falava mais alto teve outra, parei no chapadão e vi o Carlos na entrada, tentei passar despercebido mas quando ele me viu, ele praticamente voou na minha direção. O clima tava frio, quase chovendo, mas eu já tava no caminho e ia ver no que dava.

Carlos: Filho? - Liguei a moto pra meter o pé e fui tentar sair, mas parei olhando pra cara dele.- Que bom que você tá aqui, veio conversar?

Hugo: Tu tá pagando de maluco? - Desliguei a moto e desci, indo peitar ele.- Nunca mais chegue perto da Alice, tu já me tirou coisa pra caralho e não vai tirar mais ninguém da minha família.

Carlos: Eu só tentei me aproximar de você.- Uns meninos que tavam por ali apontaram a arma pra mim que tava crescendo pra cima do Carlos e ele olhou em volta, gritando.- Não aponta arma pro meu filho, caralho.

Hugo: Não me chama de filho, para de ser doente.- Empurrei ele sentindo a chuva cair, mas diferente das outras vezes muitas coisas pesavam na minha mente, Alice, Brenda, minha mãe, então não me deixei cegar pelo ódio e só precisava falar o que eu sentia.- Tu estragou a minha vida, me tirou minha mãe, o cara que foi mais pai que tu em menos de meses.

Carlos: Eu me arrependo, eu sinto saudades dela tanto quando você.- Eu dei um soco na cara dele.

Hugo: Não fala isso, caralho. Não abre a boca pra falar isso! - Gritei apontando o dedo pra cara dele.- Você deveria ter morrido naquele dia, se você tivesse morrido quando teve a chance, eu teria minha mãe e um pai de verdade, um pai que você nunca foi e nunca vai ser.

Eu senti as lágrimas escorrendo e passei o braço no rosto, ele chorava me olhando e eu dei as costas, liguei a moto olhando pra ele e minha respiração tava forte, meu coração pulsava e antes de sair dali, tirei a arma das costas e atirei na cabeça do Carlos fácil, ele caiu no chão e eu segurei o gatilho descarregando todo pente nele.

Meti marcha na moto vendo uns moleques atirando e outros nem se mexendo, a adrenalina passava por todo meu corpo, eu tava energizado ao máximo, não queria saber de mais nada! Enquanto sentia a chuva cada vez mais forte, minha felicidade também era, eu cada vez mais acelerava a moto porque naquele momento eu me sentia bem, me senti tranquilo e me sentia finalmente livre de um peso que era muito difícil de carregar. Mas eu acabei dando meu maior vacilo, quando vi já tava passando no sinal vermelho e o carro vindo na velocidade também, senti o impacto do carro batendo em mim e meu corpo voando, foi a última coisa que eu senti antes de perder a consciência.

Cria do morro Onde as histórias ganham vida. Descobre agora