Cria do morro

44

Alice 🔮

Eu tava na casa dos meus pais conversando com a Rebeca e minha mãe, Fael tava comendo e meu pai tava jogado no sofá da sala. Era quase uma da manhã já, eu já tinha ido e voltado da minha faculdade mas tava com preguiça de subir pra casa.

Fael: Ei, Alice.- Chamou minha atenção.- Tu falou com o Hugo hoje de noite?

Alice: Não, só falei com ele quando ele tava saindo do trabalho e eu indo pra faculdade. Por quê? - Levantei a sobrancelha.

Fael: Tem uns moleques falando que ele sofreu um acidente de moto.- Estendeu o celular e eu peguei olhando as mensagens do grupo.

Nem consegui ler direito, peguei minha bolsa tirando meu celular e me afastei ligando pra Brenda que demorou poucos segundos pra me atender.

Alice: Cadê o Hugo? - Falei assim que ela atendeu.

Brenda: Hugo tá aqui no hospital, Alice. Se puder, vem pra cá agora, eu pago seu uber.- Meu coração gelou por uns segundos mas a Brenda chamou minha atenção.

Alice: Calma, eu chego aí em questão de minutos, peço pra alguém me levar.- Observei meu pai se levantando na hora e peguntei qual hospital.

Nem se quer fazia ideia do que tinha acontecido, por que o Hugo não estava em casa e se ele estava bem, era o que mais me deixava preocupada. Quem me levou foi o Fael, como eu ia pra um hospital, sempre tinha policia por perto, então era um risco pros dois, mas decidiu que enfim o Fael que ia comigo. Quando eu cheguei, ele falou que ia me esperar pra saber de algo e ficou mais afastado, eu entrei quase que correndo naquele hospital em busca da Brenda, quando achei fui direto abraçar ela preocupada.

Alice: O que aconteceu, Brenda? - Falei sem entender.

Brenda: Hugo matou o Carlos.- Eu encarei ela sem reação, apenas assustada.- Depois disso eu não sei mais o que aconteceu, sei que ele praticamente criou assas e saiu voando da moto.

Alice: Como ele tá? - Falei preocupada a ponto de querer chorar.

Brenda: Ele tava usando capacete, coisa que quase nunca acontece e isso livrou ele de morrer, Alice. Ele teve algumas complicações na parte da coluna pela queda, mas já fez a cirurgia e em relação a isso tá tudo bem. Resumindo tudo, ele está bem, porém os médicos falaram que ele não acorda desde que chegou aqui.- Eu por minha vez não sabia se ficava mais relaxada ou mais preocupada.

Alice: Ele deve tá cheio de machucado no corpo né? - Passei a mão no rosto.

Brenda: Tu nem imagina como tá, quando ele acordar vai sentir as dores e vai ser horrível. Mas no momento o que a gente pode fazer é agradecer a vida dele.- Eu concordei.

Alice: Acho melhor você ir pra casa, Brenda...- Falei vendo os policiais por ali e ela era envolvida né.- Eu fico aqui esperando notícias, te garanto que não saio daqui.

Ela me encarou, se negou mas eu consegui convencer ela, ela me mostrou ao médico responsável e acabou indo embora, liguei pro Fael avisando tudo e o médico me liberou pra entrar no quarto, quando eu vi o Hugo naquela cama meu coração ficou pequeno, meus olhos se encheram de lágrimas, ainda mais ao ver o corpo dele todo machucado. Cheguei perto dele e beijei aquele rosto que por sinal, era a única coisa intacta ali, toquei na mão dele e fiquei observando ele que nem se mexia, mas eu sabia que ele sentia que eu estava ali.