petite louve

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Oi gente

Voltei com esse capítulo.

Pretendo manter as atualições entre janeiro e fevereiro, a meta é encerrar a adaptação da fanfic ainda em fevereiro.

Não vou pedir desculpas pela demora de postar porque isso se torna repetitivo, mas só pra ver se ainda lêem essa fanfic...Comentem por favor.

Um beijo, fiquem com o capítulo de hoje 

Dra. Adora estava preocupada. Preocupada com a cor que seus olhos estavam adquirindo e com o brilho estranho no olhar daquela mulherzinha que desaparecera por algumas horas. Adora esperava, como pessoa que a abrigara por pura boa vontade, que ela fosse um pouquinho mais fiel com as regras da casa sendo a única delas: ''NÃO SAIR DE CASA''

Ms. Catra Applesauce era uma mulher despreocupada, tinha aquele tipo de postura que mostra diretamente que tudo vai dar certo, mesmo que não vá. Adora sabia que não daria. Os cachos eram, no mínimo, o que mais chamava atenção. Eram tão joviais e cheios de vida para uma jovem ameaçada de morte que a doutora começara a encarar tudo como uma doce e cruel metáfora.

Tudo.

Desde os olhos que mudavam de cor, desde o nariz pequenino, os lábios muito bem definidos e a altura exagerada, Catra Applesauce era praticamente um milagre e Adora não sabia como se sentia sobre isso. 

— Preciso fazer uma visita a um velho, velho amigo - Adora anunciou, quando as coisas finalmente se acalmaram. Sua abrigada se sentava na mesma poltrona em que sempre esteve (pelo menos na imaginação de Adora, sempre existirá alguém ali) e tomava uma xícara de chá quente com alguns biscoitinhos feitos à mão pelo próprio médico, alguns dias atrás. — Lestrade ficaria encantado em a receber também, podemos dizer que você é uma parente distante...Você decide, mas gostaria que viesse.

— Sim, você gostaria. - Catra garantiu, com aquele sorriso fechado de sempre.

— O que quer dizer com isso, senhora?

Catra se levantou, encarando as roupas que Adora vestia.

— Você está usando um terno novíssimo, de tecido fino e incrivelmente caro para uma mulher com sua renda, nunca a veria usando algo desse tipo se não fosse muito especial.

— É especial, não vejo Lestrade há alguns anos e estou ansiosa para contá-lo sobre algumas de minhas conquistas. 

— Não, não é isso. Não está toda arrumada, com os cabelos perfeitamente mesmo que vá usar um chapéu somente para visitar um amgo. Você precisa impressioná-lo, e pelo padrão das coisas, precisa fingir um estilo de vida que não segue, por isso concluo que tenha se formado com ele e agora ele seja um grande médico e o senhor ainda viva aqui, nesta pequena casa, mantendo dois empregos. Não são grandes amigos, são concorrentes que fingem se dar bem somente para que um prove ao outro sua superioridade por meio de bens materiais e grandes conquistas. 

Adora estava boquiaberta, olhando para a boca de Catra, que não parava de se mover, como se ela fosse um autômato comandado para ditar a vida de Adora sem pausas.

— E tem mais! - anunciou Catra, — Não é um homem do bem, não parece. Deve ser alguém que ficaria espantado com minhas situações físicas, já que a senhora gostaria de me tratar como uma ''parente distante'' e não como uma amiga. Não confia nele nem por um segundo, já que odiaria a reação do homem ao saber que abriga uma judia em seu lar, talvez seja até um pouco perigoso, o que me faz descobrir exatamente com o que o homem trabalha.

— Como?

— Ele é um médico, disso sabemos. Você confirmou isso assim que não conseguiu fechar a boca com o meu chute no escuro, agora me pergunto que tipo de médico ele é, um desses como a senhora, que trabalha pela paixão e ajuda os pobres desfavorecidos? Não, já que ele ganha uma quantia muito maior de dinheiro e isso é impossível seguindo este ramo. Assumo então que este homem a quem se refere como um velho amigo seja um médico nazista, ou pelo menos um que trabalhe com as vítimas do nazismo. 

— Deus, Catra! - Adora começou, completamente espantada — Como você poderia saber disso?

— Está tudo estampado em seus olhos, doutora. 

Adora sorriu, se levantando e pegando o chapéu, enquanto Catra a ajudava com o sobretudo.

— Então eu vou-me indo. 

— Espere por mim, adoraria conhecer tal criatura. Ele deve ter grandes barbas e uma mansão com enormes bandeiras vermelhas. 

Catra vestiu suas roupas e puxou do bolso do casaco um pequeno chapéu.

— O que é isso?

— Um deerdstalker. - Catra esclareceu. — Sabe, usado para caçar ou para grandes viagens ou, como posso dizer? Por pura moda. Decida por qual motivo uso-o você mesmo.

— Eu sei o que é um deerdstalker. Me pergunto donde tirou ele. - Adora falou, dando espaço para a mulher mais alta passar e depois passando pela porta, a trancando. 

— Digamos que foi um grande presente de alguém especial de meu passado. Esteve escondido em meu casaco desde o dia em que cheguei.

Andaram pelas ruas com cautela, olhando para os lados e cuidando para que ninguém ousasse duvidar do arianismo de Catra, o que não era difícil. Ninguém conseguia enxergar os cabelos negros que se escondiam por baixo do chapéu de duas abas, fazendo com que os olhos muito azuis garantissem logo sua nacionalidade e fé.

Chegaram à casa de Lestrade logo depois de algumas horas sofridas de caminhada, com muita conversa boba e gargalhadas soltadas ao vento. O homem morava em uma parte separada da cidade, sem vizinhos. Assim, eles não precisaram se esconder nas sombras.

— Adora! Seja bem vinda. - o homem não era nada com o que Catra achava que era. Tinha cabelos grisalhos curtinhos e costeletas marcadas, mas nada de barbas e uma grande casa. Tudo era simples, mas muito - muito! - caro — Vejo que trouxe uma amiga. 

— Oh, sim. Senhor Lestrade, essa é minha fiel amiga e companheira, Catra Applesauce. - as palavras da mulher assustaram a cacheada, que esperava algo discreto.

Passaram uma tarde agradável, recheada de conversas ambiciosas e cheias de mentiras. Lestrade nem era tudo isso e Catra sabia muito bem.

Sabia também que o homem tinha uma noção de que Catra não era uma amiga de Adora, já que mantinha a mão direita na barra da calça, onde obviamente mantinha uma arma. 

Chegaram em casa muito tarde, ambas se banharam e enquanto Catra vestia seus trajes, Adora o chamou atenção:

— Senhora, estou completamente sem uma gota de sono. Gostaria que me contasse mais uma de suas histórias, sendo que agora me contaria sobre a época de adolescência.

— Oh, quase ia me esquecendo! - Catra disse e , quando ambas se encontravam deitadas em suas camas (Catra agora tinha um cobertor melhor, que fora presente de Lestrade para Adora) começou a contar — Meu irmão, se encontrava em uma posição favorável no centro trabalhador quando eu atingi enfim minha adolescência. Era uma jovem insuportável, para falar a verdade, ninguém parecia me suportar. Teimei logo cedo que era uma sociopata que não tinha sentimentos e que se importar não era uma vantagem, mas logo aos 15 anos me apaixonei profundamente. 

''Era um ser incrível, com olhos e cabelos escuros e um olhar doce, a voz bem rouca e convincente. Minha sociopatia virou altamente funcional assim que o vi'' 

''Passamos longos anos juntos, me orgulho a dizer que o amei com tamanha profundidade que seria impossível alongar esta história mais um pouco sem me afundar em lágrimas''

'' Scor...pio era minha luz na escuridão, mas o levaram cedo demais e eu lamento muito por isso. Lamento profundamente, todos os dias de minhas vida''

— Como o levaram?

Ele era judeu, logo no começo da guerra o mataram, quando ainda enterravam os corpos em nosso cemitério.

— Catra.

— Sim, Adora?

Ela encarou fundo nos seus olhos e engoliu seco. 

— Sinto muitíssimo por sua perda lamentável, mas quero que saiba que reconheço que não está falando sobre um homem.





FOI ISSO GENTEEEE

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O Holocausto - ib: not a couple! infinitenonfictionWhere stories live. Discover now