vermisse dich

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Notas da autora

Oi gente! Eu ia esquecendo de falar com vcs kkkkkkk

mas enfim, como eu esqueci de fala no capítulo anterior, to falando agora :)

desculpa pela demora pra postar os capítulos, eu tava planejando atualizar a outra fanfic no mesmo tempo que essa daqui, por isso demorei tanto

mas deixando de enrolação, vamos pro capítulo! não esqueçam de votar e comentar ok?!


- Adora, querida, - a voz da mulher estava trêmula de um modo assustador, os músculos de seu rosto se estendiam e tremiam a cada palavra dita. A menininha podia ver as lágrimas ameaçando uma queda repentina. Mamãe a agarrou pelo braço e a puxou para um abraço. – Eu preciso que vá para o quarto e finja que está dormindo. Leve Adam junto, leve-o.

Adora agarrou o irmãozinho, o colocando em seu colo e o arrastando pelos cômodos. Adam era alguns anos mais novo, mas ainda assim tinha quase a mesma altura que a irmã, sendo ela a mais baixinha de sua sala.

Ela trancou o quarto que dividia com o irmão e se enfiou debaixo das cobertas, sentindo um frio que não se dava exatamente pelo clima da cidade, mas pelo temor ao pai que se aproximava muito lentamente.

Ela ouvira passos fundos na sala de estar chegando cada vez mais perto, passando pela frente do quarto e depois voltando. O pai estava furioso, e Adora sabia muito bem disso. O irmão tentara acalmá-la com algumas palavras sobre ele não estar gritando, mas Adora tinha plena consciência de que o silêncio, levado a sério pelo pai, seria praticamente mortal a quem aparecesse em seu caminho.

- Por favor, as crianças estão dormindo. – Mamãe falou, mais baixo do que antes e ainda mais apavorada. O pai de Adora era um homem impaciente quando se tratava de sua família. Não queria estar ali agora e deixava isso muito claro.

- É claro que estão. – ele falou ironicamente. – Isso nunca me impediu de fazer nada. Sabe disso, não?

Adora não podia ver, mas sabia que a mãe assentia rapidamente e diversas vezes, tentando evitar ao máximo a ira do marido. Ela sempre o fazia. Sempre se defendendo sem realmente o fazer. Sempre.

A primeira bofetada veio estalada. Adam se acolheu no corpo de Adora com certo desespero. A menina se encolheu mais do que podia e soltou um suspiro longo e silencioso. Não conseguia chorar, não iria chorar. Não se mostraria fraca perto do irmão.

A segunda também veio.

A terceira.

A quarta.

Quando o barulho da quinta eccou, a pequena Adora se encontrava agarrada ao pescoço do pai, fazendo a pouca força que ainda tinha. A mãe estava no outro canto da sala, desacordada.

A sexta bofetada não foi em sua mãe.


Catra desistira de tentar acordar a mulher. Estava a alguns minutos cutucando seu braço quando finalmente percebeu que se encontrara em um sono profundo demais para ser interrompido.

A jovem deveria aproveitar suas oportunidades, como sempre fazia. Vestindo um vestido branco com sapatilhas vermelhas, deixou o flat com ar de desespero. Já se passavam das seis da manhã, portanto ela era permitida a andar pelas ruas com certa cautela e preocupação.

Os vizinhos começaram a se perguntar, ela sabia que estava sendo observada. Nunca andara por aquela vizinhança antes de ir parar na moradia humilde de uma certa médica desafortunada, portanto não tinha motivos para estar lá sem que as pessoas duvidassem.

Catra Applesause sabia que o que mais pesava em si era a estrela em seu braço, mesmo sendo um pequeno retalho de tecido. O peso daquela estrela era tão surpreendente quanto o efeito que a mesma causava nas pessoas que não as usavam.

A questão é que: os judeus eram extremamente proibidos de frequentar parques, áreas abertas, teatros ou qualquer tipo de lugar que pudesse os proporcionar qualquer diversão. Ninguém naquele país queria que os judeus, aqueles homenzinhos imundos e narigudos que roubavam seu dinheiro, se sentissem confortáveis dentro de uma sociedade. Todos desejavam que os judeus fossem tratados como verdadeiros animais, deslocados. O que sobrara a eles era o cemitério.

Aquele cemitério, que ficava surpreendentemente perto da casa de Adora, era o que representava o parquinho infantil para as crianças judias. Elas pulavam e corriam entre as lápides daqueles que seriam os últimos a terem seus nomes gravados em algum lugar depois da morte. Aquelas crianças não tinham noção alguma do que aquele lugar significava.

Mas Catra tinha. E era por isso que hoje adentrava o grande portão de ferro com algumas rosas vermelhas e bonitas que achara no caminho.

Encontrou um pequeno menino, de no máximo 3 anos, esmagando as letras que denunciavam o que Catra fazia naquele lugar, justamente naquele momento. Algumas das letras estavam quebradas, mas ainda assim se podia ler.

A       J A Z     S C O R P I

Ela se desabou em lágrimas. Aquele era seu lugar de desabafo, todo destruído e quebrado por uma brincadeira infantil. A pobre criança não tinha culpa, obviamente, não sabia o que estava fazendo. Mas, mesmo assim, ela não podia evitar a tristeza que invadia seu peito ao ver os pedaços de concreto caídos ao chão. Aqueles pedaços eram o único lugar – além do coração de Catra – que ainda se lembravam dela.

A incomparável, aquela que a fazia carregar um peso enorme nas costas.

Ela fizera Catra perceber que seria uma procurada do governo. E não era pelo fato de ser judia.

Catra se ajoelhou em frente à lápide e depositou as flores, que com toda a certeza eram de um homem que se decepcionara de última hora com o amor de sua vida.

- Olá – Catra disse, sendo encarada pelo menininho. – Eu disse que voltaria. Espero que esteja tudo bem, onde quer que você esteja. Eu...Bem, eu estou ótima. Não tomava banho há séculos, nem falava com alguém além de minha família. Tudo está se ajeitando, mas algo eu não poderei evitar.

Ela fez uma pausa, quase dramática, para limpar as lágrimas que rolavam em seu rosto desamparadamente.

- Eu estarei com você em breve.

Catra se levantou, tocando a lápide de forma carinhosa e se retirando com certo receio. Adentrou novamente a casa, encontrando uma Dr.Adora apavorada à beira de um ataque de nervos.

- Pelo amor, Catra! Onde estivera?!

A cacheada sorriu, a acalmando um pouco. Dra.Adora sentiu aquele mesmo arrepio estranho.

- No céu.


Notas da autora

eu juro pra vcs, que a autora tbm sofre com a morte dos personagens :(

não me matem ok? kkkkk eu tbm to triste

até quarta-feira gente :) 

O Holocausto - ib: not a couple! infinitenonfictionWhere stories live. Discover now