capi. 22 ( parte 1)

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mãe tá de volta fml 😼✋
capítulo pequeno mas é oq tem pra agora af KKKK ignorem erroos obg

Boa leitura e bjs :)


Rafaela

A fumaça sobe embaçando a vista, mas logo é afastada por conta da corrente de vento que passa. A noite, como sempre, está linda. Apenas estrelas, sem a luz. O ambiente é um pouco gemido.

Eu saí da cama, deixando a Maria Isabel sozinha. Eu até dormi um pouco, mas a insônia bateu, pensamentos surgiram e eu decidi pegar um cigarro e esvaziar a mente. Agora deve ser por volta de 1:00h da manhã. Costumo acordar nessa horário, e só dormir umas 4:00h da manhã, então é o normal.
Ter a companhia da Mabel ajudou um pouco, tive um sono bem leve, que já não tinha há tempos, e estou mais descansada do que costumo.

Até que demorou um pouco, mas a ficha finalmente caiu. Por muitas vezes eu tentei acabar com a minha vida, através de drogas, bebidas ou até mesmo respirando o mesmo ar que minha mãe. Mas dessa vez tudo foi muito a fundo, e eu nem sei quando decidir colocar o fim nela, apenas apaguei e acordei em um hospital. Acidental não foi, mas também não proposital. Não tem explicação, nem eu mesma entendo.
Eu tenho tudo o que eu quero, na vida de outras pessoas, mas eu também tenho um vazio enorme no peito, que consiste em me puxar casa vez mais, e por mais que eu negue, cada vez me enche mais.

Ser criada na rua consiste apenas uma regra: saber que suas ações terão consequências. Não fui uma boa influência, muito menos andava com pessoas de boas influência, mas nunca me aprofundei em algo tão errado assim, tinha um pouco de juízo, apesar de não usá-lo a maioria das vezes. Eu vivia na rua, ia na minha casa pouquíssimas vezes na semana, e somente quando meu padrasto não estava. Encontrava minha mãe bêbada ou chorando, ela sempre pedia para eu ficar mas eu sabia quem ela era e o que queria, e posso afirmar que não era me dar uma vida de qualidade.
Eu era cigana, as vezes ia na casa da dona Madalena, que era a cabeça de uma comunidade bem próxima, ela ajudava bastante crianças e eu era uma dessas, quando não era nela, eu passava bastante tempo na casa do Victor, somente essas duas casas que tinham meu paradeiro. Não fui uma adolescente fácil, sempre arrumando briga ou confusão, alguns tinham medo e outros ódio de mim por eu ser bem pavio curto e abusada. Muitas vezes dona Madalena teve que resolver alguns problemas bem sérios, os outros eu mesma dava conta.
Desde de sempre em festas ou lugares que eu não deveria estar, odiava ser mandada ou aconselhada, era eu por mim mesma e isso sempre me bastou, apesar de as vezes pesar um pouco. De qualquer forma, até hoje é desse jeito, nada mudou, apenas tenho mais independência e pouquíssimas pessoas por perto. Algumas coisas não mudam.

Escuto o barulho da porta e rapidamente me virando, encarando a Maria Isabel, que parece um pouco confusa.

- O que você está fazendo.. - Ela chega perto. - Que fumaça é essa? - Começa a tossir e tenta afastar a fumaça com a mão.

- Maria Isabel, melhor você entrar e ir dormir. - Não apago o cigarro, apenas afasto um pouco.

- E deixar você aqui? - Ela tosse de leve. - Não mesmo.

- Entra. Não vou apagar o cigarro e você vai ficar tossindo.

- Eu aguento. - Ela senta no banco ao meu lado, e tenta não tossir.

- Maria Isabel... - Bufo. - Pelo amor de deus, eu entro logo.

- O tem eu ficar com você? - Ela me olha com os olhos bem aberto, sua voz é manhosa e ela faz bico.

Por diversas vidasWhere stories live. Discover now