Por diversas vidas

capi. 47 ( final )

esse capítulo me destruiu! Chorei do começo não fim estou em depressão dor trevas e tristeza!

aí gente...

Boa leitura e bjs :(

2 meses depois.

Maria Isabel

- Come alguma coisa! Você pode desmaiar. - Maria Cecília fala receosa, eu suspiro irritada.

- Já disse que não quero nada, só ficar sozinha. - Falo grossa, e ela me olha confusa.

- O que está acontecendo, meu amor? Por que está tão... - Procura palavras.

- Fechada? - Rio sem vontade.- Não sei de você percebeu, mas eu não tenho mais a Rafaela. Isso é motivo suficiente. - Ela engole a seco, preferindo o silêncio.

- Eles querem te conhecer, e eu e sua mãe também sentimos sua falta.. - Fala chorosa e eu bufo impaciente.

- Nem todo mundo tem o que quer! Agora sai e me deixa em paz, não quero ouvir vozes. - Mando, e ela me observa, procurando uma solução, mas não acha.

- Tudo bem.. - Ela se vira e sai do quarto, fazendo minha vontade.

E essa é a minha vida nesses últimos meses: Comer pouco, ser grossa com todos, não sair do quarto e sentir ódio de tudo.
Dizem que mudei, mas acho que só descobri uma versão que eu nem sabia que existia, uma versão horrível mas que me mantém viva.
Meses que não choro ou sinto saudades da Rafaela, eu só consigo sentir raiva por ter me deixado tão rápido, raiva da Angelina, e raiva de mim mesma. É o único sentimento que me consume.
Aquela Maria Isabel contente, que ajudava todos, vivia cantando, rindo e sorrindo morreu junto com a Rafaela, e me dói falar isso. Meses que não recebo um carinho, porque não me permito, não aceito, sinto que estou esquecendo a dor de perder a Rafaela. Todos seguiram em frente, todos agem como se ela nunca tivesse existido, ou eu que estou tentando me apegar nela para sempre, já não sei mais.
Tem alguma coisa faltando.

Perder ela foi a pior coisa que já me aconteceu, e não irei superar. Tenho medo de esquecer da voz dela, da risada, do cheiro, dos mínimos detalhes que me prendiam, medo de perder o amor que eu sinto, medo de perder ela de vez.

O barulho da porta me assusta.

- Entra. - Falo, mesmo sabendo que não irei conviver por muito tempo.

- Sei que quer ficar sozinha.. - Layana fala e eu concordo com a cabeça. - Mas nunca te entregamos isso. - O envolve nas suas mãos me desespera.

- Já disse que não quero ler. - Falo determinada.

- Você precisa ler. - Ela deposita o papel na minha cama. - Rafaela sabia o que você precisa ler, então faça.

- Eu não vou ler. - Mantenho minha palavra.

- Então eu leio por você. - Ela pega a carta de volta.

- Para, mãe. Eu não quero saber absolutamente nada!

- Mas você vai, Maria Isabel. - Fala estressada enquanto abre a carta.

Eu pedi para elas sumirem com a carta, porque não queria ler nada que estivesse escrito ali, não queria saber quais foram os últimos pensamentos da Rafaela, não queria saber que realmente estava acontecendo.