Capítulo 12

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11 de setembro de 2001, 08h46.

Você sabe onde estava nesse dia, nesse exato momento?

Andy se lembrava como se fosse hoje. Acordou como em qualquer outro dia, às 08h00, se arrumou e foi tomar café com o papi. Era uma das poucas vezes que o turno dele permitia isso. Ela se sentou na mesa exatamente às 08h30. No rádio, em cima do balcão, tocava “Dancing With Myself” do Billy Idol. Era a música favorita de Andy e sempre que tocava Pruitt a tirava pra dançar e não foi diferente dessa vez. Passaram os próximos minutos dançando no centro da cozinha. De todos, esse era o momento favorito dela. A música foi interrompida abruptamente por um pronunciamento urgente. Um avião havia atingido o World Trade Center.

Nas próximas horas o pior cenário que qualquer um poderia imaginar havia se desenrolado no centro de Nova York. Todos os jornais de todos os lugares do mundo estavam noticiando o que havia acontecido.

Um ataque terrorista.

Foi uma das suposições que infelizmente estava correta. Eles precisavam de todos que pudessem ajudar, não importava de onde eles fossem. Quando algum lugar passa por essa situação, todos tem o dever de ajudar.

Todos os bombeiros, dos lugares mais remotos do mundo, até grandes capitais se dispuseram a ajudar. Com a 19 não foi diferente. Pruitt não obrigou ninguém a ir até lá, ele sabia que tudo podia piorar a qualquer momento mas ninguém da 19 quis ficar pra trás. Todos se dispuseram a ajudar e foram. Não deixariam os seus partirem para algo daquela magnitude sozinhos. Andy ficou com tanto medo pelo papi, porém sabia que era o certo e que ele sempre fazia o certo, só que ela pirou em algum momento do tempo que ele estava fora, pegou um avião e voou até Nova York. Ele precisava voltar pra casa e Andy não iria voltar de lá sem ele.

Brigaram no meio do que parecia ser o cenário de um apocalipse no meio da cidade. No final de tudo, ele voltou pra casa com ela. Andy sempre se achou sortuda por não ter passado por isso, não ter presenciado pessoas pulando de prédios para terem ao menos uma mínima chance de sobreviver, encontrar corpos pela cidade, dizer a uma mãe que ela nunca poderia enterrar seu filho porque não tinham encontrado ele... Ela não saberia o que fazer caso passasse por uma situação dessas.

Mas isso estava prestes a mudar.

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Nos dias de hoje

Final do ano sempre foi uma época complicada para o corpo de bombeiros. Os civís bebiam além da conta, se esquecendo do que haviam aprendido na escola de direção e nos comercias, pegando seus carros e batendo-os em muros, postes e até em outros carros. O pior era que alguém inocente saía ferido.

Era dia 20 de dezembro. O recesso de final de ano ia começar em todas as escolas da cidade. A última turma que veio visitar a estação partiu no dia anterior.

Estava toda a equipe tomando café da manhã e jogando conversa fora, quando o alarme tocou e disse um endereço que todo mundo conhecia muito bem. A pré-escola no fim do quarteirão. Entraram no caminhão e Vic dirigiu muito mais rápido do que o normal.

“Precisamos chegar vivos para ajudar alguém, Vic." -disse Andy sabendo que não era fácil atender chamados que envolviam crianças.

Vic não teve tempo de responder nada, pois já estavam em frente a escola. Havia várias crianças acompanhadas de vários adultos. Provavelmente seus professores.

“Certo, preciso que prestem muita atenção no que eu vou dizer. Pode ou não haver crianças lá dentro. Eu quero e preciso que sejam muito racionais com relação as chances de qualquer um que esteja lá. Eu fui bem clara?” -disse Andy esperando resposta de sua equipe.

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