03_ Natasha Caldeirão.

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Rain Miller

- O meu amigo Sirius... Ele... Espera, o quê?

- Por favor, me diz que você não enfiou o pepino na sua bunda. - Repeti pausadamente e o garoto me encarou ainda chocado.

- Eu entendi essa parte. - Falou ele rindo. - Por que eu enfiaria um pepino na minha bunda?

- Me diz você, você que enfiou. - Olhei pra ele confusa.

- Eu não enfiei o pepino na minha bunda! - Esclareceu ele com um sorriso chocado.

- Tudo bem se você gostou de enfiar o pepino na sua bunda, não precisa ficar com vergonha. - Provoquei com um sorriso.

- O meu amigo Sirius tentou fumar o pepino e não deu muito certo, foi apenas isso, eu juro que nenhum alimento foi enfiado na minha bunda ainda. - Contou ele com um sorriso.

- Ainda? - Dei um sorriso de canto e o garoto do pepino soltou uma risada.

- Deixa eu te mostrar seu dormitório logo. - Falou ele começando a andar com as minhas duas malas e eu segui ele.

Eu peguei uma das minhas malas que ele segurava e ele hesitou um pouco antes de me deixar carregar. Assim que ele soltou a mala na minha mão, eu quase dei de cara no chão pelo peso da mesma.

Como ele tava levando as duas como se fossem apenas dois travesseiros?

A gente andou um pouco.

Mentira.

A GENTE ANDOU PRA CARALHO.

Se não fosse o ritmo do doidão lá, a gente teria levado um dia inteiro pra chegar no andar dos dormitórios. Quando finalmente chegamos em uma porta que tinha o meu nome e os nomes de mais duas garotas em um papel na porta, eu soltei a minha mala.

- AI CARALHO! - Gritei quando senti a mala cair no meu pé. Eu me desequilibrei e cai pra frente, derrubando as duas malas e arrastando o cara do pepino junto.

Eu cai em cima do cara, dando uma cabeçada tão forte que meu cérebro começou uma atualização nova.

Com aquela proximidade toda, eu consegui sentir o perfume dele.

Então esse é o cheiro amadeirado que todo mundo fala?

Que negócio de rico...

Eu me sentei em cima do cara colocando a mão na cabeça com dor e olhei para o cara que também me encarava em choque e raiva.

O maxilar dele marcado estava travado e a testa tensa mas dava pra ver que ele tava segurando a risada.

- A madame prefere ficar sentada no meu colo pra sempre ou deseja sair? - Perguntou com ironia e então eu notei que tava sentada no colo dele.

Arregalei os olhos saindo de cima dele e me sentando no chão.

- Certeza que você deve ter feito umas 300 partes do meu cérebro pararem de funcionar, cabeça dura e pesada do caralho. - Xingou se sentando no chão também e eu olhei indignada pra ele.

Meti o tapão no ombro dele com raiva, o mesmo me olhou surpreso e se sentindo desafiado.

Ele me deu um tapa no ombro também e no segundo seguinte eu dei dois tapas no ombro dele. Quando ele ia revidar me devolvendo os tapas, eu levantei a mão e falei rapidamente.

- Se você me bater, isso vai ser homofobia. - Olhei com os olhos semi cerrados pra ele.

Ele me devolveu o olhar semi cerrado negando com a cabeça. O garoto se levantou e em seguida esticou a sua mão para me ajudar a levantar também.

E não é que o vagabundo pelo menos é cavalheiro?

Quando eu tava na metade do caminho, já me levantando e pegando na mão dele, ele tirou a mão dele, me fazendo cair e bater a cabeça na parede.

O som da sua risada ecoou pelo corredor e eu olhei feio pra ele me levantando.

Ele parece uma moto rindo.

- Garoto, se eu te vejo no corredor... - Ameacei com ódio.

- Ah é? Vai fazer o quê? - Provocou com um sorriso.

Que sorriso... lindo.

Eu até fiquei meio desconcertada quando ele lançou aquele sorriso pra mim.

- Eu vou meter a voadora no meio da tua cara feia. - Falei levantando as minhas malas.

Eu nunca menti tanto...

- A gente tá no corredor, se você quiser tentar a sua sorte... - Disse se aproximando.

- Você é chato pra caralho, vai se fuder enviado do capeta e do cão. - Falei dando um tapa com força no peito dele.

- Aqui e agora? - Deu um sorriso de lado e eu me preparei pra meter outro tapão nele.

- Marcus? - Chamou uma voz fina no fim do corredor e nós dois olhamos na direção dela. O garoto do pepino, assim que viu a pessoa, parou de sorrir na hora.

Era uma garota loira com o mesmo uniforme que todo mundo, só que o dela, parecia muito mais bonito do que em qualquer outra menina. Ela era alta e andava com segurança até nós.

Eu, uma vadia maconheira com o ego e auto estima de uma deusa, me senti insegura.

Assim que ela chegou perto da gente, a garota logo me lançou um olhar torto.

- E quem seria você? - Perguntou fazendo cara de nojo pra mim.

- Natasha Caldeirão. - Sorri sincera.

continua...

O Colégio InternoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora