Rain Miller
... o que me fez acertar um tapa na pessoa.
- Marcus? - Chamei vendo quem eu tinha acertado.
O rosto dele tinha virado levemente para o lado, devido a força do meu tapa.
- Em outra ocasião eu provavelmente acharia isso atraente mas... puta que pariu. - Falou colocando a mão na bochecha aonde eu bati.
- Me desculpa, eu não sabia que era você... - Justifiquei.
- Sem problemas.
O Marcus passou as pontas dos dedos pelo lábio inferior e quando ele tirou, eu notei que tinha um pouco de sangue nos dedos.
O Marcus, não se importando, apenas chupou o sangue da ponta dos seus dedos.
Por que isso me parece um dejá-vù?
- Puta merda... - Falei me aproximando dele e puxando o rosto dele pra ver melhor.
Não era muito sangue, mas só de pensar que o meu tapa fez ele machucar a boca sem querer, me fazia sentir culpada.
- Me desculpa, de verdade. - Pedi encarando os olhos dele enquanto ainda segurava o rosto dele.
- Eu já falei que tá tudo bem. - Falou me dando um sorriso sem mostrar os dentes.
Eu senti as suas mãos deslizarem pela minha cintura, fazendo a minha pele se arrepiar e aquelas voltas desconhecidas voltarem para o meu estômago.
Engraçado que eu só comecei a sentir essas voltas estranhas quando eu entrei nesse colégio...
Devo processar, sim ou claro?
Vagabundos, me passaram caganeira sem bosta.
Eu passei a ponta de um dedo meu pelo lábio inferior do Marcus, limpando um pouco do sangue que tinha. O olhar dele caiu sobre a minha boca e sobre o meu dedo.
Eu dei um sorriso de lado pensando no que eu estava prestes a fazer.
- Simba. - Falei passando o meu dedo que tinha o sangue do Marcus na testa dele.
- Nossa, nojenta, ridícula, idiota. - Insultou rindo e eu gargalhei.
- Você ficou uma gracinha. - Brinquei.
- Eu só não te xingo de fedorenta porquê nós dois sabemos que não é verdade.
Eu ajudei o Marcus a limpar o sangue da testa dele e logo ele se virou pra mim.
- Eu falei com a minha mãe... - Contou. - Ela chorou e eu chorei também igual o vagabundo que sou. - Falou e eu ri.
- Eu vi vocês se abraçando. - Confessei e o Marcus me encarou surpreso.
- Que bom que você não viu a parte que eu fiquei quase uma hora tomando coragem pra falar com ela... E na verdade, eu nem ia falar com ela, eu fiquei com tanto medo que eu sai de lá mas ela me encontrou em um dos corredores, e eu acabei por falar. - Contou.
- O importante é que você falou com ela. - Sorri.
- É, aquilo realmente me fez bem. - Olhou no fundo dos olhos. - Você me faz bem.
Eu abri ainda mais o sorriso e dei um leve empurrão de brincadeira no Marcus.
- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei olhando pra ele.
Ele tava de pijama, assim como eu. Mas o pijama dele era um moletom preto e uma calça de pijama também preta, enquanto o meu era um pano de chão da Hello Kitty.
Será que ele é do rock?
- Eu tava indo pro terraço. - Contou o Marcus e eu abri a boca em choque.
- Sem mim? - Indaguei com uma falsa indignação.
- Eu não sabia que você tava acordada. - Se defendeu com um sorriso. - E o que você tá fazendo aqui? - Perguntou e eu lembrei o real motivo de estar aqui.
Eu só precisei de alguns segundos perto dele para esquecer o quão magoada e irritada eu me sentia.
- Eu... - Encarei os olhos curiosos do Marcus.
Não faria sentido mentir para ele.
Eu contei coisas pra ele que eu nunca contei pra ninguém, e apenas nessas semanas que eu estou no colégio interno, ele se tornou mais importante que qualquer pessoa na minha vida agora.
- Eu tive uma briga com a Aly. - Confessei abaixando o olhar pela culpa. - Eu costumo dormir abraçada com uma camiseta que era do Lorenzo, eu to fazendo isso faz um ano. Era um jeito de me sentir mais próxima dele... - Respirei fundo. - Eu trouxe a última camiseta que tinha um pouco do perfume dele e aquilo me ajudava a dormir, me ajudava a pensar que ele estava comigo, nem que fosse só um pouco. E aí, hoje, a Aly deu a camiseta pra lavar, sem querer. Ela não sabia que camiseta era, e ela achou no chão, então pensou que estava suja.
Eu olhei com o coração pesado para o Marcus, e notei ele me encarando preocupado e como se entendesse a minha dor.
- Eu surtei, eu fiquei desesperada porquê eu simplesmente ainda não consegui aceitar que... ele morreu.
Foi como se lançassem uma pedra em mim.
Doeu, mais do que deveria, dizer essas pequenas palavras.
O Lorenzo está morto.
E eu preciso deixar ele ir.
- Ta tudo bem meu amor, vem aqui... - Falou o Marcus me puxando para um abraço.
Eu me senti acolhida nos braços dele.
Era extremamente reconfortante sentir os seus braços em volta da minha cintura e as suas mãos apertarem o meu corpo contra o dele. O meu rosto afundou no seu peito e eu respirei fundo sentindo o seu perfume.
- Você pode ter falado coisas que não deveria hoje, e ta tudo bem, foi algo muito importante pra você e é extremamente duro aceitar que você perdeu isso. A Aly não sabia o que aquilo era e não fez de propósito só para te machucar. O importante agora é você se desculpar e talvez explicar pra ela o porquê de ter surtado. - Falou enquanto me abraçava.
No fim do abraço, ele beijou a minha testa demoradamente e me encarou.
- Você me faz bem. - Deixei escapar e o Marcus me encarou com um sorriso.
- Lembra da sala de música? - Perguntou e eu assenti. - Eu tenho a chave.
continua...
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qnd tiver 7007 comentários eu posto o próximo cap q me deixou HAGSJSGSJSH ainda hj
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O Colégio Interno
Teen FictionRain Miller é uma garota problemática que sempre se envolve em qualquer encrenca possível. Ela vê seu mundo ficar de cabeça pra baixo, quando seus pais decidem colocar ela em um colégio interno, após Rain ter "acidentalmente" incendiado o escritório...