09_ Castigo patético.

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Rain Miller

Eu peguei um prato aleatório da mesa deles e enfiei na cara do ruivo com ódio.

- Puta merda... - Sussurrou o Marcus.

O Marcus se aproximou rapidamente de mim e me puxou pela cintura. O meu corpo e o dele se bateram por um momento, fazendo o meu quadril tocar brevemente as suas coxas. As mãos dele que seguravam a minha cintura, apertaram a mesma em uma tentativa de me puxar mais pra perto dele e longe daquela mesa.

Eu encarei o Gabriel com um sorriso enquanto o rosto dele estava cheio de purê de batata.

As tias da cantina devem querer me matar, e eu até já sinto o olhar das tias da limpeza, de quem não vai me ajudar mais a achar o banheiro.

- Aquilo foi bonito. - Elogiou o Marcus me encarando com um sorriso admirado.

Esse sorriso é pior que droga...

- Se você gostou tanto, eu posso fazer o mesmo com você. - Sorri de volta.

- Tão engraçada... - Debochou ele olhando no fundo dos meus olhos e por um momento desviando o olhar para a minha boca.

- Pelo menos agora, eu posso dizer que sei fazer milagres com a cara das pessoas. - Ri.

- Você tá mesmo fazendo piada em uma hora dessas? - Perguntou ele me encarando com um sorriso chocado, ele ainda tinha as mãos na minha cintura.

Eu olhei em volta e notei imensos olhares sobre nós e no garoto com a cara coberta de purê.

De repente o Marcus arregalou os olhos e me puxou ainda mais pra si, causando um abraço forçado, com uma mão, ele segurava a minha cintura, e com a outra, a minha nuca.

O meu rosto ficou enterrado no seu peito me permitindo sentir o seu cheiro amadeirado mais uma vez.

Um frio percorreu o meu corpo e eu fechei os olhos quando a mão do Marcus começou a descer de minha nuca para a parte de trás do meu pescoço.

Os dedos frios dele tocando a minha pele, fizeram um arrepio percorrer toda minha espinha.

Eu só fui perceber o que aconteceu quando vi uma garota ser atingida na cara por purê de batata.

Como eu estava de costas para o Gabriel, nem notei que ele tentou jogar aquilo em mim, e se não fosse pelo Marcus, eu provavelmente estaria cheia de purê de batata agora.

E foi aí que uma briga enorme começou.

A garota que foi atingida pelo purê de batata gritou em pânico, o irmão dela jogou um pedaço de carne na direção do Gabriel mas falhou miseravelmente acertando a cara de um garoto aleatório. Em alguns segundos, todo mundo estava jogando comida para todo mundo.

O Marcus me puxou para debaixo de uma mesa e me olhou assustado, como quem diz "você acabou de começar uma guerra".

Eu ouvi um berro alto, parecia um grito digno de guerra e olhei na direção de quem emitiu ele.

Aly.

Eu arregalei os olhos vendo a minha amiga encima da mesa, jogando comida pra tudo que era canto e protegendo a Leyla.

Olhei para o Marcus e ele me encarou de volta com um sorriso desacreditado.

- Você pode ser expulsa por isso tudo... - Falou ele baixinho.

- Ah, eu to tão assustada. - Disse com ironia e o Marcus me encarou extremamente confuso.

- Você quer ser expulsa. - Percebeu ele me encarando em choque e eu ri.

- Foi tão difícil de notar? - Perguntei desviando de um prato que saiu voando.

O povo daqui parece animal...

- Por quê? - Perguntou o Marcus confuso e eu dei de ombros notando um movimento no centro do refeitório.

Era uma tia da cantina.

Ela se colocou no meio do refeitório com o olhar bravo.

- CHEGA! - Gritou e no mesmo segundo foi atingida bem no meio da cara por purê.

E foi assim que ela nunca mais fez purê para o almoço.

Queria eu que isso fosse mais uma das minhas piadas. O purê dela era tão bom...

Eu arregalei os olhos prendendo uma risada e o Marcus desviou de um pedaço de bolo de chocolate.

- Nossa... - Olhou com uma cara triste para o bolo se espalhando no chão e eu prendi outra risada.

De repente, no meio daquela confusão absurda, tudo ficou silencioso.

Muito silencioso...

Eu encarei a entrada do refeitório e sorri vendo a diretora parada lá, com um olhar extremamente bravo.

Acho que eu acabei de receber o meu bilhete de volta pra casa.

[...]

- Não ir pra casa por 3 fins-de-semana e alguns trabalhos extras? - Reclamei brava enquanto andava pelo corredor com o Marcus.

Eu tinha acabado de sair do escritório da diretora e ela me deu um castigo patético.

- O negócio dos 3 fins-de-semana eu devia até agradecer, não ver meus pais vai ser igual tirar férias. Agora os trabalhos extras, eu nem faço o dever de casa, quem dirá esses trabalhos!

Suspirei revirando os olhos.

- Se eu soubesse que teria apenas essa punição, teria dado um soco naquela cópia barata do Snape. - Soltei mexendo os meus braços em frustração e finalmente olhei para o Marcus.

Ele não falou nada desde que a gente saiu do escritório da mãe dele.

- Que foi? - Perguntei estranhando aquele comportamento.

- Tem algo que eu possa fazer por você? - Perguntou encarando o chão. Ele parecia pensativo.

- Só tem uma coisa que eu quero, e você sabe o que é. - Respondi dando de ombros.

- Não vale a pena ser expulsa. - Penetrou seus olhos escuros nos meus. - Você também pode se divertir aqui.

- Eu tenho várias festas pra ir se eu for expulsa ainda essa semana. - Sorri.

- E você realmente gosta dessas festas? - Perguntou me pegando de surpresa e me fazendo falhar um passo. - Você realmente se diverte lá?

Eu encarei o Marcus paralisada.

Ele pegou no meu ponto fraco.

Mente. Conta uma mentira tão bonita que ele nunca vai duvidar. Use o seu lado mentiroso. Fale coisas que não são reais apenas pra proteger o Lorenzo.

- É claro que sim. - Menti e o Marcus deu um sorriso de lado pra mim assentindo.

Ele não acreditou. O olhar dele gritava que ele tinha me pegado.

Desde quando eu fiquei tão ruim mentindo?

- Te vejo amanhã. - Falou saindo.

Esse grande filho da...

EU NÃO SEI AONDE FICA O CAMINHO DOS DORMITÓRIOS.

continua...

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vou postar o outro cap qnd tiver 1111 comentários;)

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