Cap. 13 - Lago do Amor e Cobra Sucuri

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Entre uma pá e outra de terra, Rowenna viajava em seus pensamentos. Preocupada com sua avó, com as garotas, até mesmo com Gael que ainda não havia dado notícias, e agora  preocupada também com o sentimento estranho que estava tendo por Karlayo. Algo que ela jamais imaginaria sentir por rapaz nenhum, além de tudo um tão peculiar como ele.

Rowenna abriu e fechou a boca várias vezes para dizer ao jovem o que ela sentia em relação à ele, porém tinha medo de sofrer com sua rejeição, afinal, ela é uma simples humana, e ele um lobisomem.

Tinha medo de se declarar. Seria improvável ele gostar dela de outra forma em apenas dois dias. Mas Rowenna sabia que já estava perdidamente e completamente apaixonada por ele, desde a primeira vez que botou os olhos nele. Talvez fosse o seu jeito que havia lhe chamado atenção, ou simplesmente aqueles olhos alaranjados como brasa.

- Então é isso. - Ela diz enquanto finca a pá no chão e limpa o suor da testa. - Agora podemos todos descansar. Mas antes, preciso de um belo banho, pois estou imunda.

- Eu já iria dizer o mesmo. Só estava aguardando você terminar pra ficar de olho na fogueira pra gente. - Ele suspira com um sorriso malicioso. - Mas como sou um cavalheiro, deixarei você ir antes de mim. Damas primeiro. - Ele faz um gesto com a mão lhe dando passagem.

- Muito obrigada, senhor Karlayo. - Ela agradece com o mesmo deboche, pegando seu vestido dentro de sua bolsa. - Só não vai ficar me espionando, viu? Ainda posso te dar um socão no focinho.

- Jamais.

...

Enquanto a ruiva começava a tirar suas vestes, não achou prudente tomar um banho nua naquele local. Então ficou apenas com suas roupas de baixo que cobriam o necessário. Diferentemente das ceroulas femininas que continham panos exagerados, Rowenna possuía apenas uma roupa íntima que cobria da cintura até a altura dos joelhos, e a parte de cima também era um pouco mais curta. Não sentiria vergonha se acaso alguém a encontrasse neste estado, pois o tecido lhe tapava o suficiente.

Após passar suas roupas sujas na água pra tirar o suor, ela entra no lago e sente que a água estava mais gelada do que aparentava. Mas o importante era ficar limpa. Ela massageava a nuca para tirar um pouco a tensão. Uma massagem sempre era algo bom para aliviar o estresse e relaxar. Ela fechou os olhos por algum tempo enquanto ainda massageava a área.

Notando que o fogo ainda estava aceso por conta da claridade, ela deu um mergulho para finalizar sua limpeza corporal. Entretanto, ao retornar para a superfície, notou que um completo silêncio reinava e a fogueira havia se apagado. Em volta do lago haviam várias árvores secas caídas no chão, e ela ouvia o que parecia ser alguém andando nas extremidades do local.

- Karlayo? - Ela questiona enquanto se concentra para ouvir melhor. - Karlayo? É você? Isso não tem graça.

A jovem não obtém resposta e logo ouve algo grande caindo dentro d'água, e vinha nadando em sua direção.

- E essa agora? - Ela observa algumas ondas se formando na água, porém não conseguia distinguir o que era, já que a claridade advinda da lua havia sido encoberta por nuvens,  momentaneamente.

Ela tenta sair rapidamente, visto que a água estava na altura de seus seios e aquela coisa continuava vindo. Ela se atrapalha tentando nadar de volta e algo quente segura em sua cintura.

- Te peguei! - Alguém diz enquanto emerge da água.

- Ahh, que inferno, Karlayo. - Ela grita furiosa dando um empurrão no mesmo. - Que susto, menino.

- Me desculpe. - Ele responde jogando os cabelos para trás.

- Não falei pra ficar vigiando a porcaria da fogueira?

ROWENNAWhere stories live. Discover now