Cap. 14 - A Caçada Continua

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Enquanto apontavam os primeiros raios de sol, o jovem casal ainda dormiam abraçados um ao outro. Karlayo foi o primeiro a despertar, após algo pequeno cutucar o alto de sua cabeça.

- Shiiiuuu... - Ele pede silêncio pra avezinha que após lhe bicar, pousa em uma pedra ao lado deles. - Ela está cansada. - Ele cochicha aconchegando ainda mais a moça em seu abraço.

Gael observa os dois com um olhar de confusão e depois com semblante alegre. Se o pequeno pássaro possuísse lábios, neste momento certamente estaria sorrindo para o amigo.

A garota gira o corpo ficando frente a frente com seu cobertor de orelha, que fica sem reação ao notar o quão próximo estavam seus rostos.

Rowenna abre lentamente os olhos e nota que estava sendo observada pelo rapaz, que logo a desperta de sua sonolência.

- Sabia que você ronca? - Ele avisa brincalhão.

- O quê? - Ela se afasta bruscamente, tapando a boca com a mão. - Não ronco não.

- É brincadeira. Não precisa me estapear. - Ele sorri se levantando e se espreguiçando. - Gael acaba de chegar. Espero que nos traga boas notícias, amiguinho.

A pequena ave por sua vez, emite sons e piados que Karlayo ouve atentamente.

- Ai... Pelo amor de Deus, me diz logo o que ele está falando. Já estou ansiosa.

- Bom... Gael disse que ocorreu tudo bem com as moças na sua casa. A minha vila ainda está com decreto de ninguém entrar ou sair. E no caminho para cá, ele encontrou seu ex-futuro noivo junto de vários outros caçadores armados e com cães farejadores. Então, é melhor nos apressarmos em sair daqui.

- Maldição. - Esbraveja a ruiva enquanto recolhe seus pertences. - O Roswell não vai parar até ver você preso, ou pior. Nunca achei que ele pudesse se transformar nesse crápula. - Ela suspira com pesar. - Ele ainda está tentando te incriminar. Acredita que um dos homens de lei orientou Joãozinho, o menino que você salvou, a mentir?

- Como é que é?

- Sim, o garoto me contou que o homem de lei mandou ele dizer a todos que foi você quem o atacou, e não a figura encapuzada que o mesmo avistou.

- Não entendo por qual motivo aquele banana quer me incriminar. Só estou tentando ajudar. - Ele se abaixa na beira do lago para encher seu cantil com água.

- Eu acho que sei porque. Além dele não gostar da sua vila, também está com ciúmes de você.

- Ciúmes? - Ele dá um sorriso de canto de boca, levantando-se e indo na direção de um arbusto com folhas aveludadas e rechonchudas.

- Na cabeça dele, vamos nos casar. E ver você e eu nesta busca juntos deve ter ativado seu lado ciumento/possessivo.

- Seu amigo palerma perdeu foi o juízo, isso sim. Pra causar todo esse alvoroço. - Ele diz pegando algumas folhas daquela planta.

- Lembrando que ele recebeu a denúncia de algum desavisado. Agora tem certeza de que você é o assassino.

- Dá pra acreditar? Eu, assassino? Parece até uma piada de mau gosto. - Karlayo entrega seus pertences à Rowenna, e mastiga uma daquelas folhinhas.

- O quê é isso?

- Toma. Mastiga uma. - Ele lhe entrega uma das folhas. - Isso é hortelã. É uma erva que faz bem pros dentes e pro hálito.

- Hummm... Obrigada. - Ela experimenta. - Que delícia. Meio ardida, mas refrescante.

Os dois se apressam e saem cavalgando daquele local até a cidade mais próxima. Adentrando à mesma, o casal vai até a feira central e lá conseguem informações e um mapa para chegar na tal "Estrada do Lobo" que o cavalo havia dito. E além do mais, aproveitaram para comprar alguns pães, frutas e doces para comerem no caminho, pois parar para almoçar em alguma hospedaria seria muito arriscado.

ROWENNAOù les histoires vivent. Découvrez maintenant