Cap. 4 - Pesadelo, Pancadaria e Tiro

321 72 78
                                    

Já era tarde da noite, e a lua brilhava iluminando o cômodo. Uma fraca luz advinda do corredor, adentrava através das frestas da porta de madeira.

- Ele vai te pegar. - Rowenna ouve uma voz feminina que ecoa pelo quarto, e lembrou-se rapidamente de quem estava com ela ali e olhando para a cama ao lado, notou que a mesma se encontrava vazia. Nem sinal de Karlayo, nem mesmo de Gael.

A janela estava escancarada, e um vento soprava frio, balançando as cortinas floridas.

- Onde ele está? - Ela questiona tentando se levantar, mas percebe que está paralisada. Sentia cada músculo de seu corpo rígido, se afundando no colchão. Algo gelado começava a pingar em seu rosto, e ao olhar para o teto, Rowenna avistou o corpo sem vida da recepcionista dependurado e totalmente dilacerado.

- Eu avisei pra não confiar no lobisomem. - A garota disse abrindo os olhos subitamente, com sangue escorrendo da boca e da garganta aberta.

Após o que pareciam horas naquela situação, Rowenna consegue se libertar rolando da cama e caindo no chão. E debaixo da mesma, devorando o que parecia ser um coração, estava Karlayo totalmente transmutado, com seus olhos alaranjados brilhantes. Ele parte em sua direção e agarrando-lhe pela perna, a puxa para debaixo da cama. E a única coisa que dava pra se ouvir neste momento era sua carne sendo rasgada e devorada pelo garoto lobisomem.

...

- AHHH! - Rowenna acorda assustada, ensopada de suor, sendo sacudida por Karlayo que tentava libertá-la daquele pesadelo.

Instantaneamente ela pega uma de suas facas que estava debaixo do travesseiro e apunhá-la quem a estava agarrando.

- Ai! Rowenna, sou eu! - O rapaz exclama segurando o pulso que havia sido cortado, deixando o lampião cair ao lado da cama.

- O quê aconteceu? - Ela diz se levantando afobada, percebendo que havia machucado seu colega de quarto.

- Você estava tendo algum tipo de pesadelo, sei lá. Estava gemendo e suando frio. Tentei te acordar e você me golpeou.

- Me desculpe Karlayo. Foi sem querer. - Ela diz tentando se aproximar dele. - O corte foi muito profundo? Como posso ajudar?

- Já ajudou o bastante. - Ele esbraveja se afastando e voltando pra sua cama. - É louca?

Após alguns instantes de silêncio, enquanto Karlayo apertava o pulso para estancar o sangue, Gael deu um piado enquanto estava pousado próximo da janela.

- O quê foi Gael? - Ele questiona o pássaro que direciona a cabeça para a rua. - A mesma mulher?

- O quê ele está falando?

- Gael disse que tem uma mulher sendo agredida na rua. Veja, é a prostituta que havia nos dado as informações. - Ele pede pra ela ir até a janela.

Rowenna olha a situação da moça que estava sendo praticamente arrastada pelos cabelos, aos berros. Dava pra perceber pela fraca iluminação oriunda dos candeeiros de rua.

- A gente tem que fazer alguma coisa. - A ruiva fala calçando suas botas e vestindo sua capa.

- Espere aí, confeiteira. O quê pensa que está fazendo?

ROWENNAWhere stories live. Discover now