Cap. 1 - Procura-se uma Avó

662 84 171
                                    

Quando Rowenna conseguiu dormir um pouco, já era tarde da noite. A chuva ainda caía forte e o vento assobiava alto. Ela dormia um sono pesado, que jamais havia tido em toda sua vida. Nem se alguém lhe jogasse um balde de água fria ela não teria acordado, pois estava bastante cansada. Nem mesmo o cantar alto do galo a fez despertar. Todo dia ele cantava exatamente as 5:00 da manhã, fizesse frio ou chuva, lá estava o Carijó todo imponente com seu canto estridente.

Um tempo depois de seu despertador ambulante cantar, ela acorda enfim com o som de uma batida forte, como se o vento tivesse aberto a porta de entrada. Ela se levanta apressadamente, acende com dificuldade o lampião, coloca uma de suas facas no bolso de sua roupa e com seu facão em punho, abre cautelosamente a porta de seu quarto.

De fato a porta estava escancarada. O vento derrubava os objetos de cima da mesa e movimentava violentamente as cortinas da janela. Ela se apressa em fechar a mesma e segue em direção ao dormitório da avó, porém antes de entrar no cômodo, Rowenna escorrega em algo molhado no piso de madeira. Aquilo não era água. Iluminando sua mão que havia se sujado com aquele líquido viscoso, ela pôde perceber se tratar de sangue.

Adentrando nos aposentos da avó, ela percebe o quanto a situação era grave. Dona Gertrudes não se encontrava no cômodo, e para seu desespero, o lugar estava totalmente revirado, com marcas de sangue no chão e em cima da cama. A espingarda estava no chão, com alguns cartuchos vazios do lado, e o facão também se encontrava jogado em um canto tingido de vermelho.

- Mas que diabos aconteceu aqui? - A garota se questiona enquanto escuta o trotar de cavalos na estrada.

Para sua sorte, os caçadores e os lenhadores acordavam de madrugada para seus afazeres, e a chuva havia cessado a pouco tempo.

- SOCORRO! - Ela grita para eles que prontamente se voltam para o pedido de ajuda.

- Rowenna? O quê aconteceu? - Roswell desce rapidamente de sua montaria indo até a garota coberta por sangue.

- Roswell. - Ela diz o abraçando, com os olhos lacrimejando. - Minha avó, aconteceu alguma coisa grave com ela.

- Se acalme, eu estou aqui. - Ele fala afagando seus cabelos ruivos. - Vai ficar tudo bem. Agora nos conte, o quê está acontecendo?

Ela conta aos caçadores o ocorrido e que não havia escutado nada durante a noite, pois o barulho da tempestade com trovoadas encobriam todo e qualquer outro ruído.

- Eu deveria ter verificado seu quarto de madrugada. - Ela fala  enquanto o dia amanhecia e os caçadores já haviam verificado a casa.

- Rowenna, há sinais de luta e bastante sangue. Seja quem ou o quê for que pegou sua avó deve estar longe neste momento. - Joseph diz olhando com pena para a pobre garota. - Roswell será encarregado de levá-la até a cidade para alertar as autoridades. Ficar aqui sozinha pode ser perigoso.

- Está bem, senhor Joseph. Obrigada pela ajuda. - Ela diz enquanto enxuga algumas lágrimas que escorriam por seu rosto. - Vou me trocar e iremos.

Após alguns minutos, Rowenna volta vestida com uma blusa branca com botões, uma calça preta, a qual estava se tornando moda na época para algumas moças mais ousadas e fora dos padrões como ela. E cobrindo-lhe a cabeleireira ruiva e o restante do corpo, sua capa vermelha, que era bastante quente e aconchegante. Ideal para os dias frios que faziam naquelas redondezas. Roswell encara a garota enquanto ela monta em seu cavalo preto, e eles seguem viagem.

...

Chegando na pequena e pacata cidade, o casal vai até às autoridades para registrar o ocorrido.

ROWENNADär berättelser lever. Upptäck nu